Devido à pandemia, Seminário Internacional Fazendo Gênero 12 será totalmente online. Evento acontece de 19 a 30 de julho
O Seminário Internacional Fazendo Gênero chega em sua 12ª edição num formato totalmente online devido à pandemia da Covid-19. Do dia 19 a 30 de julho, o evento reunirá pesquisadoras, estudantes, ativistas, artistas, professoras e interessadas nas questões que envolvem o gênero, as mulheres, feminismos e sexualidades. O tema desta edição é “Lugares de fala: direitos, diversidades, afetos”. A última edição ocorreu em 2017 e reuniu cerca de 10 mil pessoas na sede da UFSC e na Marcha Mundos de Mulheres, em Florianópolis.
A extensa programação envolve Conferências, Mesas Redondas, Simpósios Temáticos, Tenda dos Movimentos Sociais, Lançamentos de Livros, Atividades artísticas, Mostra Fotográfica e Audiovisual, Minicursos, Oficinas, Minicursos, Roteiro de Visitas, além de uma Marcha Virtual.
As Conferências, Mesas Redondas e as atividades da Tenda dos Movimentos Sociais serão transmitidas online, e podem ser acompanhadas por todas as pessoas em um dos oito canais de Youtube abertos para a transmissão. Já Simpósios, Minicursos e Oficinas serão feitos por Google Meet e restritos somente às pessoas inscritas no evento.
Com coordenação geral das professoras Alessandra Brandão, Janine Gomes da Silva e Marlene de Fáveri, o evento começou a ser organizado em 2018 e tinha previsão de acontecer em julho de 2020. No entanto, devido à pandemia, foi adiado e, posteriormente, teve a nova data definida juntamente com a decisão de ser totalmente virtual, conforme conta Janine Gomes da Silva.
“Com o início da pandemia em março e a paralisação das atividades na UFSC, a primeira iniciativa foi adiar o evento, com perspectiva de ser no mesmo período, na segunda metade de julho, mas em 2021, sem ainda saber se seria no modelo presencial ou online. Quando vimos que realmente a pandemia não ia cessar tão rápido, decidimos então por fazer o evento totalmente online”, relata.
Jair Zandoná, um dos responsáveis pela Secretaria do Fazendo Gênero, que é uma espinha dorsal do evento, conta que a pandemia resultou na perda do contato cotidiano entre as organizadoras, que se reuniam nos Almoventos. Além disso, a adaptação das atividades para a modalidade virtual também precisou levar em conta que o Fazendo Gênero possibilita um encontro único de imersão entre as participantes, e pensar como não perder essa dimensão no âmbito virtual foi um grande desafio.
“Vir para Florianópolis e participar do Fazendo Gênero é sempre uma imersão presencial. É um envolvimento muito intenso e de ocupação mesmo do espaço da universidade, inclusive de outras pessoas que vêm para cá e nem sempre transitam pelos espaços acadêmicos. Isso é uma dimensão importante que a gente leva em conta. A adaptação do evento também levou em conta isso”, analisa Zandoná.
Atividades serão transmitidas online pelo Youtube
Para encaixar todas as atividades na modalidade virtual, a programação precisou se estender para duas semanas, ao invés de uma, como acontece no evento presencial. Além disso, houve outras adequações importantes.
“Com esse formato que é totalmente inédito para nós, algumas comissões trabalharam menos, porque já não tinha mais algumas características; outras tiveram que adequar o seu trabalho, como a de monitoria. Algumas comissões foram criadas como, por exemplo, a de Web Transmissão, que é fundamental, talvez uma das que mais está trabalhando nesse momento, porque, de fato, é um modelo muito novo para todo mundo que está aprendendo”, explica Janine.
A criação de uma comissão específica para a transmissão das atividades de forma online exigiu formação específica de estudantes e professoras, segundo Joana Maria Pedro, uma das coordenadoras da Comissão de Web Transmissão.
“Temos estudantes que se aprofundaram no conhecimento da Web Transmissão e passaram a treinar outras pessoas, formando uma grande equipe de monitoras/es. Grande parte destas estudantes é matriculada na UFSC. Vamos atuar através de plataformas como o Zoom Meeting para transmitir para o Youtube, utilizando a legendagem que o Zoom permite. Também atuaremos através do Google Meet para atividades que não serão transmitidas no Youtube, que é a maior parte delas”, explica Pedro.
