CURITIBA – PEITA divulga durante os 16 dias de ativismos pela não violência contra a mulher seu terceiro minidoc “O que é lutar como uma garota?”. Quem fala sobre seus embates diários é a mestre em Letras e Jornalismo, Anielle Franco, irmã da vereadora, Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018. No vídeo, Anielle conta sobre como é criar sua filha de dois anos sem a presença do pai e educar uma feminista em um mundo hostil para as mulheres.

Logo após o assassinato da vereadora Marielle Franco, Karina Gallon, presidenta da PEITA, criou a arte com a frase: Lute Como Marielle Franco para ser colada nas ruas como lambe-lambe e também produziu camisetas para presentear a família e equipe de campanha. Esse foi o primeiro contato dela com Anielle Franco, irmã de Marielle. Em maio deste ano, Gallon foi com a equipe do minidoc da PEITA ao Rio de Janeiro para gravar os depoimentos dela e da companheira da vereadora, Mônica Benício para o documentário.

“Anielle entrou em contato comigo para agradecer. Eu perguntei sobre a possibilidade de fazermos uma entrevista, ela topou. Simples assim, sem forçação de barra”, conta Karina. A equipe da PEITA, composta pela psicóloga Larissa Tomass, a cinegrafista e produtora Leticiah Futata e a Karina, aqui também como produtora, foram recebidas na casa da Mônica em um sábado após o almoço. Anielle e Mônica foram gravadas juntas e separadas para o documentário da PEITA, onde falaram sobre feminismo, mulher negra e favela.

Quem realiza as entrevistas é a Lari Tomass, baseada na sua experiência em vivências e atendimento no consultório. “Fui para ouvir e me concentrar no que ela estava falando. Minha preocupação era acolher, abordá-la com carinho e respeito, sem cutucar ou explorar”, comenta Lari. A ideia não era fazer algo jornalístico e Karina acredita que por isso mesmo elas foram tão bem acolhidas. “Foi tudo muito pessoal. Chegamos em um momento super dolorido”, ressalta Karina.

Sobre o documentário, Lari Tomass complementa: “estamos abrindo espaços de fala, dando visibilidade às mulheres, discutindo nosso papel na sociedade, contando histórias. Fomos silenciadas por anos e não seremos mais. Eu queria poder entrevistar todas as mulheres do mundo”.

Este é um teaser do documentário que a marca lançará em 2019, ainda sem data. Já foram lançados este ano o depoimento da afroempreendedora, Aline de Castro Farias, que realiza o Dia de Rainha em Curitiba, projeto que oferece um dia de beleza, moda, música, almoço e dança para mulheres em situação de rua. Em junho, Mônica Benício falou sobre como ser sapatão é revolucionário.

Assista à entrevista:

 

Camiseta Lute Como Marielle Franco
Após a arquiteta Mônica Benício passar a usar a frase em vários atos, muitas pessoas começaram a pedir a produção dessa estampa. Depois do Roger Waters vestir a PEITA em seu show no Maracanã, as solicitações triplicaram! “Resolvemos que íamos produzir, mas com o consentimento da família e de uma forma que os ajudasse a dar continuidade ao trabalho da Marielle Franco”, explica Gallon.

A camiseta “Lute Como Marielle Franco”, terá parte da produção doada para a família da vereadora dar continuidade ao seu trabalho e buscar justiça. O lucro das vendas realizadas através do site serão doadas para ações que empoderem meninas e adolescentes negras da periferia de Curitiba, como é o caso do projeto Usina de Ideias, no bairro Parolin, parceira da PEITA.

Mais de 70% das frases vendidas pela marca protesto são parcerias, ou seja, tem parte da produção ou o lucro doado para incentivar causas e instituições sociais que trabalham com pessoas em situação de vulnerabilidade. A Peita também incentiva outros projetos como a Frente Feminista de Curitiba, Coletivo Cássia e Geração Bizu, projeto que insere mulheres que passaram por situação de cárcere no mercado de trabalho. Uma delas, inclusive, foi integrada a equipe e hoje costura as ecobags da PEITA.

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