A terceira maior cidade catarinense também ocupa a mesma posição no ranking da violência contra as mulheres. O último relatório divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado aponta Blumenau como a terceira em casos de violência contra as mulheres. Dos 48 mil registros de agressão contra mulheres em Santa Catarina em 2015, 136 foram situações de estupro na capital do Vale do Itajaí. Em um esforço para reverter este quadro, surge o Instituto Feminista Nísia Floresta, ong que está convocando voluntárias para ações pelo fim da violência na cidade.

O instituto nasceu a partir do Coletivo Casa da Mãe Joana, que já organizou campanhas como “Oktober Sem Machismo” e “Vamos falar sobre gênero, sim”. Com a nova organização não-governamental, as ativistas pretendem organizar projetos capazes de fazer chegar ajuda às mulheres, especialmente as mais vulneráveis. Para isso, planejam estruturar serviços de assessoria jurídica e acompanhamento a mulheres em situação de violência, entre outros.

O acesso a informação e aos direitos é a base das ações. “As mulheres que estão sofrendo violência doméstica muitas vezes não sabem qual é o procedimento para ser encaminhada a um abrigo ou conseguir um aluguel social. Não sabem que fazer o  boletim de ocorrência não basta, é preciso que este BO seja representado por que senão não acontece nada com o agressor . Queremos formar uma equipe que possa ir atrás das informações, falar com a assistência social pra saber como estão os encaminhamentos, por exemplo”, explica a ativista Georgia Faust, fundadora do Instituto.

Outra iniciativa é a recém-criada fanpage Contador de Pensão, espaço para acolher informações sobre as dívidas de pensão alimentícia. A partir de um levantamento informal, a página pretende visibilizar o montante das pensões não pagas pelos pais e também oferecer esclarecimentos às mulheres sobre questões de guarda. “Nas primeiras 24 horas já recebemos mensagens de várias mulheres com dúvidas sobre estes assuntos. Então, será também um canal de aconselhamento sobre pensão, guarda, novidades, sentenças e jurisprudências”, planeja Geórgia. A página será administrada por uma equipe de advogadas ligadas ao Instituto e que também oferecerá assistência jurídica a mulheres vítimas de violência doméstica.

Para divulgar os projetos e abrir diálogo com as mulheres, a ONG deve realizar palestras e panfletagens nos bairros da cidade. A primeira palestra acontece em fevereiro no bairro Badenfurt no dia 20 de fevereiro*, das 19h às 22h no IFC (R. Bernardino José de Oliveira, 81). “Queremos abrir o diálogo com as mulheres e informar sobre os direitos, apontando o que pode ser considerado abuso e violência” afirma a ativista.

Para ser voluntária e ajudar a concretizar os projetos, basta ter desejo de mudar a realidade das mulheres e tempo disponível. As pessoas interessadas receberão qualificação para fazer parte da equipe de acompanhamento, ajudarão na divulgação das palestras e na distribuição de materiais gráficos temáticos sobre relacionamentos abusivos, violência e assédio moral no trabalho, por exemplo. As interessadas podem entrar em contato por meio da fanpage www.facebook.com/institutonisiafloresta.

 

*Data alterada

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