Enquanto nos preparamos para um breve recesso entre 23 de dezembro de deste 2023 e 10 de janeiro de 2024, convidamos todas vocês a fazerem uma viagem conosco nas redes sociais para relembrar os principais destaques da nossa cobertura em 2023.

O ano de 2023 foi marcado por novas colaborações estratégicas, parcerias colaborativas que nos permitiram ampliar nossa cobertura e oferecer à nossa comunidade de leitoras/es trabalhos ainda mais investigativos. Essas alianças foram fundamentais para alcançarmos mais pessoas e oferecer um jornalismo cada vez mais relevante e plural.

Não podemos deixar de mencionar as ações políticas e de advocacy que abraçamos, desde participações em eventos até intervenções internacionais, sempre defendendo o direito à informação e à liberdade de expressão. É o caso, por exemplo, da nossa participação em 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, na audiência na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) sobre direitos reprodutivos e violências contra mulheres e meninas no Brasil, na Universidade da Califórnia (UCLA), em Los Angeles, Estados Unidos. Na ocasião apresentamos os casos de violação do acesso ao aborto legal das meninas de Santa e do Piauí, assim como a perseguição à cobertura do Portal fomentada por grupos de extrema direita. 

2023 teve como marca a nossa indicação ao Prêmio Gabo, reconhecimento ímpar que destacou a reportagem “Suportaria ficar mais um pouquinho?”. O trabalho ficou entre os três finalistas na categoria Cobertura, enaltecido pelo júri pela abordagem assertiva na perspectiva de gênero e direitos humanos.

Além disso, fomos homenageadas com uma menção honrosa no Prêmio Roche de Jornalismo de Saúde, fortalecendo nosso compromisso com uma cobertura jornalística de excelência sobre temas fundamentais na América Latina.

Não menos importante, nossa co-fundadora e diretora-executiva, Paula Guimarães, recebeu pelo segundo ano consecutivo indicação ao Troféu Mulher Imprensa, reafirmando o impacto de seu trabalho incansável no Portal Catarinas.

Nosso compromisso com pautas essenciais como direitos reprodutivos, igualdade de gênero e justiça social foi reconhecido e celebrado em diferentes esferas. Recebemos moções de reconhecimento em homenagem ao nosso trabalho jornalístico de impacto na defesa do direito ao aborto e pelo comprometimento em promover uma comunicação alternativa e antirracista.

E nossos podcasts, coberturas de histórias e conhecimento, continuaram a ecoar com força, oferecendo narrativas sobre injustiças ambientais, paternidades plurais e a importância da alimentação ancestral.

Nossas parcerias, eventos e publicações foram fundamentais para ampliar o debate sobre questões urgentes, desde a denúncia de situações injustas até o apoio a projetos que buscam o avanço de direitos fundamentais.

Além disso, nossos esforços para garantir o financiamento e apoio necessário para nossa missão não passaram despercebidos. Recebemos apoio de diversas organizações, fundos e programas, que reconheceram a importância de nosso trabalho na sociedade.

Agradecemos a todas, todos e todes que estiveram ao nosso lado neste ano. Cada conquista, cada visão de mundo amplificada, é resultado de um esforço coletivo, e é com esse espírito de comunidade e determinação que encerramos este ciclo, aspirando pelo que o futuro nos reserva. Juntas, continuaremos a trilhar um caminho de jornalismo comprometido, de causa, em busca de uma sociedade mais justa e informada.

Reconhecimentos

Fomos finalistas da edição de 2023 do Prêmio Gabo, principal premiação do jornalismo ibero-americano, com a reportagem “Suportaria mais um pouquinho?”. O júri da premiação destacou “o enfoque assertivo, na perspectiva de gênero e direitos humanos, com que o veículo do Sul do Brasil contou a história”.

O material também foi reconhecido com uma menção honrosa no Prêmio Roche de Jornalismo de Saúde, iniciativa da empresa Roche, com o apoio da Secretaria Técnica da Fundação Gabo, que reconhece a excelência da cobertura jornalística de qualidade sobre temas de saúde na América Latina.

Também neste ano, nossa co-fundadora e diretora-executiva, Paula Guimarães, foi finalista pela segunda vez do Troféu Mulher Imprensa, na categoria “jornalismo impresso e online”, pelo trabalho desenvolvido no Portal Catarinas.

Nosso trabalho foi publicamente condecorado no estado do Rio de Janeiro em dois momentos deste ano. Em setembro, o Catarinas recebeu uma Moção de Reconhecimento na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. A homenagem veio por meio do mandato da vereadora Luciana Boiteux (PSOL), em reconhecimento à atuação no trabalho jornalístico de impacto na garantia do direito ao aborto.

