Os casos de coronavírus se alastram por todo o território nacional, mas há populações mais vulneráveis à doença, como os povos indígenas. No Oeste do Estado, o registro de três mortes entre o povo Kaingang leva a população indígena catarinense a não esperar pelas ações do Estado e se articular de forma própria. Esse é um dos temas tratados pela professora e integrante da Frente Indígena e Indigenista de Prevenção e Combate do Coronavírus em Terras Indígenas da Região Sul do Brasil, Jozileia Daniza Kaingang, que é a convidada desta segunda edição da coluna em vídeo da jornalista Magali Moser para o Portal Catarinas.

Durante a conversa, ela enfatiza o processo de exclusão histórica a qual a população indígena é submetida no Brasil e em Santa Catarina. “Infelizmente a gente tem uma história muito mal contada na nossa região. O Estado de Santa Catarina talvez tenha demonstrado essa falta de compreensão sobre os povos indígenas quando a gente teve o professor [Xokleng Laklãnõ] Marcondes Namblá violentamente assassinado a pauladas quando ele fazia um trabalho no litoral de Santa Catarina ou quando a gente viu o assassinato de Vitor Kaingang, uma criança indígena, quando os pais exerciam o seu trabalho de venda de artesanato”, observa. O primeiro caso ao qual Jozileia se refere ocorreu em janeiro de 2018 e o segundo em janeiro de 2016.

Para ela, uma visão deturpada da sociedade catarinense sobre os povos indígenas contribui para o preconceito e a discriminação. Contra isso, a professora enfatiza a potência de uma educação que questione as narrativas oficiais e não aceite o lugar de subalternização na qual os povos indígenas muitas vezes são colocados.

Ao todo, são 28 terras indígenas e cinco aldeias em Santa Catarina. São 16 mil indígenas em Santa Catarina, estando 14 mil em territórios indígenas.

Assista à entrevista:

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