Nesta sexta-feira (16), será realizada uma conversa com Andrea Laura González e Lidia Noemí Zurbriggen, integrantes das Socorristas en Red (Socorrristas em Rede), organização argentina que fornece informação e acompanha, durante procedimentos abortivos, mulheres e pessoas que gestam. O evento ocorre no Auditório do Bloco F do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina, a partir das 19h30. A conversa também será transmitida pelo canal no YouTube do Laboratório de Estudos de Gênero e História (LEGH). A organização é do LEGH e da Frente Catarinense pela Descriminalização e Legalização do Aborto, com apoio das Socorristas en Red e Portal Catarinas.

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González destaca que o aborto é uma experiência cotidiana na vida das mulheres e pessoas que gestam. Segundo a Pesquisa Nacional do Aborto de 2021, uma a cada sete brasileiras fizeram pelo menos um aborto até os 45 anos. Porém, a prática segue sendo estigmatizada. Por isso, o trabalho desenvolvido pelas redes de acompanhamento quer garantir que a prática não seja vivida em solidão e relacionada a algo traumático, além de destacar que o ato de interromper a gestação é algo que existe no coletivo, não uma ação individual.

“As redes de acompanhamento politizam a experiência de abortar. E ao fazer isso, estamos cuidando da saúde e vida das mulheres e pessoas que gestam, porque disponibilizamos informação segura, acompanhamento em qualquer circunstância, com uma escuta amorosa e ativa, e, obviamente, sem julgar as circunstâncias. Além disso, indicamos lugares amigáveis para realizar práticas pré ou pós abortamento. Todas essas ações contribuem também para um processo de despenalização social do aborto”, explica González.

A conversa vai girar em torno do trabalho das Socorristas en Red no processo de desestigmatização social e da descriminalização do aborto na Argentina, da história do processo de sistematização dos acompanhamentos de aborto, da importância da produção de evidências e articulações com distintos setores da sociedade, da necessidade do acompanhamento feminista mesmo após a legalização do aborto na Argentina e das perseguições das ativistas no contexto recente.

A integrante Lidia Noemí Zurbriggen ressalta a importância da integração regional, como a conversa realizada na UFSC, para fortalecer o intercâmbio e a articulação entre distintas coletivas e organizações. “Nos ajuda a encorpar, potencializar e melhorar a maneira que acompanhamos o aborto e incidir no debate pela despenalização em cada um dos territórios”, diz. Nesse sentido, González cita a Maré Verde, que iniciou na Argentina e se tornou um símbolo da luta pela descriminalização e despenalização do aborto em toda a América Latina. 

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Crédito: Lali Rocca.

Além do acompanhamento feminista, as Socorristas en Red possuem um ativismo público, estabelecem relações políticas de confiança com as pessoas que precisam abortar, fazem articulações com serviços e profissionais de saúde, atuando de forma ampla pela desestigmatização do aborto voluntário. As socorristas são pesquisadoras de suas próprias práticas, elaborando estudos a partir da coleta de informações sobre os procedimentos e publicando evidências que permitem avançar na compreensão do método de aborto com medicamentos.

Serviço

O que: Conversa sobre a experiência das Socorristas en Red na garantia do aborto seguro na Argentina.

Quando: 16 de junho, sexta-feira, à partir das 19h30.

Onde: Auditório do Bloco F do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina.

Transmissão: https://www.youtube.com/@GeneroeHistoria

Inscrição:https://forms.gle/9Weg249j3yVX71139

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