Por Mari Mendes

 

Organizado por diversos movimentos sindicais, dentre eles a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical, ao lado das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, pela primeira vez na história o dia primeiro de maio concentrou suas atividades num único local, o Vale do Anhangabaú (SP) que contou com cerca de 200 mil pessoas, segundo membros da organização.

As atividades tiveram início às 10h da manhã com a realização de diversas falas políticas, momento em que as centrais sindicais também convocaram uma greve geral para o dia 14 de junho contra a reforma da previdência – principal temática do ato desse ano e que deve começar a ser analisada na Comissão Especial da Câmara na próxima semana.

Ato discute situação da Venezuela. /Foto: Mari Mendes.

Segundo Cida Barbosa, professora integrante da Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP) e membro da Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT Baixada Santista, “o impacto dessa nefasta reforma na vida das mulheres é devastador porque nós temos tripla, quádrupla jornada de trabalho e ainda vamos ter que trabalhar mais 10 anos para poder nos aposentar”. Ela observou que as mulheres que estão ingressando hoje no mercado de trabalho não têm nem perspectiva de se aposentar porque “nós temos achatamento de trabalho, achatamento de vida, de campo de trabalho e ainda temos que lidar com as diferenças de salário porque os homens ganham em média 30% a mais que as mulheres”.

Para ela “nós trabalhadoras que vínhamos conseguindo conquistas e que já perdemos metade dos nossos direitos com a Reforma Trabalhista do ex-presidente Michel Temer, vamos perder ainda mais com essa reforma da previdência caso aprovada. Nós estamos aqui hoje para colocar no chão esse projeto que acaba com a condição de nós mulheres sustentarmos nossas casas, que acaba com os direitos que conquistamos na rua lutando, como por exemplo o direito de a aposentadoria ser diferente da dos homens”, disse a professora.

“Acho que é importante essa mobilização de hoje principalmente contra a reforma da previdência que afetará sobretudo os mais pobres e as mulheres”, ressaltou Fernanda, outra manifestante que estava no Anhangabaú.

Centrais sindicais unidas pelos direitos das/os trabalhadoras/es. /Foto: Mari Mendes.

O ex-presidente Lula não foi esquecido durante o ato, ao contrário, por todo lado se via cartazes, faixas e camisetas em sua homenagem e pedindo por sua liberdade. “Acho extremamente importante nós, homens e mulheres, estarmos aqui na luta por uma pauta extremamente importante e agregadora que é a luta por Lula livre”, disse Taís, membro do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores – PT de São Paulo.

A partir das 14h quem passou por lá também pôde desfrutar de diversas atrações artísticas e culturais. No palco artistas como Ludmilla, Leci Brandão, Marília Cecília e Rodolfo, Roberta Miranda, Felipe Araújo, Guilherme e Santiago, Yasmin Santos, Toninho Geraes, Dj Evelyn Cristina e Mistura Popular fizeram a festa.

A cantora Leci Brandão lembra de Lula e Beth Carvalho. /Foto: Mari Mendes.

Durante seus shows, Toninho Geraes e Leci Brandão puxaram o coro “Lula livre” e fizeram questão de lembrar Beth Carvalho, falecida no último dia 30 de abril que, além de ter deixado um grande legado à música brasileira, também era uma grande militante dos direitos dos trabalhadores.

 

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