Está no ar o segundo vídeo realizado pelo Laboratório de Estudos de Gênero e História, da Universidade Federal de Santa Catarina (LEGH-UFSC), em parceria com o Portal Catarinas, como parte do projeto “A internet como campo de disputas pela igualdade de gênero”. A produção explica o que é gênero, conceito investigado por teóricas feministas desde a década de 1980, a partir da ideia comum de que essa é uma construção social, com influências do contexto histórico e cultural.

Ao todo, serão oito vídeos com o objetivo de popularizar e desmistificar termos e conceitos comuns nos estudos de gênero, feminismos e sexualidades, postados nas redes sociais das organizações e no Youtube do LEGH-UFSC com audiodescrição. A campanha conta com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e busca alcançar especialmente o público jovem e adolescente.

Gênero

A produção fala sobre como papéis sociais de gênero são definidos a partir de um conjunto de ideias, comportamentos e padrões que são pressupostos pela sociedade, conforme o sexo das pessoas. Enquanto se espera que meninos não chorem e não brinquem com bonecas, das meninas é esperado que sejam sensíveis e amorosas, por exemplo.  Assim, o vídeo narra como esses estereótipos produzem diversas desigualdades entre homens e mulheres e também para pessoas não binárias, trans, travestis e outras identidades fora da heteronormatividade. 

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“Sexo e gênero são coisas diferentes. O primeiro tem a ver com características como cromossomos, níveis hormonais, órgãos genitais e reprodutores. Já o segundo, uma pessoa pode ou não se identificar com o gênero que lhe foi atribuído ao nascer. Ela pode não se identificar com nenhum gênero específico, inclusive”, explica o vídeo. 

Ainda para ilustrar como as expectativas de gênero mudam de acordo com a cultura e o período,  a produção resgata a lei brasileira que proibia mulheres de praticarem esportes “incompatíveis com as condições de sua natureza”, entre eles o futebol. O veto começou em 1941, na ditadura do Estado Novo (1937-1945), assinado pelo presidente Getúlio Vargas. A proibição demorou mais de 40 anos para ser derrubada.

Por fim, também explica que o termo “ideologia de gênero”, frequentemente usado por pessoas reacionárias para atacar as pautas relacionadas à igualdade de gênero e à diversidade sexual, não tem nenhuma relação com as reflexões levantadas pelos estudos de gênero. A expressão foi criada em 1997 por um padre que acreditava e defendia que o real objetivo do feminismo era acabar com qualquer distinção entre homens e mulheres, ignorando as reais motivações dos movimentos feministas: a luta pelo fim das opressões de gênero.

Acompanhe o primeiro vídeo da série sobre feminismos.

Créditos:

Inara Fonseca: edição final de roteiro

Paula Guimarães: edição de divulgação

Kelly Ribeiro: locução, pesquisa e roteiro

Cristina Scheibe Wolff: revisão e pesquisa

Elaine Schmitt: revisão e pesquisa

Luiza Monteiro: edição de vídeo

Rafaela Coelho: arte de capa

Referências:

Você já ouviu falar sobre a igualdade de gênero? 

Gênero: você entende o que significa?

Equidade de gênero em saúde

“Pequeno dicionário” do Observatório de Sexualidade e Política – Termos ambíguos do debate político atual 

O conceito de gênero por Judith Butler: a questão da performatividade

Orientações sobre Identidade de Gênero

Gênero, o que é isso?

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