A história de militância de Vanda de Oliveira Gomes Pinedo se entrelaça aos primeiros passos do Movimento Negro Unificado (MNU) no Brasil e em Santa Catarina. Logo que concluiu a Faculdade de Educação Física, no Instituto Porto Alegre de Ciências da Saúde (IPA), há mais de 40 anos, a ativista encontrou no movimento negro as respostas para enfrentar os olhares e o tratamento discriminatório, sobretudo no espaço acadêmico, ocupado majoritariamente por pessoas brancas. Há 25 anos em Santa Catarina, a professora de escola pública está prestes a se aposentar, mas não da luta. Neste mês da Consciência Negra em que o MNU nacional completa quatro décadas, Vanda celebra também sua trajetória de mobilização por formas de superação do racismo e pela libertação da população negra que foi escravizada por mais de três séculos no país.

A morte de jovens negros por falta de oportunidades e pelas mãos do Estado, o racismo institucional, o feminicídio de mulheres negras, o encarceramento em massa dessa população, são legados desse período em que seres humanos foram sequestrados, torturados e tratados como mercadoria. Os 130 anos de abolição da escravatura, completados em 2018, aliviaram o peso da chibata, mas não a extirparam totalmente de uma sociedade que, para manter o privilégio de alguns, insiste em negar a história e a opressão racial que estrutura a atualidade.

“Dizem que somos vitimistas porque eles fazem parte da casta dos modernos escravistas. Por isso precisam reafirmar e dizer para si todos os dias que não há população escravizada, que não há população que sofre com discriminação social, de gênero e de raça. O vitimismo vem para apagar a história da escravidão. Vitimismo é negar o processo da história, é negar a ditadura, negar que esse país viveu um golpe”, afirmou Vanda.

Em conversa na escadaria da Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Florianópolis, local emblemático à população negra, Vanda falou sobre as frentes de resistência diante da eleição de um presidente da república que defende publicamente o aniquilamento dos ativismos, categorizados por ele como “vitimistas”.

Catarinas – Quais são as principais frentes do MNU atualmente?
Vanda: São 40 anos de MNU nacional e 25 de estadual. Vivemos em um estado bastante repressor, que não constrói políticas para a população negra sem que estejamos o tempo todo brigando. Nem mesmo a Lei N. 10.639 (que prevê o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas redes públicas e particulares da educação) é cumprida. Todas as ações de implementação da lei são feitas por meio da judicialização do Estado. Assim é com todas as políticas direcionadas à população negra: a questão de moradia, da geração de renda, investimento agrícola nas comunidades quilombolas, a situação da juventude negra que não tem perspectiva. Esse Estado aposta em fechar escolas e abrir presídios. Essa é a realidade que já vivemos e que vai se intensificar no marco de um governo nacional pautado pela discórdia, ódio, divisão e pelo desrespeito à diversidade que tem nesse país, seja religiosa, de gênero, racial ou social. Estamos entrando numa era de um desgoverno que não respeita a Carta Magna que neste ano completou 30 anos. Esse governo também não preza pelo Estado laico. Voltaremos à ditadura militar. Os quadros de governo são todos do exército e forças armadas. Em Santa Catarina também teremos um governo da mesma sigla do Federal que não tem inserção no mundo social ou acadêmico. Vivemos ataques que nunca pensamos, ataques aos ensinos de Paulo Freire, à educação popular e libertadora.

Para nós, população negra e movimento social, esses ataques serão ainda maiores porque é um governo que não se pauta pelo respeito às lutas sociais. Teremos que nos organizar para as lutas que virão. As reformas que intensificam a perda de direitos também estão colocadas. Estamos num processo muito difícil em nível nacional e estadual.

Catarinas – De que forma as falas do presidente eleito em relação às lutas sociais pode afetar a existência dos movimentos?
Vanda: Vivemos essa situação de estigmatização de quilombolas, população negra e indígena, na montagem do governo, durante as eleições e no período em que ele exerceu o mandato de deputado. Bem, se ele desconhece a questão dos povos originários, o direito dessa população de ter território preservado para que viva da sua maneira tradicional, ele também não vai respeitar o que a lei preconiza para a população negra e população de rua. Nós passaremos a ter a divisão religiosa com a instituição desse governo. É grave a situação que viveremos. Há um apelo muito grande das igrejas neopentencostais.

