Categorias de trabalhadores/as em diversas cidades farão movimentos grevistas em resistência aos cortes de direitos trabalhistas, previdenciários e sociais propostos pelo governo de Michel Temer (PMDB)

Entidades sindicais e do movimento social brasileiros mobilizam uma Greve Geral para esta sexta-feira (28). Em todo o país, uma série de categorias prometem paralisar atividades, incluindo serviços essenciais como saúde, transporte, saneamento e educação. Todos os estados brasileiros devem realizar atos e paralisações em torno da chamada “Nenhum Direito a Menos”. A greve resulta do descontentamento em torno de medidas encaminhadas ao Congresso Nacional pelo Governo Temer, como a Reforma Trabalhista, que prevê uma série de cortes em direitos históricos garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a Reforma da Previdência, que aumenta tempo de contribuição e retira direitos assistenciais e a liberação da terceirização, sancionada pelo governo.

Na semana passada, após pressão social, a Câmara Federal freou a tentativa do governo em apressar a votação da chamada minirreforma trabalhista – Projeto de Lei (PL) 6787/2016 – , o que permitiria alargar o tempo de discussão da matéria. No entanto, no dia seguinte (19), o mesmo plenário aprovou o caráter de urgência da proposta, que retorna à pauta da casa legislativa nesta quarta-feira (26).

Já a Reforma da Previdência segue em tramitação e o governo Temer exerce pressão para manter na íntegra a proposta original que aumenta a idade mínima de contribuição para 65 anos, igualando homens e mulheres, além de aumentar de 15 para 25 anos o tempo mínimo para a aposentadoria por idade e reduzir drasticamente as pensões assistenciais. A reforma, que tramita como PEC 287/2016, tem previsão de ser votada já no próximo dia 2 de maio.

:: Catarinas em Debate – A reforma da previdência e o impacto na vida das mulheres
:: Com pressão, urgência da reforma trabalhista é derrubada no Congresso Nacional

Para Ingrid Assis, da central sindical CSP-Conlutas, o momento é de forte ofensiva à classe trabalhadora e requer pressão social. Há entendimento entre as centrais de que não podemos aceitar esses ataques e a expectativa é que essa seja a maior greve dos últimos tempos, incluindo diversas categorias, desde domésticas, trabalhadores da construção civil, servidores públicos, metalúrgicos, servidores da saúde e educação, aeroviários. A organização em Santa Catarina segue a linha do que vai acontecer nacionalmente com panfletagens, piquetes nas fábricas, divulgação com áudio em carros, organizados pela classe trabalhadora e pela  juventude. Com certeza será um dia que entrará para a história. Vamos reforçar a preparação do dia 28 de abril nas bases, transformando a indignação de cada trabalhador e cada trabalhadora em braços cruzados na luta, em máquinas paradas, em portões fechados, em avenidas trancadas”, argumenta.

Em Santa Catarina, a Greve Geral congrega outros movimentos, como o de trabalhadores sem terra (MST), o estudantil e de mulheres que se organizam em todas as regiões do Estado. Trabalhadores do serviço público municipal de Florianópolis, São José, Chapecó, Criciúma, Blumenau e Joinville já manifestaram adesão à greve, além dos professores municipais de Tubarão. No serviço estadual, paralisam professores da rede pública, servidores do Judiciário, da Casan e da saúde pública e privada. Ainda na saúde, trabalhadores do Hospital São José, de Criciúma e de Araranguá também vão aderir ao movimento grevista. No serviço público federal, paralisam os trabalhadores dos Institutos Federais de Educação, do Judiciário Federal, do INSS e do Ministério da Saúde, além dos trabalhadores da Universidade Federal de Santa Catarina. Bancários de Florianópolis e Chapecó, professores da rede privada de Joinville e trabalhadores da BRF de Chapecó também confirmam paralisações nesta sexta-feira (28). Os trabalhadores do transporte público de Florianópolis realizam assembleia geral na quinta-feira (27), a partir das 22h.

“A expectativa é mobilizar várias categorias por todo o estado e o retorno dos sindicatos demonstra uma adesão à greve bastante forte. Vamos ter paralisação nas principais cidades, entre elas, Chapecó, Criciúma, Itajaí, Blumenau e Joinville, algumas o dia todo, outras por algumas horas. Neste 28 de abril a classe trabalhadora dará o seu recado contra as reformas que retiram direitos”, reforça Adriana Maria Antunes de Souza, diretora do Sindicato dos Agricultores Familiares de Coronel Freitas e região e da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SC).

Pontos de encontro
Algumas atividades já estão programadas para esta quinta e sexta-feira em Florianópolis. Confira:

27/04:
17h Vigília em defesa dos direitos na Praça do Sintraturb (ao lado do Ticen)
22h Assembleia dos trabalhadores do transporte público de Florianópolis na Praça do Sintraturb (ao lado do Ticen)

28/04:
Ao longo do dia, servidores do Judiciário Federal se concentram no prédio da Justiça Federal, na avenida Beiramar Norte
9h Tenda da Frente Brasil Popular em frente a Catedral Metropolitana, na Praça XV de Novembro
11h Concentração geral na Praça do Sintraturb (ao lado do Ticen)
12h Concentração estudantil na UFSC e caminhada até o centro da cidade
14h Concentração dos servidores públicos municipais de Florianópolis, na Praça Tancredo Neves, centro da capital
16h Servidores públicos municipais realizam ato contra a retirada de direitos

Atualizada às 16h52

O jornalismo independente e de causa precisa do seu apoio!


Fazer uma matéria como essa exige muito tempo e dinheiro, por isso precisamos da sua contribuição para continuar oferecendo serviço de informação de acesso aberto e gratuito. Apoie o Catarinas hoje a realizar o que fazemos todos os dias!

Contribua com qualquer valor no pix [email protected]

ou

FAÇA UMA CONTRIBUIÇÃO MENSAL!

Últimas