Mais de 90 mulheres vão ocupar a Praça XV de Novembro, no centro da capital, amanhã (27), num ensaio aberto das 10h30 às 12h, quando o Cores de Aidê coloca seu bloco de percussão e dança pela primeira vez na rua. Em menos de um mês de divulgação do bloco, a quantidade de integrantes quase dobrou. A mobilização continua para chamar mais mulheres, já que querem chegar a 500.

Esse tipo de movimento em que os blocos saem às ruas é muito comum no Pelourinho, em Salvador, como explica a cantora Dandara Manoela. A ideia é expressar liberdade e ao mesmo ocupar os espaços públicos. “Historicamente, o samba reggae é um movimento de rua. Queremos sentir um pouco disso. É como um ensaio aberto e uma oportunidade de apresentarmos esse som pra mais e mais pessoas”, explica a artista.

Como extensão da banda Cores de Aidê, o bloco tem uma proposta similar, porém deve atuar em eventos de maiores proporções, para além do carnaval, como interversões artísticas na rua, passeatas, marchas e, principalmente, nos próprios encontros semanais. Todas as mulheres podem participar. Os ensaios ocorrem das 11h às 13h, no Quilombo Estúdio, em Florianópolis.

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O bloco é uma extensão da banda Cores de Aidê/ Foto divulgação

As letras de protestos são acompanhadas do batuque do surdo, repique, xequere e caixa. Cauane Maia, também cantora, explica que as composições trazem denúncias de opressões e uma exaltação ao feminino:

“não enquanto supremacia, mas reconhecendo a sua importância e potencialidade, para além das amarras do machismo, patriarcado e misoginia social.”

O nome faz referência à figura mitológica de Aidê, mulher negra que permeia os cordéis nordestinos e cantigas de capoeira em busca da liberdade plena.  Aidê tinha magia no cantar e representa a capacidade da mulher de transcender a todas as mazelas. “Os valores de Aidê são inegociáveis, assim como os nossos”, afirma a cantora.

“Cores de Aidê” convida mulheres para integrar bloco em Florianópolis

 

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  • Paula Guimarães

    Paula Guimarães é jornalista e cofundadora do Portal Catarinas. Escreve sobre direitos humanos das meninas e mulheres. É...

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