Nós temos uma conjuntura extremamente complexa semelhante ao período nazista e da escravidão.

As reformas trabalhistas virão e não contribuirão com a vida da trabalhadora e do trabalhador brasileiro. Teremos que intensificar o processo de luta, pois serão anos de muita repressão, porque ele tem nas forças armadas a sua defesa: é lá que se alimenta. Lamentavelmente, o Brasil entra numa fase de ataque às populações fragilizadas, ao invés de apoiá-las. Quem chama para o ataque deve esperar a resistência. Estaremos prontos para resistir. É assim que foi, é assim que será.

Foto: Ayrton Cruz

Catarinas – Como você percebe as posições do presidente sobre a população negra e quilombola?
Vanda: Uma pessoa que conhece a realidade brasileira jamais diria o ele que disse dos quilombolas. Os quilombolas têm produtividade, estão em comunidades que produzem e vendem alimentos para prefeituras e escolas. Dizer que não haverá movimento social é uma audácia dele. Nesse país do racismo, país que não respeita as diversidades, sempre houve resistência, mesmo no período da escravidão, com o chicote batendo, com o sal comendo no coro do povo negro, mesmo nesse período houve resistência. Neste momento não será diferente, os movimentos sociais estão preparados para a contraposição às ações do estado. Ele vai colocar a polícia em cima, porque esse é seu aparato. A gente sabe que a polícia sempre foi aparato de defesa e sustentação do Estado como está e não do povo. Ele vai lançar mão desse seu espaço no poder militar para fazer valer as suas propostas, o seu desmando e desrespeito para com a população brasileira. Nós, população negra, somos 54% dessa nação e não ficaremos calados, os movimentos continuarão se reunindo. Ele vai proibir? Vamos voltar à ditadura? Então vamos fazer denúncias internacionais e isso é um entrave para o comércio internacional. O Brasil já não está sendo bem visto em nível internacional desde o golpe de 2016. Com essa postura de um governo ditador, racista, machista e homofóbico cresce ainda mais os olhos da Anistia Internacional, dos direitos humanos para a nação brasileira. Não é a toa que as relações comerciais do Brasil caíram nos últimos três anos.

Um presidente que não quer dialogar com o conjunto da diversidade. Não haverá de ser fácil pra ele se quiser dirigir o país com a base do nazismo, racismo e eurocentrismo e dando vivas à bandeira do EUA que são nosso grande algoz, que nos levou à dívidas enormes que tínhamos.

É o Brasil acima de tudo mesmo? Em relação à suspensão do programa Mais Médicos fica a pergunta: os médicos brasileiros vão para o Brasil profundo? Esses que levantaram a bandeira vão atender nos cantões de meu deus ou vão querer só trabalhar nos grandes centros? O que é o Brasil acima de tudo?

Catarinas – A negação da existência do racismo por parte da sociedade brasileira tem relação com a falta de memória do que foi o período da escravidão?
Vanda: Essa ideia de vitimismo vem para apagar a história da escravidão. Esse país se constituiu como? Eles dizem que somos vitimistas porque eles fazem parte da casta dos modernos escravistas, por isso precisam reafirmar e dizer para eles todo dia que não há população escravizada, que não há população que sofre com discriminação social, de gênero e de raça. Vitimismo é negar o processo da história, é negar a ditadura, negar que esse país viveu um golpe. É negar que temos um presidente preso por artimanhas do judiciário, aliás o judiciário está em xeque no Brasil. Se racismo é crime, e o presidente se coloca daquela forma como o judiciário diz que a exposição dele não é racista? Perguntamos: onde está o judiciário e onde estará nos próximos quatro anos? Um judiciário que se alia a um juiz que prendeu o Lula e depois se tornou ministro do próximo governo. São aliados dessa falsa ideia de “Brasil melhor” que nega a existência de uns e empodera outros. O que é a diversidade religiosa? É dizer que uma religião é melhor que a outra? O presidente não tem esse poder. Não vamos aceitar a inquisição.

