O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina (SJSC) promove um ato público em solidariedade à jornalista Schirlei Alves nesta quinta-feira, 30 de novembro, às 10h, no auditório do Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina (CCE/UFSC). O sindicato divulgou um manifesto em defesa da jornalista e contra o assédio judicial aos profissionais de imprensa.

“É incompreensível que a jornalista seja penalizada por seu trabalho, em um processo movido pelo juiz e o promotor do caso, enquanto os agentes públicos envolvidos na situação de humilhação de Mariana Ferrer não são responsabilizados”, diz trecho do manifesto, assinado por mais de 30 entidades até o momento.

Em sua decisão, a juíza Andrea Cristina Rodrigues Studer, da 5ª Vara Criminal da Comarca de Florianópolis, considerou que a jornalista cometeu crime de difamação contra funcionário público, previsto no Código Penal. A infração em questão refere-se à publicação, em 2020, no The Intercept Brasil, de uma reportagem que denunciava a conduta do promotor Thiago Carriço e do juiz Rudson Marcos no julgamento de André Camargo Aranha. Este último era acusado de estuprar a jovem, modelo e influencer, Mariana Ferrer durante uma festa em 2018.

“É papel do jornalismo dar publicidade a condutas equivocadas de agentes públicos, por isso, a criminalização de Schirlei Alves é uma afronta ao direito à informação e à liberdade de imprensa. A violência de gênero presente nessa história, desde a humilhação de Mariana até a perseguição judicial à jornalista, é inaceitável e demanda uma revisão urgente na atitude da juíza Andrea”, destaca o documento.

O manifesto tem o apoio de diversos órgãos da UFSC, como o Colegiado do Departamento de Jornalismo (JOR/UFSC), o Programa de Pós-Graduação em Jornalismo (PPJOR/UFSC), o Grupo de Pesquisa Transverso – Estudos em Jornalismo, Interesse Público e Crítica, e o Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc). Também assinam o manifesto organizações como a Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (ABEJ), Movimento Humaniza SC e Instituto Vladmir Herzog.

Acesse o manifesto e lista completa de entidades que assinam o documento.

O Catarinas já se manifestou em defesa da jornalista em dois editoriais publicados. No primeiro, nos solidarizamos com Schirlei e destacamos que a condenação é o retrato da misoginia, ou seja, do ódio por meninas e mulheres perpetrado pelo Estado. Em conjunto com os veículos AzMina, Gênero e Número e The Intercept Brasil, publicamos o segundo editorial, que reitera que a punição é contra todas nós, mulheres, que denunciamos a violência de gênero dentro e fora de ambientes dominados por homens.

Serviço

O que: Ato em defesa da jornalista Schirlei Alves.

Quando: 30 de novembro, quinta-feira.

Onde: auditório do Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina (CCE/UFSC).

Horário: 10 horas.

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