Em uma noite sem lua, quatro homens evangélicos mal-intencionados, rondam a casa de uma senhora idosa Guarani e Kaiowá conhecida por fazer rezas e benzeduras entre os indígenas. Enquanto ela dormia com as crianças, esses homens atearam fogo na casa. Sem saber ao certo o que havia acontecido, acordaram assustadas com o incêndio e o cheiro da fumaça. Correndo contra o tempo, buscavam salvar suas vidas. Deixaram todos os pertences para trás, inclusive documentos pessoais. Tudo virou a cinza de uma lembrança terrível.

Vinte relatos de casas queimadas. Dez mulheres indígenas Guarani e Kaiowá espancadas e acusadas de bruxaria no estado de Mato Grosso do Sul. Após cinco séculos de invasão das terras e extermínio, povos indígenas precisam lidar, ainda hoje, com um novo processo de perseguição religiosa, desta vez protagonizado pelo fundamentalismo de famílias cristãs evangélicas que aterroriza suas vidas. Atacam o corpo, a identidade, a cultura e todo um sistema simbólico que interliga as pessoas à terra e ao território em seu espírito.

O aumento considerável desse tipo de violência aconteceu no último ano na região de Dourados (MS), onde existem muitas aldeias indígenas e áreas de retomadas, ainda não homologadas e registradas pelo Governo Federal. Um território em disputa, que retrata dia após dia o descaso das autoridades competentes e a ação deliberada do Estado diante da negociação das terras de acordo com interesses particulares.

É a realidade vivida por senhoras idosas indígenas, anciãs que detém os saberes ancestrais e que tentam, por meio da memória oral, repassar esses conhecimentos para as próximas gerações. Outras violências também estão sendo vividas por crianças e jovens indígenas como atropelamentos e suicídios, além da falta de alimentos e desassistência na área de saúde que afeta a todos. Tudo isso por pressão de grandes fazendeiros e de um Estado militarizado que revela sua coerção em plena pandemia de Covid-19.

O perigo mora ao lado: a nova face dos evangélicos

A indígena Flávia Arinos, do Povo Guarani-Kaiowá do Mato Grosso do Sul (MS), integrante da Kuñangue Aty Guasu, Assembleia das Mulheres Guarani e Kaiowá, relata diferentes violações a partir de um mapeamento que as mulheres estão desenvolvendo no território. “A perseguição é dessa forma e onde várias mulheres já foram espancadas, várias idosas já foram espancadas brutalmente por serem acusadas de bruxaria”. Ela conta que sua mãe foi uma das mulheres que teve a casa queimada por famílias evangélicas indígenas, e que há igrejas dentro dos territórios.

Flávia Arinos, do Povo Guarani-Kaiowá do Mato Grosso do Sul (MS), integra a Kuñangue Aty Guasu, Assembleia das Mulheres Guarani e Kaiowá/Foto: arquivo pessoal

“No mês passado a minha mãe sofreu uma violência muito grave, muito grave mesmo. Queimaram a casa dela, ela perdeu tudo que tinha, inclusive os documentos pessoais dela, por filhos de evangélicos. Foram quatro filhos de evangélicos para assaltar a casa da minha mãe, e como a minha mãe não tinha nada, resolveram botar fogo na casa dela. Isso aconteceu à noite, por isso ela não conseguiu salvar nada que estava dentro da casa. Só conseguiram salvar a vida delas mesmo, ela e algumas crianças que moram ainda com a minha mãe. É uma violência, muita barbaridade. Eu não sabia o que fazer. Além de eu ser perseguida, também a minha mãe veio a sofrer esse tipo de coisa”, relata.

Nesse momento, as mulheres Guarani e Kaiowá estão lutando em defesa dos seus povos, das culturas tradicionais, pela vida das anciãs, dos ancestrais, e, por esse motivo, sofrem violências de variadas formas.