Em novembro, fomos homenageadas com uma Moção de Reconhecimento e Louvor pela Comissão Especial de Combate ao Racismo da Câmara Municipal do Rio, por meio da vereadora Monica Cunha (PSOL), pelo comprometimento em promover uma comunicação alternativa e antirracista.

Podcasts

Continuamos visibilizando histórias que colaboram por um mundo de mais justiça social, ambiental, racial e de gênero através de nossos podcasts, todos lançados com audiodescrição no YouTube. Bora ouvir e compartilhar as dicas com os amigues neste recesso?

Ilha Invisível

Podcast que trata do caso de injustiça ambiental e climática envolvendo a comunidade tradicional de pescadores artesanais da Reserva Extrativista Marinha do Pirajubaé, localizada na Baía Sul da capital de Santa Catarina, a partir da construção de uma rodovia onde antes era mar. 

Narrando Utopias: Paternidades Plurais

Quatro homens contam por que escolheram rever suas masculinidades e se tornarem pais presentes, afetuosos, cuidadosos e conscientes das desigualdades que atravessam a paternidade e a maternidade. No primeiro episódio um pai solo conta sua história; no segundo, um pai negro; no terceiro, um pai negro com deficiência; e no quarto, um pai trans. Em todos os episódios um especialista sobre masculinidades traz percepções sobre os acontecimentos.

Alimentação Ancestral: Comida Mbyá-Guarani

Os três episódios se concentram na Terra Indígena Morro dos Cavalos, em Palhoça, Santa Catarina, e abordam as relações entre comida, modo de vida, território e outros aspectos que envolvem a culinária tradicional dessa população.

Parcerias, eventos e publicações

Seguindo a tendência dos últimos anos, lembramos e celebramos as nossas parcerias, que nos apoiaram em diversos especiais, eventos e publicações. Entre eles:

– Publicamos, em parceria com The Intercept Brasil, reportagem que denunciou como uma juíza nomeiou uma curadora para defender um feto contra aborto de criança estuprada e engravidada pela segunda vez no Piauí;

– Diante do contexto de perseguição e criminalização de pessoas que abortam, de ativistas e de jornalistas ligadas às pautas feministas e de direitos humanos, lançamos, em parceria com a campanha Nem Presa, Nem Morta, o guia “Boas práticas de cobertura feminista sobre aborto no Brasil”. A publicação tem o apoio de Anis – Instituto de Bioética, Cladem, Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde e Coletivo Margarida Alves;

– Participamos do 8º Colóquio Mulher e Sociedade, organizado pelo curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), em uma mesa de debate sobre a cobertura jornalística dos direitos reprodutivos;

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– Revelamos, em parceria com o The Intercept Brasil, como as advogadas que atuaram a favor da menina de Santa Catarina persuadida pela juíza e promotora a não abortar, foram indiciadas, sem provas, como suspeitas do crime de violação de sigilo. O Ministério Público de Santa Catarina pediu o arquivamento do inquérito por falta de provas;

– Realizamos a edição de 2023 do “Ocupa Mana por Justiça Reprodutiva”, que selecionou grupos de adolescentes do gênero feminino (cis ou trans), meninos trans ou transmasculinos e jovens não bináries para realizar ações ou atividades que envolveram temas relacionados à Justiça Reprodutiva e autocuidado em seus territórios e/ou nas redes;

– Publicamos, em parceria com organizações da área, o “11º Boletim Futuro do Cuidado: Tempos de Retomada Democrática”, com análises, previsões e novidades sobre os direitos reprodutivos;

– Em setembro, publicamos a série “Aborto é Cuidado”, em parceria com AzMina e Gênero e Número, mostramos o porque o aborto deve ser descriminalizado no Brasil, em quatro materiais: um editorial conjunto, um artigo de opínião de coordenadora da safe2choose, uma reportagem sobre o efeito da criminalização e um especial sobre o trabalho das acompanhantes na América Latina;

– No mesmo mês, estivemos presentes no Seminário da Frente Parlamentar Antirracista com Participação Popular que debateu a agenda democrática para as brasileiras no Congresso Nacional, incluindo o direito ao aborto;

– Produzimos vários conteúdos sobre a votação da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442 no Supremo Tribunal Federal, que pede a descriminalização do aborto até a 12ª semana;

– Lançamos a formação “Livres e Seguras – Curso Prático para a Defesa do Acesso ao Aborto no Brasil”, em parceria com Cravinas – Clínica de Direitos Humanos e Direitos Sexuais e Reprodutivo da Universidade de Brasília (UnB), a Anis – Instituto de Bioética, o Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde, o Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem – Brasil) e a campanha Nem Presa, Nem Morta.

