Por Raquel Wandelli

Aos 66 anos, manifestante diz para a juventude não desistir da luta

Encontrei Maria Regina Lima, aposentada como técnica judiciária da Justiça Federal de São Paulo, na manifestação do Largo da Batata, em São Paulo na quinta-feira (8), em São Paulo. Marchava ao lado da amiga Lélia Araújo, empunhando destemida um cartaz contra o golpe diante dos pelotões militares, que espreitavam à distância a gigantesca marcha dos descontentes. A vigilância policial era ostensiva e intimidadora, mas agora sem tocar nem agredir a população, depois do desgaste sofrido pelo Governo Impostor de Temer no país e no exterior, denunciado por entidades em defesa dos direitos humanos pela tortura física e psicológica de manifestantes, sobretudo de estudantes. Neste domingo (10), às 14 horas, Regina, que criou sozinha os filhos depois de ser abandonada pelo marido, e lutou contra a ditadura militar pela volta à democracia, estará na avenida Paulista, no MASP, participando do manifesto Mães Pelo Fora Temer, organizado pela Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, em repúdio ao golpe e à violência policial contra a juventude brasileira.

Por que a senhora está aqui no movimento? 
– Sou contra qualquer tipo de golpe, conspiração e traição e a favor do voto popular.

A senhora viveu a Ditadura Militar? Acha que estamos vivendo um clima semelhante?
– Eu tinha 14 anos quando houve o golpe de 64. Acho muito pior agora. Nunca vi tal união entre congresso STF que é uma vergonha. Aqueles juízes não servem nem pra porta de Cadeia. Todas os organismos, a FIESC, as federações comerciais ajudaram o golpe. A mídia trabalhou muito pelo golpe e ainda tem a conspiração de corporações internacionais esperando a liquidação do nosso patrimônio. Só com o povo na rua, mas tínhamos que parar o congresso.

O que você diria pra juventude que está sendo perseguida pelo governo Temer?
– Que não desistam, que são a esperança de um país melhor. Confio muito neles. Estou admirada de ver a coragem deles, inclusive a argumentação.

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