“Todos Guarani e Kaiowá, nós que moramos nas áreas não demarcadas enfrentávamos diariamente pistoleiros que são contratados pelos grandes empresários para tirar a vida dos Guarani e Kaiowá que moram nas retomadas. E nós, ativistas, sofríamos muita perseguição e estamos sofrendo até agora. A gente foi perseguida várias vezes com ameaça de morte, tivemos que ficar escondidas, sair de novo e continuar nossas lutas. Depois chegou essa pandemia, depois de tanta luta que passamos, com a chegada da pandemia a coisa piorou ainda mais com esse governo atual”, denuncia.

Outros Povos Indígenas como os Kaimbé da aldeia multiétnica Filhos Dessa Terra em Guarulhos, São Paulo e os Xetá, Guarani Nhandeva e Kaingang que vivem em São Jerônimo da Serra, no Paraná, sofreram ataques semelhantes nos últimos meses.

A perseguição contra as mulheres indígenas perpassa as aldeias

Com a atual gestão do governo federal, os militares foram transferidos para áreas de atuação dentro do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) e, por isso, trabalhadores indígenas estão sendo demitidos. Por este motivo, Flávia Arinos integrou um grupo de pessoas que participou de uma ocupação do DSEI de Mato Grosso do Sul, para reivindicar que a população indígena tenha como mediadores da área saúde os próprios indígenas que conhecem a cosmologia dos Povos Originários. Hoje, o Polo Base de Dourados está sendo ocupado pelo grupo até que alguma medida favorável seja tomada a favor dos indígenas.

“Eu sou de luta há muitos anos, já fui perseguida por muitos anos, e ainda estou aqui lutando pela minha comunidade. Neste ano, estou sendo perseguida por não defender o militar que está dentro da nossa Saúde Indígena, no DSEI do estado de Mato Grosso do Sul. Desde janeiro a gente está fazendo essa ocupação no DSEI para trocar o militar que está demitindo todos os funcionários indígenas e funcionários não indígenas que estão trabalhando com a gente, que tem história dentro da nossa saúde indígena. E eles foram todos mandados embora”, contextualiza Flávia Arinos. 

Os militares ocuparam cargos indígenas no DSEI de Mato Grosso do Sul, uma decisão imposta aos indígenas, que não apoia ou representa a complexidade de cosmovisão que uma pessoa indígena possui em relação à saúde. Flávia Arinos afirma que não pode apoiar tal decisão.

“E esse militar está mandando perseguir várias pessoas do movimento que somos nós, principalmente nós mulheres, estamos passando por muitas perseguições. Eu também estou sendo perseguida agora por não estar do lado de um militar. Jamais vou defender um militar porque nós já fomos despejados muitas vezes das nossas terras por militares”, enfatiza.

De acordo com a indígena, foram feitas diversas denúncias formais nos órgãos responsáveis por mediar os conflitos que envolvem a questão indígena no Brasil como o Ministério Público (MP) e na Fundação Nacional do Índio (FUNAI), mas nenhum encaminhamento foi dado com a atual conjuntura política do país. Para Flávia, este cenário é preocupante, pois o arrendamento ilegal de Terras Indígenas vem acontecendo e aprofundando ainda mais as desigualdades.

Entramos em contato com o Ministério Público do estado de Mato Grosso do Sul e Ministério Público Federal que atua na região, mas ainda não tivemos acesso aos dados e relatórios organizados pelos órgãos competentes, pois, ao que parece, não há ferramentas estatais necessárias e que sejam suficientes para acompanhar as demandas e as reivindicações cotidianas dos Povos Indígenas.  

O contexto das denúncias

Conversamos com a antropóloga Priscila de Santana Anzoategui, integrante do NUPIR – Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Povos Indígenas da Igualdade Racial e Étnica da Defensoria Pública Estadual de Mato Grosso do Sul. Ela analisa que em alguns casos várias problemáticas podem interligar essas violências contra as mulheres indígenas: violência doméstica, disputa do terreno dentro da aldeia e intolerância religiosa. A antropóloga observa que, a partir de 1970, houve um crescimento das igrejas neopentecostais, um ponto importante desse contexto.