Vamos ter que dar a volta na figueira para esquecer os processos históricos? E o nosso direito de professar nossa fé como queremos? O fechamento de terreiros, assassinato de pais de santo, o apedrejamento de filhos e filhas de santos isso está nos dados. Isso também é vitimismo, é lamúria?

Catarinas: Quando o presidente fala em “bandido bom é bandido morto” está se referindo a uma parcela da população brasileira que já é alvo da repressão policial e da justiça criminal. Como você avalia esse posicionamento?
Vanda: Um presidente que usa o jargão “bandido bom é bandido morto” está se pautando pela violência. Um candidato à presidência que apresenta armas como alternativa no seu programa de governo não poderia nem concorrer num país em que a morte já é institucionalizada, em que a polícia mata cotidianamente a população negra e que a juventude negra está na mira do tiro todos os dias. Esse país deveria ter impedido uma pessoa com essa postura de concorrer. Mas não temos mais judiciário, a figura que deveria manter a lisura do processo eleitoral e a moral na apresentação das candidaturas. Cadê a Justiça brasileira? Não temos Justiça porque ela está atrelada ao capital, à política do governo eleito. A prova disso é o juiz que estava fazendo julgamento do Lula estar no novo governo. O judiciário deveria ser o guardião do cumprimento da Constituição e do Estado laico, mas já vimos que não temos mais Estado laico pela fala que o presidente eleito fez após o resultado das eleições.  O que sobra pra nós é unidade na luta, denúncias à Anistia Internacional e resistência. Nem o escravismo deu conta de cessar a resistência. Teremos polícia nas ruas batendo em movimento social, em quem estará defendendo os seus direitos.

Catarinas: Qual a proposta do dia e mês da Consciência Negra?
Vanda: Nestes quase 20 anos que existe a data da Consciência Negra, lutamos pela mudança de atitude da sociedade e poder público. Por isso temos tantas atividades neste mês. Mas não é para acontecer só em novembro. É um equívoco entendermos que a modificação de um pensamento racista vai ser dar somente em um mês. A busca do movimento negro é, compreendendo que essa sociedade é racista, promover discussões durante o ano. É preciso que a gente reafirme que essa sociedade é racista o tempo todo. É papel do poder público construir alternativas e não nosso. Não criamos o racismo, não trouxemos pessoas para escravizar em solo brasileiro. É preciso que o poder público se encarregue de cumprir aquilo que está na Constituição Brasileira. A data da Consciência Negra vem como dia de luta, de resistência para fazer com que os organismos públicos e privados se coloquem nesse papel de defensor, de construir uma sociedade diferente.

Esperamos não ter os mesmos níveis de encarceramento e que as escolas não virem cadeia e sejam espaços de sociabilização. Tivemos muitas escolas fechadas no estado, em comunidades majoritariamente negras. Precisamos que essas escolas virem polos de formação, cultura, diálogo e debate, aonde a população possa ir e se ver com dignidade.

Catarinas – Como você começou a se envolver com o movimento social?
Vanda: Moro há 24 anos em Santa Catarina. Vim do movimento MNU do Rio Grande do Sul e quando cheguei passei a impulsionar e promover o MNU catarinense. O que faz uma pessoa chegar à militância negra é sempre para que ela entenda um pouco mais da sua história e consiga vencer ataques que ela sofre na sociedade. O movimento faz a formação, dá esse empoderamento para que você consiga argumentar quando sofre discriminação ou indicar às pessoas que ao seu lado sofrem discriminação aonde elas podem recorrer para que sua dignidade seja respeitada. O movimento é o espaço onde a gente alimenta os nossos debates para poder sobreviver nessa sociedade racista. A minha entrada na discussão racial começou na faculdade. Formei-me em Educação Física em 1974. Percebi e vivi o racismo na universidade privada e sempre pensei que quando terminasse o curso entraria no movimento negro. O curso de educação física era extremamente racista. Era período de ditadura e havia poucos estudantes negros. A turma era dividida em feminina e masculina e depois de muito brigarmos conseguimos unificá-las. Quando comecei a trabalhar nas escolas percebi que a questão racial estava muito forte e precisava intervir no processo. Eu era uma das poucas negras formadas. Entendi que tinha uma obrigação com o meu povo para de alguma forma ajudar nessa luta de combate ao racismo e tomei pra mim essa tarefa.  

