A campanha de 21 dias de ativismo: mulheres pela não violência terminou em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. O Portal Catarinas se somou à iniciativa, acionando uma rede de mulheres feministas que escreveram a partir de diversos olhares e perspectivas sobre a violência de gênero e suas múltiplas intersecções com raça, classe, sexualidade, etnia, entre outras. Iniciada no Brasil em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, a mobilização denunciou as diversas faces violentas da imbricação entre o racismo e o sexismo, que atinge de forma específica as mulheres negras no País.

Ao considerar que sem as mulheres, os direitos não são humanos, a campanha termina em forma de alerta. Os Direitos Humanos nunca serão plenos sem que a violência contra as mulheres tenha um fim. E para isso, as instituições, o Estado e a sociedade precisam reconhecer o seu papel na construção de uma cultura machista, racista, LGBTfóbica e capacitista, que pune certos corpos/sempre os mesmos corpos cotidianamente ao mesmo tempo em que se nega a enfrentar de forma derradeira a violência estrutural que nos atinge  — conforme nos aponta a performance “Estuprador és tu”.

Por esses motivos, nós feministas nos unimos, em nossas múltiplas vozes, para expor e transformar mentalidades e sentidos, tecendo novos/nossos significados em um projeto de construção de melhores formas de viver no mundo. Neste sentido, o Portal Catarinas figura como uma plataforma de circulação desses significados, com produção própria de matérias e reportagens e com uma grande rede de colaboradoras das mais diversas áreas.

Acreditamos que ao trazer essa diversidade de perspectivas, estamos enfrentando uma visão obsoleta sobre o estado das coisas, aquela visão única, autoritária, hierárquica e violenta, que tenta apagar a complexidade das experiências e quer mostrar que não temos saída, que a ordem instituída é única possível. Não acreditamos e por isso nos rebelamos. E para que essa vivência rebelde continue, precisamos do apoio de vocês para a manutenção e ampliação do trabalho do Portal. Para que nossa rede se expanda e se solidifique, apoie o financiamento do Catarinas aqui.


Confira nossa produção nesses 21 dias:

Estuprador és tu: performance de denúncia chega às ruas de Florianópolis

Que esta carta não te encontre mais no cárcere

Estupros praticados por agentes de estado: crimes contra a humanidade

Entre o sofrimento e a esperança: o atendimento à mulher no sistema de justiça

 

Quem ama não mata: 40 anos de luta

Vidas invisíveis, vozes por ouvir

Se o seu feminismo não enxerga essas mulheres, está na hora de abrir os olhos

Da caça às bruxas ao feminicídio: a construção do ódio às mulheres

A violência contra uma mulher negra doutora em física

Não há violência que seja tolerável

Somos um país preconceituoso, sim, infelizmente

Um pacto pelo nosso direito de viver, e viver em paz

A violência política contra as mulheres

Vivas Nos Queremos!

Mulheres camponesas e a violência perpetuada por um modelo de produção predatório

A impunidade do Estado ou estado de impunidade?

Alerta e proteção às mulheres por uma vida livre de violência

Quem comete a “violência contra a mulher”?

Retratos da violência feminicida: o sadismo sobre nossos corpos

Ouvir-se e reconhecer-se: a importância das ações de rua no 25 de novembro

O feminismo e as mulheres evangélicas: um diálogo que urge!

O que é feminicídio? A contribuição feminista na América Latina

Quem são os pardos no Brasil? A reafirmação identitária da rapper Katú Mirim

O extermínio da Juventude Negra, a perspectiva de uma mãe: por Mônica Cunha

Boas de parir: mulheres negras e violências reprodutivas

Em Floripa não tem negros (?)

21 dias pelo fim da violência às mulheres mobiliza Florianópolis

21 dias de múltiplas vozes que nos diferenciam, mas também nos unem

Portal Catarinas

Redação Catarinas

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