Quinze graus em Florianópolis, apontava o termômetro na terça-feira, no final de tarde no Largo da Catedral. Mas o Ato Cultural em Defesa dos Direitos, como preparação à Greve Geral de 30 de junho esquentou o clima no coração da cidade. A partir das 17 horas, Centrais Sindicais, Marcha das Mulheres, Movimento de Moradores de Rua, MST, partidos de esquerda, sindicatos classistas, universidades, organizações estudantis começaram a mobilizar a população para a greve, que poderá ser antecipada para a quarta-feira do dia 28, quando a reforma trabalhista deverá ser votada no plenário do Senado.
A noite foi esfriando, mas as lideranças permaneceram no Largo até depois das 20 horas, comemorando a vitória contra a perda dos direitos trabalhistas na Comissão de Assuntos Sociais do Senado e chamando a população para engrossar os protestos de rua pela derrubada de Temer e de suas reformas, com a realização de Diretas Já.
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O Grupo do Teatro do Oprimido iniciou as manifestações com a participação de pessoas do povo simulando o tempo de aposentadoria tomando como parâmetro as novas regras da Reforma da Previdência. Músicos se revezam com letras de Cazuza, Chico Buarque, Belchior. A artista Joana Cabral emocionou o público e quebrou o gelo do sul cantando “Como nossos país”. O coordenador Nacional do Movimento de Moradores de Rua, Daniel Paz, fez um protesto contra a piora das condições de vida dos sem-teto e o fechamento de duas casas de albergue pelo prefeito golpista Gean Loureiro.
As lideranças dos movimentos sociais e sindicalistas alternaram seus discursos com os números artísticos, chamando para a importância de derrotar as reformas nas ruas. Edileuza Fortuna, presidente do Sindicato da Saúde da Grande Florianópolis (SindSaúde) acentuou que essa pequena vitória deve ser um motor para que o povo brasileiro derrube o golpe e suas reformas construindo uma grande greve geral neste final de mês, aproveitando o enfraquecimento de Temer pelas denúncias de corrupção e tráfico de influências.