– Em parceria com Criola e Conectas e apoio de Synergia, lançamos o e-book “Racismo Religioso: novas lentes às violações relacionadas à crescente tensão entre liberdade religiosa e liberdade de expressão”, fruto do ciclo de debates realizado pelas instituições no formato on-line ao longo de 2022;

– Participamos da V Jornadas do Laboratório de Estudos de Gênero e História (LEGH) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na mesa redonda “Mídias digitais e gênero”;

– As jornalistas Paula Guimarães e Morgani Guzzo participaram da mesa da roda de conversa “Narrativas sobre justiça reprodutiva” no Festival Mulheres do Mundo – WOW, em outubro, no Rio de Janeiro. Também participaram Aline Araújo, do Grupo Curumim; Nara Menezes, da Anis – Instituto de Bioética; Laura Molinari, da Campanha Nem Presa Nem Morta; Leina Peres, da Rede Feminista de Saúde; e Letícia Rocha, das Católicas Pelo Direito de Decidir;

– A série “Aquilombar: enegrecendo a cultura catarinense”, lançada em novembro, trouxe entrevistas com cinco mulheres negras, moradoras de Santa Catarina, que produzem cultura na região. A iniciativa foi promovida pela Fundação Heinrich Böll.

– Ao longo do ano, acompanhamos a perseguição contra a orientadora educacional Juliana Andozio, de Florianópolis (SC), por ela defender os direitos humanos. Em outubro, em parceria com o The Intercept Brasil, publicamos uma retrospectiva do caso;

– Reportamos, também em parceria com o The Intercept Brasil, como laudos revelam que desembargador de Santa Catarina denunciado por trabalho escravo usou ‘manipulação psicológica’ para a vítima voltar à casa dele.

Financiamentos

– Fundo de Equidade para o Jornalismo (News Equity Fund, no original), do Google News Initiative;

– Puentes (inspiratório.org), nos projetos “Paternidades Plurais” e experimentação de mensagens;

– Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura – Edição 2022, categoria Artes Populares – Povos Indígenas, no projeto “Alimentação Ancestral: comida e identidade Mbyá-Guarani”;

– Fundos para justiça reprodutiva na produção de produtos sobre direitos reprodutivos;

– A Fundação Heinrich Böll promoveu o especial “Aquilombar: enegrecendo a cultura catarinense”;

– Projeto Piloto de Justiça Climática (The Climate Justice Pilot Project, no original), da Associação de Jornalismo Digital (Ajor) e Instituto Clima e Sociedade (iCS), com o podcast “Ilha Invisível”;

– Women First Digital, na produção de duas web stories sobre direitos reprodutivos;

– Programa Acelerando a Transformação Digital, do Centro Internacional para Jornalistas (International Center for Journalists, no original) e Projeto de Jornalismo Meta (Meta Journalism Project, no original).

Ações políticas

– Participamos do “Diálogos pela Democracia: Fortalecendo a luta pelos Direitos Humanos no Congresso Nacional”, evento realizado por movimentos sociais e organizações da sociedade civil, em ação política de incidência junto a congressistas;

– Participamos de uma audiência na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) sobre direitos reprodutivos e violências contra mulheres e meninas no Brasil, em 8 de março, na Universidade da Califórnia (UCLA), em Los Angeles, Estados Unidos;

– Ao lado da Revista AzMina e Gênero e Número, reforçamos nosso compromisso por um jornalismo contra a transfobia, somando forças com veículos de jornalismo e organizações parceiras;

– Em abril, a Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um comunicado ao Brasil sobre a perseguição às jornalistas que atuaram no caso da menina de SC: Paula Guimarães, do Portal Catarinas, Bruna de Lara e Tatiana Dias, do The Intercept Brasil. O comunicado destaca que a intimidação é uma violação à liberdade de expressão e aos direitos das profissionais de realizar o trabalho sem retaliação.

– Integramos a coalizão LGBTQIA+ na 53ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA);

– Participamos da 17ª Conferência Nacional de Saúde, que aconteceu entre 2 e 5 de julho de 2023, no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília (DF);

– O Portal Catarinas foi denunciado por incitação ao crime de aborto. O processo foi arquivado por falta de provas. A denúncia foi realizada pelo Portal ter divulgado o Edital Futuro do Cuidado, que tinha por objetivo apoiar iniciativas de comunicação e informação sobre o tema frente às violações no acesso ao direito ao aborto legal, principalmente em casos de estupro de crianças;

– Estivemos em El Salvador, para participar do 15º Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho (Eflac), maior encontro feminista da região;

– Assinamos editoriais de apoio à jornalista Schirlei Alves, condenada pela Justiça de Santa Catarina a um ano de prisão em regime aberto e R$ 400 mil em indenizações, por fazer seu trabalho, ao denunciar o tratamento humilhante enfrentado por influenciadora Mariana Ferrer em um julgamento em que a jovem denunciou um estupro.