A Associação Portal Catarinas é a única organização brasileira a assinar compromisso com o Planeamento Familiar 2030 (FP2030), uma parceria global dedicada a garantir o acesso a serviços de planeamento familiar modernos e aos direitos reprodutivos até 2030. O FP2030 entende que o planejamento familiar está no centro da saúde global, do desenvolvimento e da igualdade de gênero. Entre as organizações que também aderiram ao compromisso estão a Organização Mundial da Saúde (OMS) e as Fós Feministas, além de países como Índia, Etiópia e Honduras.
Nos próximos três anos, o Catarinas se dedicará a investigar as conexões entre a crise climática e os direitos reprodutivos. “Para consolidar esse compromisso, no primeiro ano vamos produzir uma reportagem especial que dará origem a um guia prático sobre como garantir a justiça reprodutiva em cenários de desastres climáticos”, aponta Inara Fonseca, coordenadora de projetos. O especial terá como base a crise no Rio Grande do Sul e será financiado por Share-Net Colombia e FP2030 LAC Hub.
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Além disso, a Associação Catarinas também se compromete a trabalhar para eliminar barreiras ao acesso do aborto legal no Brasil (gravidez resultante de estupro, risco à vida da gestante e caso de feto anencéfalo), atuar para quebrar os estigmas sociais em torno da justiça reprodutiva, especialmente ao aborto, e tomar medidas para proteger as mulheres defensoras de direitos.
Fundado em 2016, o Catarinas desenvolve jornalismo de causa e os direitos reprodutivos são tema central da cobertura do portal, em especial, o acesso ao aborto. As produções do Catarinas já tiveram repercussão internacional. Em 2022, denunciou, junto ao The Intercept Brasil, como uma juíza e promotora brasileiras persuadiram uma menina de 11 anos, vítima de estupro, a desistir do aborto legal. Após a reportagem, a criança teve acesso garantido ao direito. Pelo trabalho, o portal foi finalista no Prêmio Gabo e ganhou menção honrosa no Prêmio Roche de Jornalismo de Saúde.
“A parceria com o FP2030 nos conecta a uma rede internacional de organizações comprometidas em construir uma realidade onde todas as pessoas possam tomar decisões informadas sobre sua vida reprodutiva”, destaca a coordenadora.
Nos últimos anos, o Catarinas tem se dedicado a desenvolver projetos focados na luta por justiça reprodutiva, especialmente na defesa do acesso ao aborto legal para meninas, mulheres e pessoas gestantes, além de atuar pela descriminalização do aborto no Brasil.
“A parceria chega num momento muito importante de tentativa de retrocessos nesse âmbito e acreditamos que essa atuação em rede nos fortalece para seguir nossa missão na luta por direitos fundamentais, principalmente para mulheres e todas as pessoas com possibilidade de gestar”, assinala a representante.