O Laboratório de Estudos de Gênero e História, da Universidade Federal de Santa Catarina, em parceria com o Portal Catarinas, lança nesta quarta-feira (06) o penúltimo vídeo da campanha que uniu as duas organizações em prol da divulgação científica de termos e conceitos relacionados aos estudos de gênero, feminismos e sexualidades. 

A produção “Violência de gênero” explica do que se trata esse tipo de violência e aborda sua relação com as construções sociais, culturais e históricas que estabelecem os papéis sociais de gênero, além de apontar possíveis ações de enfrentamento a esse problema.  O próximo e último vídeo a ser lançado será uma continuação desse assunto, tratando especificamente de como essa violência acontece com os avanços tecnológicos. 

A campanha faz parte dos resultados do projeto “A internet como campo de disputas pela igualdade de gênero” e conta com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). O objetivo das produções é alcançar, especialmente, o público jovem e adolescente. 

Já estão disponíveis redes sociais das organizações: “Feminismos”, “Gênero”, “Interseccionalidade”, “LGBTQIA”, “Antirracismo” e “Anticapacitismo”.  Em breve, também estarão disponíveis no site internetlegh.ufsc.br.

Violência de gênero

O vídeo introduz o assunto trazendo dados que mostram que o Brasil está entre os 5 países com as maiores taxas de feminicídio e é o país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo. Destacando dessa forma a necessidade de falar sobre violência de gênero com o público-alvo da campanha. A produção explica também que esses dados não se tratam de uma coincidência e indaga o que fazer para mudar esse cenário. 

Acesse também no Instagram.

“Bom, violência de gênero é a violência direcionada contra uma pessoa devido ao seu sexo, identidade de gênero ou orientação sexual. As mulheres, cis e trans, são as principais vítimas, mas tanto homens, homossexuais ou trans, quanto pessoas não-binárias, ou seja, que não se identificam com um gênero em específico, podem ser alvo desse tipo de violência”, explica o vídeo. 

Para contextualizar, a produção explica que desde a década de 1980, o gênero passou a ser estudado pelas teóricas feministas que analisaram como os papéis sociais baseados no conceito reproduzem hierarquias e uma série de padrões discriminatórios. O vídeo cita alguns exemplos: associar heroísmo, bravura e força aos homens é um deles; e associar sensibilidade e delicadeza às mulheres é outro. E destaca que essas violências podem até se apresentar de maneiras veladas e sutis, mas isso não as torna menos prejudiciais.

Citando a frase “menino veste azul e menina veste rosa”, o vídeo compartilha a compreensão de que esses estereótipos fazem parte de um pacote que coloca as pessoas em caixas ao mesmo tempo em que os homens são incentivados a demonstrarem superioridade e controle através da violência, principalmente contra pessoas consideradas mais frágeis e vulneráveis.

Ou seja, a violência é usada para afirmar ou reafirmar uma posição de hierarquia que, aliada ao racismo, à LGBTfobia, à transfobia e a outros tipos de opressão, resultam no cenário apresentado no início do vídeo, onde as mulheres são as principais vítimas da violência de gênero. 

Por fim, o vídeo aponta a educação como caminho para construir uma sociedade livre desse problema. Ressaltando que através dela é possível falar sobre a importância do cuidado, sobre a expressão das emoções e o respeito ao corpo das outras pessoas, especialmente com os meninos, promovendo reflexões e mudanças nas atuais e futuras gerações, além de contribuir para a implementação de outras ações focadas na equidade de gênero.

Créditos:

Inara Fonseca: edição final de roteiro

Paula Guimarães: edição de divulgação

Kelly Ribeiro: locução, pesquisa e roteiro

Cristina Scheibe Wolff: revisão e pesquisa

Elaine Schmitt: revisão e pesquisa

Luiza Monteiro: edição de vídeo

Rafaela Coelho: arte de capa

Referências:

Como a violência política de gênero acontece?

O que é violência de gênero e como se manifesta?

Mapa Nacional da Violência de Gênero

Mapa da Violência de Gênero: Mulheres são quase 67% das vítimas de agressão física no Brasil

O que é “violência baseada no gênero”?

O jornalismo independente e de causa precisa do seu apoio!


Fazer uma matéria como essa exige muito tempo e dinheiro, por isso precisamos da sua contribuição para continuar oferecendo serviço de informação de acesso aberto e gratuito. Apoie o Catarinas hoje a realizar o que fazemos todos os dias!

Contribua com qualquer valor no pix [email protected]

ou

FAÇA UMA CONTRIBUIÇÃO MENSAL!

Últimas