Maria das Graças de Jesus perdeu a guarda das filhas em novembro de 2014. Segundo o Movimento Negro Unificado (MNU), que auxilia a mãe no processo de retomada da guarda, o pedido do Ministério Público de Santa Catarina alegou que Graça é descendente de escravxs e que sua cultura não prezava pela higiene e saúde das crianças.

Gracinha, como é conhecida, vive numa comunidade quilombola que, de acordo com o parecer de antropólogxs que acompanham o caso, já existe há mais de cem anos. A comunidade se chama Toca Santa Cruz e fica no município de Paulo Lopes.

O calvário de Gracinha já dura quase dois anos. Para ver as crianças precisa se deslocar até Biguaçu, onde fica localizado o abrigo em que vivem as meninas. A crueldade do caso é visível. As crianças, quando com a mãe, gozavam de saúde, incluindo a regularidade de vacinação, além de estarem devidamente matriculadas na escola.

De acordo com informações do MNU e da própria advogada de Graça, o processo é eivado de falhas e pesa sobre ele o forte indício de racismo. Hoje (1) está marcado o julgamento da ação para que Graça recupere a guarda das filhas, no Tribunal de Justiça, em Florianópolis, a partir das 14h. Cabe lembrar que desde novembro de 2015, o julgamento já foi cancelado 11 vezes.

No Facebook, há uma página chamada Caso Gracinha em que são postadas informações sobre o caso.

Leia mais em: Movimento Negro denuncia racismo da justiça catarinense contra mãe quilombola

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