Pensava que eu só seria plena se a minha formação servisse para ajudar a emancipação e liberdade do meu povo. Logo que saí da universidade procurei movimentos que atentassem para esse processo de libertação, para a gente se empoderar de conhecimento e fazer transformações.

Catarinas – Como você responde àquelas/es que afirmam não haver racismo no país?
Vanda: Refuto qualquer ideia de que não existe racismo. Cada negra e negro tem uma história de racismo para contar e isso é realidade da sociedade brasileira. Uma sociedade que montou seu capital com a venda de seres humanos. Como a gente vai dizer que isso é vitimismo? Nossos antepassados que pra cá foram sequestrados, não foram trazidos, perderam seus nomes pelo processo escravista. Essa realidade precisa ser exposta. O racismo foi uma saga brasileira que escravizou milhares de pessoas.

O capital brasileiro cresceu com a escravização, com a compra e venda desses povos. Ter escravos era uma questão de status para os senhores. Não podemos apagar essa história dizendo que é mero vitimismo. Isso é a negação do sofrimento de um povo.

Foto: Ayrton Cruz

Catarinas: As religiões de matriz africana têm sido discriminadas e, por vezes, proibidas pelo poder público de manterem suas atividades. Como o movimento tem atuado frente à essa situação?
Vanda: Participo do Fórum de Matrizes Africanas de Florianópolis e região. Entramos na Defensoria Pública da União contra a prefeitura da cidade, porque a Constituição diz que o Estado é laico e que não pode intervir nos cultos. Não há legislação municipal que trate da questão patrimonial. Religião de matriz africana é patrimônio cultural dessa nação, portanto precisa ser respeitada. A Justiça concedeu liminar para que a prefeitura estruture o funcionamento das casas e não o fechamento. A polícia tem fechado os terreiros quando há uma reclamação e essa reclamação está ligada ao modelo de religiosidade estabelecido – o neopentecostal. E que a partir do próximo ano vai estar mais estabelecido ainda. Que professem a sua fé e respeitem a nossa. Nós não perdemos tempo de culto para falar de religiosidade de ninguém. Essas religiões deveriam fazer seu o trabalho sem promover lavagem cerebral nas pessoas. Esse governo ganha fazendo lavagem cerebral, com os pastores chamando voto e demonizando nossa prática religiosa. O demônio não existe nas nossas práticas religiosas. Exum é o orixá do caminho, da dualidade, da força e da fertilidade. Não reconhecemos o demônio, isso é uma coisa deles e se é deles que se responsabilizem. Nossas casas de religiosidade atendem comunidades no entorno, alimentam as pessoas nas festas, confortam, servem como atendimento psicológico, acalmam as agonias. Muitos pastores tiveram vivência em matriz africana e deveriam respeitar a casa que foram. Não é à toa que hoje fazem sessão de descarrego nas igrejas neopentecostais, prática que tem origem na matriz africana. Estão aderindo às nossas práticas e ao mesmo tempo nos chamam de demônio, é contraditório.

Catarinas – E quanto ao discurso político de afastamento das lutas sociais colocado em algumas igrejas neopentecostais?
Vanda: Eles oferecem o pedaço do céu, nós não causamos nas pessoas a ilusão de que vão entrar para uma igreja e ficar ricas. Não pensamos sob a ótica do capitalismo. A riqueza para nós é a saúde, o bem estar, viver em paz com a gente. Vender pedaço de céu para nós não existe. Muitas pessoas porque estão em condição de rua e debilidade de trabalho acabam acreditando nisso. Os pastores é que ganham, eles sim estão cheios de dinheiro.

