Não Precisa Ser Forte apresenta a arte negra como uma tecnologia de enfrentamento ao racismo.
Pedindo licença para chegar, THUANNY sobe aos palcos do Sesc Prainha no Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, com a primeira apresentação de Não Precisa Ser Forte, levando ao público um fragmento do trabalho solo que vem desenvolvendo no último ano. A apresentação, que marca a sua estreia como cantora e compositora, será transmitida ao vivo, às 20h, através do canal do Sesc SC no Youtube.
Este é o primeiro trabalho solo da artista, que possui longa trajetória na cena artística catarinense, em especial nas artes cênicas, integrando o Coletivo NEGA desde 2013 e se destacando como atriz e produtora nas performances Preta-a-Porter e como artista e assistente de produção na performance Canto Para Quem É de Noite.
Além dos teatros, a artista realizou diversos projetos de arte educação em escolas, periferias e presídios com os projetos Mulheres Negras Resistem (@mulheres.negras.resistem) e #AFROARTESC. Também integrou a cena de batalhas de rap da capital catarinense e atuou em filmes e séries, como na produção binacional Submersos, entre outros.
Não Precisa Ser Forte vem da necessidade urgente de humanização dos corpos pretes em diáspora, após uma década de ascensão contínua da violência contra pessoas negras no Brasil.
Porém, ao invés de se pautar pelo sofrimento, a artista conduz o seu trabalho como um processo de cura, compreendendo a arte negra como uma tecnologia de enfrentamento ao racismo, e não condicionada por ele. Assim, o racismo não é uma definição, não pode ser, mas um atravessamento, o ponto de partida de uma investigação, e não um fim.
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Por isso, a artista resgata em suas referências experiências de artistas que não foram reconhecidos devido à sua irreverência, apesar da enorme contribuição que significam para a cultura afro-brasileira, como a sambista florianopolitana Neide Maria Rosa, o grupo teatral Dzi Croquettes e o duo Les Étoiles. Assim, mesmo transitando livremente por estas encruzilhadas, uma mensagem se mantém: que é preciso disputar a cultura negra como arte política e o que é “ser-negro”, para além dos estereótipos enraizados na sociedade.
Emprestando do conceito de encruzilhada, como proposto pela artista Jota Mombaça, a investigação de Thuanny, que também se liga à pesquisa que desenvolve no Programa de Pós-Graduação em Teatro da UDESC, passa pelo encontro entre diversos elementos estéticos da música negra e de outras linguagens artísticas, cruzando o samba com a poesia, o rap com a performance, o ijexá e o audiovisual, e assim por diante.
Para esta apresentação, Thuanny sobe ao palco acompanhada da levada elétrica da guitarra de Saul Smith, da percussão pulsante de Edinho Roldan e do backing vocal de Christian Gonçalves, com desenho de luz de Alexandra de Melo e produção assinada por Davi Tekle. Isadora Souza assina a beleza e Igor o figurino.
O projeto Não Precisa Ser Forte é composto por quatro atos, dialogando com música, poesia, performance e audiovisual. No momento, está em fase de desenvolvimento, com previsão de lançamento para a primeira metade de 2022.
SERVIÇO
O que: THUANNY – Não Precisa Ser Forte
Quando: Sábado, 20/11/2021
Horário: 20h
Onde: Ao vivo no canal do Sesc-SC no Youtube
Valor: Gratuito
Ficha técnica:
Direção e voz: THUANNY | @thuanny___
Guitarra Elétrica: Saul Smith | @mestres.reis.rainha
Percussão: Mestre Edinho | @batukaedinho
Preparação vocal: Cristian Gonçalves
Iluminação: Alexandra de Melo | @a.le.marela
Beleza: Isadora Souza | @dorasouzaisa
Style {show}: Igor Ribeiro y Thuanny | @iggribeiro, @thuanny___
Figurino {projeto}: Isadora Souza, Ingrid Kaula y Thuanny | @dorasouzaisa, @ingridkaula, @thuanny___
Produção: Davi Tekle | @detekle
Convidado especial: Maestro Cristian Gonçalves
Apoio: Power Clothing Brechó | @powerclothing_brecho
Agradecimentos: Lelette, Gabriel, Thys, Pedro, Fernando, Juci, Ananda, Rodrigo, Wlad, Yasmin, Ingrid, Micheli, Márcio, George, Trindade, Marcinho, Cleyton, Zezinho, Suzana, Val, Plínio, Matheus, Addia e Naomy.