O Laboratório de Estudos de Gênero e História, da Universidade Federal de Santa Catarina (LEGH-UFSC), em parceria com o Portal Catarinas, lança nesta quarta-feira (24) uma série de vídeos com o objetivo de popularizar e desmistificar termos e conceitos comuns nos estudos de gênero, feminismos e sexualidades. Com linguagem coloquial e didática, os vídeos buscam alcançar especialmente o público jovem e adolescente nas redes sociais. A campanha conta com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e faz parte dos resultados do projeto “A internet como campo de disputas pela igualdade de gênero”.
“Esse é um espaço em que estas questões estão em disputa com perspectivas retrógradas e conservadoras, misóginas e antifeministas, preconceituosas. Assim tentamos trazer informações atualizadas, com o aval de uma pesquisa acadêmica, para que as pessoas possam superar preconceitos e evitar as fake news e as desinformações que acabam por gerar violências e desconfortos para muitas pessoas ao navegarem na web”, explica Cristina Scheibe Wolff, professora do Departamento de História da UFSC e coordenadora da pesquisa.
Ao todo, serão oito vídeos com uma duração média de 2 minutos e meio, publicados semanalmente nas redes sociais das organizações e no Youtube do LEGH (@GeneroeHistoria), com audiodescrição. O primeiro já está disponível com o tema “Feminismos”, abordando a origem e as vertentes do movimento.
Feminismos
A produção resgata o contexto histórico do feminismo enquanto movimento político e social em suas diversas perspectivas, como os feminismos socialistas, negros, interseccionais e transfeminismos, e destaca que, apesar das diferenças entre suas vertentes, todas têm em comum a luta pelo fim das opressões de gênero.
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No vídeo, além de explorar a trajetória histórica das chamadas “ondas feministas”, são apresentadas de forma sucinta datas significativas e algumas das principais reivindicações desses movimentos. O conteúdo também aborda o fenômeno do antifeminismo, um movimento hostil às lutas por equidade de gênero, destacando a sua postura negacionista em relação à produção acadêmica no campo.
“Talvez você já tenha se deparado com páginas ou pessoas na internet que se denominam antifeministas, criticam as demandas por equidade de gênero e acusam feministas de serem “destruidoras da família”. E não é nada disso, né? Sem a luta feminista nós não poderíamos votar, estudar, se divorciar, trabalhar em profissões valorizadas, ter direito a herança e uma lista enorme de interdições que talvez sua avó tenha vivido. Então, a questão aqui é sobre conquista de direitos!”, diz um trecho do vídeo.
Segundo Wolff, além dos vídeos também estão previstos outros materiais como uma cartilha educativa, podcasts, um ebook e artigos, visando atingir um público amplo, incluindo jovens, professoras, estudantes e todas as pessoas que tenham interesse nos temas abordados.
“Prevemos a construção de uma série de materiais didáticos a partir da pesquisa, no sentido de informar as pessoas sobre as questões de gênero e feminismos e, especialmente, evitar as violências de gênero, misoginia, homofobia, transfobia, e outros comportamentos preconceituosos nas redes sociais”, detalha.
Para acompanhar a campanha, siga as redes sociais das organizações: @legh.ufsc e @portalcatarinas. Os materiais também estarão disponíveis no site internetlegh.ufsc.br que será lançado em breve. Nos próximos vídeos, serão abordados os temas: gênero, interseccionalidade, LGBTQIA, antirracismo, anticapacitismo, violência de gênero e violência de gênero na internet.
Créditos:
Inara Fonseca: edição final de roteiro
Paula Guimarães: edição de divulgação
Kelly Ribeiro: locução, pesquisa e roteiro
Cristina Scheibe Wolff: revisão e pesquisa
Elaine Schmitt: revisão e pesquisa
Luiza Monteiro: edição de vídeo
Rafaela Coelho: arte de capa
Referências:
Gênero, sexo, sexualidades – Categorias do debate contemporâneo
Traduzindo o debate: o uso da categoria gênero na pesquisa histórica
Conheça as principais vertentes do feminismo