Priscila de Santana Anzoategui atua no Núcleo NUPIR – Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Povos Indígenas da Igualdade Racial e Étnica da Defensoria Pública Estadual de Mato Grosso do Sul/Foto: arquivo pessoal

“Eu pontuaria que as razões seriam por causa da proliferação de igrejas neopentecostais nas aldeias Guarani e Kaiowá que acontece desde o final da década de 1970. Acho que existe um discurso que não aceita a religião tradicional, mas além de não aceitar, persegue os rezadores e rezadoras (os nhanderu e as nhandesy). Muitas vezes queimando suas ogapysy (casa de reza), ou acusando os mesmos de feitiçaria, o que nos remete à época da inquisição, se antes era a igreja católica que perseguia, hoje são as igrejas neopentecostais”, ressalta.

Em seu estudo intitulado “Somos todas Guarani-Kaiowa: Entre narrativas (d)e retomadas agenciadas por mulheres Guarani e Kaiowá sul-mato-grossenses”, realizado em 2017, ela pôde conhecer um pouco mais sobre a realidade e os conflitos que atravessam o cotidiano da vida das mulheres indígenas Guarani e Kaiowá.

“As mulheres Guarani e Kaiowá são as mais perseguidas. Por causa dessa questão de gênero mesmo, apesar de culturalmente os Kaiowá e Guarani não serem machistas, a partir do momento que houve o contato interétnico, de que os homens tiveram que sair das suas aldeias para trabalhar primeiro nas plantações de erva mate, depois nas usinas de cana e na monocultura da soja, esses homens acabaram reproduzindo o machismo nas relações familiares”, explica a pesquisadora.

O monitoramento organizado pela Assembleia Kunangue Aty Guasu, intitulado Corpos silenciados, vozes presentes: a violência no olhar das Mulheres Kaiowá e Guarani – Hete kirirîm ayvu jekaa tekovai, kuñangue, lançado em 2020, traz a denúncia dos crimes de intolerância religiosa e a demonização de rezadeiras e rezadores. De acordo com o documento, “as casas de rezas estão sendo incendiadas, anciãs e anciões estão sendo criminalizados pelo discurso da igreja. Frequentemente consideradas feiticeiras e bruxas, as anciãs são torturadas, estupradas e até ameaçadas de serem queimadas”.

Para a antropóloga, a conversão de indígenas para a religiosidade cristã neopentecostal está piorando essas relações, tendo como consequência mais violência contra as mulheres indígenas, principalmente as mulheres mais idosas que detém o conhecimento tradicional.

“E a conversão para as igrejas neopentecostais piora essas relações. As nhandesy são as mais perseguidas porque a maioria delas são mulheres idosas, que detém o conhecimento tradicional e repassam para as gerações. Então, elas sofrem violência psicológica e física. Apanham até dos seguranças dos capitães (o capitão seria a liderança principal dentro da aldeia, essa autoridade foi instituída pelo SPI – Serviço de Proteção ao Índio – no começo do século 20, sendo que nesse início o SPI escolhia um indígena para ser chefe do posto e passar todas as informações para o órgão público. Durante a ditadura militar essa autoridade aprendeu com os milicos a agir com poder de polícia”, declara.

Criado em 1910, o Serviço de Proteção ao Índio (SPI) nasce com a função de aldear os indígenas em todas as regiões do Brasil, confinando essas populações em pequenas áreas de terra, apresentando-os ao trabalho forçado, à catequização, à escolarização, entre outras inúmeras violências físicas e simbólicas. O órgão deu lugar à Fundação Nacional do Índio (FUNAI), instituição estatal que está desarticulando as políticas públicas que beneficiam os Povos Indígenas e que vem sendo desmantelada pelo governo atual. Esta realidade mostra as diferentes camadas de interesse do Estado.

Dados do Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil (2020) apontam que os casos de violência contra indígenas aumentam 150% no primeiro ano do governo Bolsonaro (sem partido). Neste último mês acompanhamos a intimidação de mulheres indígenas por parte desse governo, que intimou a depor na Polícia Federal Sônia Guajajara do Maranhão, Auricélia Arapiun e Alessandra Munduruku do Pará. Ação antidemocrática que busca amedrontar as mulheres organizadas contra as violências.