Como nas edições anteriores do Fazendo Gênero, a acessibilidade também foi uma preocupação na edição online, para que o evento fosse o mais inclusivo possível.
“A novidade do online foi cuidar sobre como lidar com pessoas com deficiência visual e auditiva. Por isso, conseguimos que a PROPG/UFSC e a ALESC nos ajudassem com o pagamento de intérpretes de libras. A grande maioria das conferências, mesas, rodas de conversa e atividades que serão transmitidas por Youtube contarão com intérpretes de libras. Também instruímos as monitoras e as participantes a fazerem autodescrição e descrever o ambiente em que se encontram”, conta a professora.
Presença dos movimentos sociais costura toda a programação
As atividades que envolvem os movimentos sociais também precisaram ser adequadas. De acordo com Vera Gasparetto, coordenadora da Comissão de Movimentos Sociais, a transição para o processo online foi doloroso pela perda do contato entre as pessoas, os afetos e a energia que é gerada nas atividades presenciais.
“Foi muito doloroso para todas nós fazer a transição para o processo online devido a todo o calor, energia, alegria e troca que o 13ª Mundos de Mulheres e o Fazendo Gênero 11, em 2017, haviam proporcionado. O encontro entre academia, ativismo e arte foi profundo e intenso, com as conexões criadas nos espaços como a Tenda Mundos de Mulheres, a Tenda da Economia Feminista e Solidária e, particularmente, a Marcha Mundos de Mulheres, que reuniu cerca de 10 mil pessoas. Ter essa memória e pensar um lugar para tudo isso em telas foi um grande desafio”, relata.
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Segundo Gasparetto, a Tenda Mundos de Mulheres da edição online terá 27 rodas de conversa, com representações de movimentos sociais de mulheres e feministas do Brasil, da América Latina e da África; Roteiros de Visitas online e reflexões sobre o Turismo de base comunitária; Lançamento do Catálogo da Economia Feminista e Solidária, que reúne e apresenta uma conjunto de trabalhos de mulheres e populações LGBTQI+ que produzem artesanalmente e que praticam a economia feminista e solidária, com preços populares e acessíveis; uma Mostra Artivismo, compartilhada também com a Comissão de Cultura; além de lançamentos de livros e vídeos educativos.
“A Tenda reúne essa pluralidade de representações e uma polifonia de vozes que denunciam um modelo de sociedade excludente e apontam saídas e alternativas concretas a ela, que passam pelas mãos das mulheres em seus diferentes pertencimentos, pelas lutas das populações LGBTQI+ e por todas as pessoas que acreditam que é possível um outro mundo, construído com base na luta antissexista, antirracista e antissistêmica. O IEG e o Fazendo Gênero, com os espaços construídos com os movimentos, dá mais um passo para consolidar uma relação de compromisso com a transformação da sociedade, a partir do engajamento de intelectuais com a vida social, a produção de políticas públicas e a democracia”.
Conforme a coordenadora, a Comissão de Movimentos Sociais, sempre procura ouvir as demandas e sugestões que vêm das representações dos movimentos. Assim, o resultado para o conjunto do FG 12 é uma programação plural onde os movimentos se veem espelhados na Tenda, mas também com forte representação nas Mesas Redondas, nas Conferências, em STs, na programação cultural.
Para Janine, o encontro e a parceria entre academia, movimentos sociais e artistas se expressam na programação, mesmo de forma virtual. Por isso, a expectativa maior das organizadoras é ver isso se concretizando ao longo das próximas duas semanas.
“Quando a gente pensou nesse tema ‘lugares de fala’ em 2018, pensamos em todo mundo junto e, agora, a gente vai ter a mesma temática, mas em um espaço virtual, que é novo pra todas nós. Esse é o principal desafio, ver tudo isso acontecer da melhor forma, sem salas sendo invadidas, sem transmissão tendo problemas, com a participação efetiva das pessoas. O ponto positivo é que esta edição vai deixar uma memória muito rica de gravações, muitas coisas vão ficar disponíveis online, e isso é bom pensando que as pessoas que não poderiam estar aqui se fosse presencial vão ter acesso às discussões e mesas que nós propomos”, avalia.
