As mulheres são a maioria da população brasileira: 51,4%, segundo o IBGE. São também as principais usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), seja para o próprio atendimento ou para acompanhar filhos/as, companheiros/as, idosos/as e outros familiares. Além das enfermidades específicas, sua saúde sofre ainda impacto pela discriminação nas relações de trabalho, sobrecarga das responsabilidades com o trabalho doméstico e violência de gênero. Para monitorar e aprimorar a atenção dispensada pela saúde pública à população feminina é que ocorre a 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres.
Até o final de maio, regiões e municípios brasileiros realizam as etapas locais preparatórias e elegem delegadas para as fases estaduais e nacional do evento. As cidades da região da Grande Florianópolis farão conferência única e conjunta, em 5 de maio, na Faculdade Estácio de Sá, em São José. O evento terá palestra com a farmacêutica sanitarista, ex-vereadora de Florianópolis e secretária executiva da Rede Feminista de Saúde, Clair Castilhos, e mostra de Boas Práticas na área da saúde da mulher no SUS.
Na capital catarinense, a fase municipal acontece nos dias 19 e 20 de maio na UFSC. Antes dela, ocorre um encontro preparatório em 26 de abril, às 19h, no CCE/UFSC. O encontro vai debater “O mundo do trabalho e suas consequências na vida e na saúde das mulheres” e “Vulnerabilidades e equidade na vida e na saúde das mulheres”. A intenção é aprofundar a reflexão sobre os eixos temáticos e avaliar a evolução das políticas traçadas pela primeira conferência, de 1986.
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A CNSM é ancorada em quatro eixos principais: I – O papel do Estado no desenvolvimento socioeconômico e ambiental e seus reflexos na vida e na saúde das mulheres; II – O mundo do trabalho e suas consequências na vida e na saúde das mulheres; III – Vulnerabilidades nos ciclos de vida das mulheres na Política Nacional de Atenção Integral a Saúde das Mulheres; e IV – Políticas Públicas para Mulheres e Participação Social.
A estruturação coletiva de políticas de saúde também é uma oportunidade para ampliar a mobilização e o engajamento das mulheres na luta pela igualdade de gênero em um momento de iminentes retrocessos culturais e políticos. “O momento atual é de lutar pela manutenção e garantia do SUS e de políticas que promovam de fato a integralidade e a equidade. As reformas trabalhistas e previdenciárias têm grande impacto na vida das mulheres, que sobrecarregadas com múltiplas jornadas terão que trabalhar mais tempo para alcançar a aposentadoria. A terceirização, implica em mais acidentes trabalho, também precariza a condição das mulheres”, afirma Fernanda Manzini, coordenadora adjunta da etapa municipal da conferência em Florianópolis.
Agenda colaborativa
Catarinas está organizando uma agenda colaborativa das etapas locais da CNSM em Santa Catarina para facilitar a inscrição das mulheres nas atividades. Escreva um e-mail para [email protected] e divulgue a etapa da sua região ou município no portal. No assunto, mencione CONFERÊNCIA – E A REGIÃO/CIDADE.