Religião e poder: mulheres indígenas denunciam violências fundamentalistas

No diálogo com as mulheres indígenas identificamos que, principalmente pessoas cristãs de religião evangélica, estão atacando as comunidades indígenas. Este posicionamento político e ideológico por parte de grupos de pessoas religiosas, que utilizam a violência para impor o seu modo de compreender a realidade, traz muitos problemas para as mulheres indígenas. Shirley Djurkunã, do Povo Krenak, de Minas Gerais (MG), diz que o posicionamento fundamentalista da fé busca retirar os direitos dos Povos Indígenas.

“No que diz respeito ao fundamentalismo dentro das comunidades eu acho que vem de uma forma totalmente abusiva, racista, e que está trazendo ações totalmente negativas e impróprias para as comunidades indígenas. Está nos prejudicando muito. E essa forma com que as pessoas ficam utilizando a tal chamada fé como mercadoria. Esse fundamentalismo que avança cada vez mais dentro das nossas terras, das nossas comunidades, com interesse de tomar tudo que é nosso, de tirar os nossos direitos de ter nossas terras, de ter nossa cultura, de ter o nosso jeito simples de falar com grande criador, esse fundamentalismo precisa parar imediatamente. É um fundamentalismo que mata, que agride e que tira de nós a paz e o direito de viver em uma terra sem males”, relata Shirley Krenak.

O comportamento extremamente conservador do fundamentalismo religioso, com práticas patriarcais abusivas, misóginas e racistas, que violenta todas aquelas que não compactuam com suas violações, é um projeto político para desestabilizar a democracia, como pudemos observar nas últimas eleições. Para Shirley Krenak, a bancada evangélica atua contra a democracia.

“Esse conservadorismo dentro dessa questão evangélica está trazendo esse tipo de problema para nós, sem contar que dentro do governo a bancada evangélica é uma bancada que não condiz com a forma de pensar, não somente dos povos indígenas, mas da população brasileira. É um povo que está trabalhando totalmente ao contrário do que diz respeito à democracia de verdade”, explica. 

A indígena ressalta que considerar a diversidade religiosa faz parte das práticas de respeito entre as religiões. “Nesse exato momento a única coisa que nós povos indígenas queremos é que todos os outros movimentos religiosos, seguimentos religiosos, possam respeitar os nossos. Que eles possam nos respeitar, porque nós respeitamos todos os outros segmentos que envolvem religião”, enfatiza.

“O tripé igreja, sistema escolar e sistema capitalista sustenta impérios”

O processo de descolonização das práticas religiosas pode ser pensado a partir de ações que visibilizem as diferentes práticas e rituais sagrados nas culturas, incentivando o respeito entre os grupos. A perspectiva da diversidade cultural e religiosa valoriza a etnicidade e o olhar sob as mais diversas pautas identitárias dos diferentes Povos Originários que fazem parte do Brasil na atualidade.

Indígena Mbyá-Guarani, Kerexu Yxapyry, da Terra Indígena Morro dos Cavalos, Palhoça (SC)/Foto: arquivo pessoal

Para a indígena Mbyá-Guarani Kerexu Yxapyry, da Terra Indígena Morro dos Cavalos, Palhoça (SC), a religião é uma imposição colonial vivida até os dias atuais, que tenta invisibilizar as crenças dos Povos Indígenas.

“Na verdade, dentro do povo indígena não existem religiões. A religião é algo que foi imposto desde a época da invasão em 1500 e veio com esse papel da colonização. Para nós, não existe religião, existe crença, a forma que nós acreditamos e como nós nos relacionamos com ela”, diz Kerexu.

A indígena comenta que alguns dos Povos Indígenas receberam os navegadores que chegaram em nome de deus por respeitarem as divindades, oferecendo-lhes muitos presentes. Mas enfatiza que o genocídio e o etnocídio aconteceram por meio da catequização pelos cristãos, causando muitas mortes dos indígenas em nome da fé.