Programação:
Conferências
O Fazendo Gênero 12 terá a presença da socióloga moçambicana Isabel Casimiro (19/07, segunda-feira, às 9h30) que proferirá a conferência de abertura, da escritora brasileira Conceição Evaristo (26/07, segunda-feira, às 16h30), da liderança indígena Sônia Guajajara (27/07, terça-feira, às 16h30), da antropóloga Angela Figueiredo (29/07, quinta-feira, às 16h30). A conferência de encerramento será realizada pela escritora e historiadora angolana Ana Paula Tavares (30/07, sexta-feira, às 16h30).
Mesas Redondas
As 36 Mesas Redondas acontecerão das 9h30 às 11h30 durante a semana do dia 26 a 30 de julho de 2021. Ver programação completa aqui.
Simpósios Temáticos
Nesta edição do Fazendo Gênero, são 192 Simpósios Temáticos com comunicação oral de pesquisadoras, artistas e ativistas. Os STs serão realizados pela Plataforma Google Meet, das 14h às 16h, do dia 19 ao dia 30, exceto sábado e domingo (24 e 25 de julho) e não terão transmissão ao vivo. A lista de todos os Simpósios Temáticos está disponível aqui.
Pôsteres
As 24 sessões de exposição de Pôsteres ocorrerão do dia 20 ao 23 de julho, das 9h30 às 11h30. A programação está disponível aqui.
Mostras de Fotografia e Audiovisual
As Mostras Audiovisual e Fotográfica do Seminário Internacional Fazendo Gênero estão voltadas para a divulgação de produções audiovisuais e fotográficas orientadas pelas problemáticas relativas a gênero. As Mostras ocorreram de 1 a 31 de março, como pré-evento do Fazendo Gênero. A premiação vai ocorrer durante a transmissão de atividades gravadas, no dia 30 de julho, antes da Conferência de Encerramento do evento. Mais informações sobre a 9ª Mostra de Fotografias estão disponíveis aqui e sobre a 8ª Mostra Audiovisual estão disponíveis aqui.
Lançamentos de Livros, Revistas e Materiais Didáticos
Os lançamentos serão transmitidos por Youtube, na faixa de transmissão de atividades gravadas ao longo do evento (sempre antes das Mesas Redondas e das Conferências). A lista dos mais de 60 materiais em lançamento encontra-se aqui.
III Exposição Arte e Gênero
Entre os dias 26 de julho a 29 de outubro de 2021, a exposição acontecerá virtualmente por meio da Plataforma Digital do Espaço Cultural Armazém – Coletivo Elza.
Minicursos
Os minicursos ocorrem das 19h às 21h, nos dias 19 a 23 e 28 e 29 de julho. São 8 minicursos ofertados. A descrição e programação de cada um deles está disponível aqui.
Oficinas
As 34 oficinas serão realizadas do dia 19 a 23 de julho e 26, 28 e 29 de julho, das 19h às 21h. Programação disponível aqui.
Tenda Mundos de Mulheres
A Tenda Mundos de Mulheres é mais um espaço dedicado às atividades protagonizadas por movimentos sociais de mulheres e feministas. É um lugar de reflexão entre a academia, a arte, o ativismo e a militância, construído pela Comissão de Movimentos Sociais do FG12. A programação conta com Roteiro de Visitas, exibição de documentários, rodas de conversa e lançamentos e ocorre do dia 19 ao dia 29, das 19h às 21h, exceto 27 de julho, dia da Marcha Virtual. Programação completa disponível aqui.
Marcha Virtual
A Marcha Virtual com presença de movimentos sociais acontecerá na terça-feira, 27 de julho de 2021, das 18h00 às 21h00. Link para acessar disponível aqui.
Serviço:
O quê: Seminário Internacional Fazendo Gênero 12
Data: 19 a 30 de julho de 2021
Realização: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis.
Site oficial: https://www.fg2021.eventos.dype.com.br/site/capa
Facebook: https://www.facebook.com/FazendoGenero
Instagram: @fazendo_genero_12