Gabriele Oliveira fará livro-reportagem sobre mulheres em situação de vulnerabilidade social como Trabalho de Conclusão de Curso. O dinheiro arrecadado possibilitará que ela adquira um novo notebook.
“Antes de feminista, sou uma mulher negra e pobre”. Essa autodesignação é uma das últimas frases que Gabriele Oliveira me diz antes de terminarmos a conversa. Gabriele Oliveira, 21 anos, 6ª fase de Jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), uma mulher negra, pobre e decidida: a contar a história de sua mãe, dela própria e de muitas outras anônimas em situação de vulnerabilidade no Brasil.
Em 2018, Gabriele realizou o sonho de entrar numa Universidade pública. “Fui a primeira e única da minha família a entrar na Universidade”, conta. Em 2017, ela mudou-se de São João Batista, interior de Santa Catarina, para Florianópolis com objetivo de conquistar a sonhada vaga. Instalada na casa da avó e sem condições de pagar um curso pré-vestibular, se candidatou para o Gauss Pré-Vestibular – projeto de extensão gratuito e de caráter voluntário desenvolvido por estudantes da UFSC que compõem o grupo PET Matemática.
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Sua luta, no entanto, vem de longe. Gabriele foi a primeira criança nascida na Casa de Nazaré, localizada na cidade de Maringá (PR). Sua mãe, Juliana Oliveira, na época com 17 anos, estava em situação de rua e foi abrigada pelas freiras que administravam a instituição. Gabriele morou na casa de abrigo até completar 1 ano, quando sua mãe retornou para Ponta Grossa. Aos 7, ambas se mudaram para São João Batista onde sua mãe conseguiu um emprego numa fábrica de calçados local.
Inspirada na história de sua mãe, que também é o começo de sua própria, Gabriele escolheu realizar um livro-reportagem, como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), sobre mulheres em situação de vulnerabilidade próximas ou abaixo da linha da pobreza. A investigação irá começar justamente onde passou os primeiros meses de sua vida, a Casa de Nazaré.
“Eu sempre soube que queria contar a história da minha mãe, dar um retorno para tudo que ela investiu em mim sua vida inteira. Eu estou escrevendo para ela. Mas a ideia do TCC é ir além da história da minha mãe. Quero ouvir histórias daquelas que estiveram/estão em situação de rua, que viveram/vivem na extrema pobreza, que recorreram/recorrem a prostituição como forma de sobrevivência, que tiveram/têm essa casa de acolhimento como refúgio em seu desamparo social”, explica.
Agora, o desafio é comprar um notebook em que possa escrever, diagramar e editar o livro-reportagem. Para isso, Gabriele começou uma vaquinha com objetivo de conseguir de forma colaborativa R$ 5.000. Até o momento, ela conseguiu levantar R$ 900.
Quer ajudar a Gabriele a construir a narrativa de mulheres socialmente invisibilizadas e discriminadas? Clique aqui!
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Quem preferir PIX a chave é [email protected] , para Gabriele de Oliveira da Silva.