Rosângela da Silva Xetá, 35 anos, foi agredida e teve a casa incendiada na Terra Indígena de São Jerônimo, município de São Jerônimo, Paraná. Ela alega que as agressões contra mulheres e crianças são constantes e partem de lideranças indígenas locais. Rosângela, junto com os filhos e a família, está há mais de vinte dias em uma ocupação no prédio da FUNAI-Fundação Nacional do Índio em Londrina (PR) para buscar uma solução para o caso.

A conselheira editorial do Catarinas, Pietra Dolamita Kuawa Apurinã, da área do direito e antropóloga indígena acompanha o caso. Outras mulheres indígenas Kaingang e Guarani também foram agredidas.

O Povo Xetá é sobrevivente de massacres que ocorreram no Sul do Brasil e, atualmente, a população é de um pouco mais de cem pessoas. Os indígenas Xetá buscam o direito originário à terra garantido pela Constituição Federal de 1988, além do amparo legal pela cultura da não violência.

Outra ameaça registrada foi contra a estudante indígena Amauê Jacintho, do Povo Guarani Nhandeva, que deu encaminhamento às denúncias registrando o boletim de ocorrência. O grupo está recebendo doações em alimentos e materiais de higiene.

https://www.facebook.com/pietra.dolamita/videos/3644129695638597

Segundo informações do Museu Paranaense (MUPA) o Povo Xetá é habitante original do noroeste paranaense, território conhecido como Serra dos Dourados, principalmente no espaço compreendido ao longo do rio Ivaí (margem esquerda, até sua foz no rio Paraná) e seus afluentes, o Indoivaí e o 215 (onde foram localizadas várias de suas aldeias), o rio das Antas, o do Veado, o Tiradentes e o córrego Maravilha, espaços onde hoje estão localizados municípios como Umuarama, Cruzeiro do Oeste, Icaraíma e Douradina.

Para o Instituto Socioambiental (ISA) o Povo Xetá foi a última etnia do estado do Paraná a entrar em contato com a sociedade nacional. Na década de 1940 frentes de colonização invadiram o seu território reduzindo-o drasticamente e no final dos anos 1950 estavam praticamente exterminados. Em 1999 eram apenas oito sobreviventes. Hoje, vivem dispersos nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo.

O Catarinas irá acompanhar o caso e a resolução por parte das autoridades competentes.

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