“Tanto é que quando nós recebemos os europeus aqui no Brasil foi em nome dessa divindade, porque chegaram em nome de deus. Por nós acreditarmos muito nessa questão do criador e de ter essa esperança, que além do grande oceano existe uma terra sem males, um criador. Nós recebemos os portugueses nas nossas terras e oferecemos as melhores coisas para eles naquele período. Foi muito confundido nesse período a questão dessa crença e até hoje na verdade a gente vê essa atuação das igrejas nas aldeias”, esclarece.

Um ponto de vista levantado por ela é a entrada do ensino formal como política pública dentro das comunidades Guarani, ação que causou muita discussão dentro de seu povo pelas diferenças culturais nas práticas cotidianas educacionais.

“Eu acredito assim, que a questão da igreja foi o primeiro sistema de manipulação e de poder a ser implantado no mundo, no Brasil inclusive, porque ele começa a lapidar primeiro as mentes das pessoas a pensarem igual, fazerem igual, a condenarem e até matarem os demais. Depois disso, vem a parte da escola que é outro sistema maior. Quando a gente mata as mentes, depois a gente pode lapidar a parte física e o modo de vida também. E isso é muito, muito grave”, afirma Yxapyry.

“Se a gente for analisar esse fundamentalismo, da forma que ele foi imposto para humanidade, como que a humanidade acabou caindo nesse golpe do sistema, que começa então pela igreja implantada hoje nesses impérios, o sistema escolar e o sistema capitalista. São esses que dominam hoje e ninguém consegue viver fora disso. Quem não tiver enquadrado nesses três eixos não é nada dentro do sistema”, acrescenta a entrevistada.

A diversidade religiosa como caminho para o respeito mútuo pelo Patrimônio Cultural

Podemos observar que o contexto político, religioso, econômico, ambiental, educacional entre outras esferas sociais, estão impactando de forma negativa a vida dos Povos Indígenas. “Historicamente, muitas das convivências entre pessoas com culturas, identidades e crenças diferentes foram e ainda são marcadas por e com representações sociais equivocadas, discriminadoras, preconceituosas e/ou exotizadoras fomentado e produzido leituras, olhares e ações de intolerância”, analisa a pedagoga, professora e doutora Lílian Blanck de Oliveira, especialista nas Ciências da Religião.

Segundo a pesquisadora, há um problema complexo no campo das religiosidades. Muitas razões podem ser observadas como motivos promotores da intolerância religiosa, como o incentivo dessas práticas por grupos de poder para a dominação, alienação e opressão ideológica.

“Atitudes de tal natureza podem não ser movidas necessária ou exclusivamente por ideários religiosos, mas estar agregando razões de ordem econômica, social, política e cultural próprias e variáveis de um contexto – tempo/espaço/lugar para o outro. Crenças e tradições religiosas detém a capacidade de fomentar, desenvolver e instaurar processos de libertação e/ou opressão; autonomia e/ou dependência; participação e/ou alienação nos contextos em que se percebem inseridos”, enfatiza.

De acordo com ela, são múltiplas as manifestações culturais criadas pela humanidade há milênios como espiritualidades para explicarem os acontecimentos do cotidiano e suas relações de transcendência, podendo ser indígena, africana, oriental, semita, cigana, entre outras expressões e celebrações que configuram o patrimônio cultural da humanidade.

“É no cotidiano de nossas vivências – saberes e fazeres – que podemos e precisamos exercitar o ato de reparar nas estruturas sociais, políticas, religiosas, econômicas e culturais que nos cercam – buscar observar sob vários pontos de vista, analisar, questionar e compreender oportunizando espaços de luz – brechas oportunas e necessárias para intervirmos nas múltiplas e desafiadoras realidades contemporâneas, entre elas as diversidades culturais religiosas”.

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  • Vandreza Amante

    Jornalista feminista, antirracista e descolonial atua com foco nos olhares das mulheres indígenas. A cada dia se descobr...

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