Está no ar o sexto vídeo da campanha que une ciência e jornalismo para tornar mais acessíveis termos e conceitos utilizados nos estudos de gênero, feminismos e sexualidades. Fruto da parceria entre o Laboratório de Estudos de Gênero e História, da Universidade Federal de Santa Catarina, e o Portal Catarinas, “Anticapacitismo” aborda como esse conjunto de ações e posturas desafia estereótipos e busca promover a igualdade de oportunidades e acessos para todas, todes e todos.
A produção faz parte dos resultados do projeto “A internet como campo de disputas pela igualdade de gênero” e integra uma campanha com oito vídeos de aproximadamente 2 minutos e meio.
A Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) financia a iniciativa que tem o objetivo de alcançar, especialmente, o público jovem e adolescente. Os materiais estão sendo publicados nas redes sociais das organizações: @legh.ufsc (Instagram e Tik Tok) e @portalcatarinas (Instagram e Tik Tok) e no Canal Gênero e História do Youtube (legh.ufsc). Em breve, também estarão disponíveis no site internetlegh.ufsc.br.
Já foram publicados: “Feminismos”, “Gênero”, “Interseccionalidade”, “LGBTQIA” e “Antirracismo”.
Anticapacitismo
De maneira sucinta, a produção define capacitismo como a discriminação contra pessoas com deficiência. Destacando que ela acontece de maneira sistemática e se alia a outras formas de opressão, reproduzindo diferentes níveis de violência.
A partir dessa explicação, o vídeo aborda a luta pelos direitos das pessoas com deficiência sob o argumento de que a diversidade humana inclui a deficiência como uma de suas características, assim como raça, sexualidade ou identidade de gênero. E que tais características não deveriam definir ninguém, ao contrário do que acontece e do que denunciam pessoas que compõem grupos vulnerabilizados e/ou fora da corponormatividade.
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A produção também traz dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD): Pessoas com Deficiência 2022 que mostram que no Brasil, 8,9% da população com 2 anos ou mais possui alguma deficiência. São cerca de 18,6 milhões de pessoas, sendo mais da metade delas mulheres. O vídeo lembra que são as mulheres que protagonizam os movimentos de luta pelos direitos das PCDs, em busca de mais representatividade, acessibilidade e inclusão social e política.
Além disso, ressalta que, apesar dos avanços conquistados por essa parte da população, os desafios continuam. Portanto, para mudar essa realidade, é fundamental que sejam adotadas ações anticapacitistas, que vão desde mudanças pequenas, como no vocabulário por exemplo, eliminando expressões capacitistas, até a implementação de políticas públicas que garantam a inclusão de pessoas com deficiência em todos os espaços.
O vídeo tem como proposta chamar a atenção das pessoas de que o anticapacitismo é um compromisso social que pode começar, também, com atitudes individuais. O objetivo é fazer com que quem está do outro lado da tela se coloque no lugar, repense os espaços que ocupa, sejam eles físicos ou virtuais, e questionem o que podem fazer para que esses espaços acolham pessoas diversas, tornando-se mais acessíveis. É um chamado para a responsabilidade coletiva na garantia de autonomia, acolhimento e equidade para todas as pessoas.
Créditos:
Inara Fonseca: edição final de roteiro
Paula Guimarães: edição de divulgação
Kelly Ribeiro: locução, pesquisa e roteiro
Cristina Scheibe Wolff: revisão e pesquisa
Elaine Schmitt: revisão e pesquisa
Luiza Monteiro: edição de vídeo
Rafaela Coelho: arte de capa
Referências:
Gênero, deficiência, cuidado e capacitismo
A luta histórica pela conquista dos direitos das pessoas com deficiência
Afinal, o que é anticapacitismo?
Acessibilidade e o direito das pessoas com deficiência
Capacitismo: subestimar e excluir pessoas com deficiência
A contribuição do modelo social da deficiência à psicologia social
Regulamentação de artigos da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência