Texto e fotos de Mari Mendes.

O ato foi organizado por representantes de diversos movimentos de mulheres: coletivos, partidos de esquerda e centrais sindicais. A concentração começou por volta das 16h, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (MASP) e depois a marcha seguiu pela Avenida Paulista, descendo a Rua da Consolação.

Nos cartazes a representação da luta feminista, por direitos, por igualdade, pela liberdade de disporem sobre suas vidas e seus corpos. “A maioria da população é mulher, a gente tem que dar o valor e levar a questão de gênero para as universidades, para as escolas” diz Dora Lima, apoiadora independente. “A gente precisa de uma luta diária sobre o lugar da mulher nessa sociedade que a gente vive, o cenário está cada vez pior com a alta taxa de feminicídio. Precisamos lutar por nossos direitos”, afirma Isabela Quadros, baiana radicada em São Paulo, psicóloga e apoiadora independente.

Marielle Franco se fez presente, amplamente representada na linha de frente da marcha. Letras e gritos traziam a luta contra a violência, a luta cotidiana da mulher negra, a luta contra o patriarcado. “Estamos em busca dos nossos direitos como mulheres – mulheres pretas da periferia, pelos direitos de nossos filhos e pela população negra que é a mais atingida por esse governo machista, racista e homofóbico”,  diz Janaína cantora do Bloco Ilú Obá de Min.

 

Somavam-se às pautas feministas as críticas à reforma da previdência e palavras de ordem contra Bolsonaro. “Eu vim pra rua hoje para reivindicar os nossos direitos que estão sendo ameaçados e lutar por justiça para nossas mulheres que são violentadas todos os dias em todos os lugares do nosso país” relatou Antônia Maria Sales do coletivo de mulheres do PT do [bairro] Campo Limpo.

O grupo feminista de percussão afro Ilú Obá de Min, coletivo musical tradicional da cidade que conta com apenas percussionistas mulheres, foi responsável pela condução musical do ato com suas músicas, com trechos do samba enredo deste ano da Mangueira, e com paródias de marchas de carnaval e gritos de protesto que se multiplicaram e se popularizaram no último carnaval na capital paulista e em todo Brasil contra o governo. Nas pausas: palavras de ordem das representantes dos coletivos defendendo o lugar de fala, as pautas políticas e de gênero.

  1. A PM paulista estimou cerca de 9 mil pessoas no ato, número tradicionalmente subestimado em relação ao avaliado pelas pessoas presentes que apontavam cerca de 20 mil pessoas, segundo a organização. A marcha terminou com a performance do grupo Obscênicas, em frente à praça Roosevelt por volta das 21h.

Esse material integra a cobertura colaborativa Catarinas do 8 de março.

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