Madeline Brewer: os paralelos entre o Conto da Aia e a realidade
O Conto da Aia tornou-se símbolo do movimento feminista ao mostrar o que ocorre quando não se há autonomia sobre o próprio corpo.
Nesta semana, que marca a estreia da sexta e última temporada da série “O Conto da Aia”, compartilhamos reflexões da atriz Madeline Brewer:
“Parece absurdo, mas existem homens que acham que podem definir se uma mulher pode ou não abortar após ser estuprada”.
“O mundo apocalíptico pode existir, afinal Donald Trump está no poder“.
“A ditadura de Gilead só surgiu porque as mulheres perderam a autonomia.”
Ela nasceu em 1992 em Nova Jersey (EUA) e é graduada pela Academia Americana de Música e Drama. Fez sua estreia na televisão em 2013, ao interpretar Tricia Miller na série Orange Is The New Black (Laranja é o novo preto). Nos anos seguintes, participou de diversas séries e filmes. Em 2017, juntou-se ao elenco da série The Handmaid ‘s Tale (O Conto da Aia).
Inspirado no livro do mesmo nome, a história se passa em uma teocracia cristã militar formada onde anteriormente eram os Estados Unidos, que reorganiza a sociedade do país em um modelo inspirado no Antigo Testamento da Bíblia.
Leia mais
- Mariliz e a culpa imposta às mulheres: a responsabilidade de educar os homens
- O legado de Marina Colasanti na literatura, jornalismo e história brasileira
- Maria José Rosado: 80 anos de fé, pesquisa e luta feminista
- Flávia Albuquerque: misoginia não é transtorno mental
- Centro Brasileiro de Justiça Climática lança programa de formação para jornalistas
As poucas mulheres que são férteis são transformadas em “aias” – escravas sexuais obrigadas a gerar filhos para as famílias dos comandantes. Na nova temporada, a protagonista June (Elisabeth Moss) continua na luta para destruir o regime.
A história tornou-se símbolo do movimento feminista, principalmente, da luta pela justiça reprodutiva, pois representa o que ocorre quando não há autonomia sobre o próprio corpo.
Em 2018, Madeline foi entrevistada pelo portal Notícias da TV em um cenário semelhante ao que ocorre atualmente, com Donald Trump presidente dos EUA. Ela afirmou que o mundo pode seguir em direção de Gilead com líderes da extrema direita no poder.
“Gilead pode existir na vida real a partir do momento em que tivermos no comando mais homens que calam as mulheres e tiram seus poderes”, afirmou.
Porém, a atriz acredita no poder da luta das mulheres para barrar esses retrocessos: “quando as mulheres se unem, o sistema patriarcal cai e fica maluco.”
Os novos episódios da série estão sendo lançados semanalmente na plataforma Paramount+.