O mundo da política e da literatura são terrenos férteis para o machismo, mas Minou Mirabal parace não se abater diante dos desafios. Parte da história viva da República Dominicana, a ex-deputada e escritora ficou órfã aos sete anos de idade, durante a ditadura de Rafael Trujillo. Os pais, advogados e ativistas do Movimento Revolucionário 14 de junho, foram assassinados em 1960, quando se dedicavam a restabelecer a democracia no país. A mãe, Minerval Mirabal, foi tortura e assassinada, junto com a irmã Maria Teresa, em um episódio violento que culminou com a queda do ditador Trujillo.

A data da morte das irmãs Mirabal, 25 de novembro, deu origem ao Dia Internacional de combate à violência contra as mulheres, assim definido durante o primeiro Encontro Feminista da América Latina e do Caribe (Eflac), em 1986. De lá para cá, as Mirabal seguem relembradas como exemplo de resistência ao conservadorismo e às inúmeras formas de opressão a que ainda estão submetidas as mulheres.

Minou Mirabal na marcha contra a violênia às mulheres, em aMontevidéu, no dia 25 de novembbro. Foto: Jeane Adre

Minou Mirabal é fundadora e presidenta do partido Opción Democrática e, em 2016, foi candidata à presidência de seu país. Ela esteve na 14ª edição do Eflac, em Montevidéu, para relembrar a história da luta das Mirabal e representar a voz  das mulheres reunidas na Marcha organizada pelas feministas no dia 25 na capital uruguaia. A escritora também apresentou o livro “Mañana te escribiré otra vez”, em que resgata cartas de amor trocadas entre a mãe, Minerva Mirabal, e o pai, Manolo Tavárez Justo, heróis nacionais.

Em entrevista ao portal Catarinas, Minou relembrou a história das irmãs Mirabal e falou sobre a participação feminina nas disputas pelos espaços de poder e na literatura.

Fotografia e edição de vídeo: Dieine Gomez

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