Não criamos essa expectativa de que a pessoa vai ter casa na praia com piscina e carrão zero, nós trabalhamos com a força espiritual, porque é o que vai fazer com que a pessoa ande e lute melhor, respeite o outro e o espaço onde está. Para o fiel, o pastor que fala no altar é rei. A gente não sabe em que condição a pessoa chegou lá para buscar ajuda. Se o pastor disser me traz R$ 100, ela faz uma faxina e entrega o dinheiro do trabalho. Isso é utilizar de má fé.

Não temos o capital que eles têm, não tiramos dinheiro das pessoas. Nosso trabalho é de formiguinha. Eles têm mídia, rede de televisão, dinheiro, espaços de prática religiosa, não pagam imposto, tem tudo que não temos e ainda dizem que somos vitimistas. Nosso trabalho é de construção política para que as pessoas compreendam os espaços em que estão vivendo. Essas pessoas são proibidas pelos pastores de participar de movimentos sociais. Há um medo deles de que as/os fiéis desvendem determinadas situações. Essas pessoas vivem em casulos.

Catarinas – Como está a situação das áreas quilombolas em Santa Catarina?
Vanda: São 17 quilombos em Santa Catarina, 15 estão certificados e nenhum titulado. Desde o golpe de 2016 as políticas quilombolas estão paralisadas e a gente pouco avançou nestas discussões. Estamos com uma ocupação em Campos Novos, em uma área que é da comunidade Invernada dos Negros. Esconderam o testamento de 1927, que comprova o direito ao território e dizia que a área não poderia ser vendida, alienada e arrendada. A comunidade não precisava passar por esse processo, que só está acontecendo porque o testamento foi burlado. Parte da comunidade resistiu à perda de território ao longo dos anos. A ocupação ocorreu em 7 de setembro em parte da área que está sob o domínio da Biguaçu Papéis e Celulose. O plantio de pinus pela empresa já afetou as águas daquela região. O ato ocorreu porque este processo está completamente parado. O INCRA tem um superintendente golpista que diz não ter verbas para fazer as indenizações. Cruzar os braços não é resposta. O que a comunidade fez foi dizer que estamos em muitos locais do estado, morando em péssimas condições e queremos a retomada do nosso território.

Catarinas – Essas comunidades têm sofrido repressão?
Vanda: Tivemos uma intervenção policial equivocada na Invernada dos Negros, no dia da eleição do segundo turno, quando entraram jogando foguetes e dando “vivas” a Bolsonaro. Esse não é papel da polícia. Os policiais sabiam que a maioria não votou em Bolsonaro por temer pelo futuro. A comunidade ficou bastante assustada, não quis revidar porque eles estavam armados e havia muitas crianças e idosos. Foi uma afronta da polícia, uma amostra de como vai ser a atuação daqui pra frente.

Catarinas – Como é ser mulher negra no estado mais branco do país e que ocupa posições de liderança em violência contra a mulher?
Vanda: É lutar todos os dias, atuamos em várias frentes, muitas vezes não temos nem tempo para desfrutar do período de descanso. A luta é árdua: a cada 8 minutos um jovem negro é assassinado, a cada 18 minutos uma mulher negra é violentada ou assassinada no país. Temos uma tarefa cotidiana de luta. O racismo que opera em SC não é diferente do racismo dos outros estados brasileiros. Uma pena que os governos estadual e federal eleitos tendem a intensificar as ações racistas. Temos casos recentes de pessoas negras que foram hostilizadas e até atropeladas nas ruas. Estão alardeando que esses indícios de violência não serão coibidos por esse judiciário que está vendido pelo sistema capitalista e faz alianças com o capital estrangeiro. Viveremos tempos difíceis.

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  • Paula Guimarães

    Paula Guimarães é jornalista e cofundadora do Portal Catarinas. Escreve sobre direitos humanos das meninas e mulheres. É...

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