Enquanto observamos a posse presidencial, os ritos iniciais cheios de significados, com tantas mulheres assumindo ministérios, é impossível não se alegrar, renovar as esperanças de que aqueles “dias mulheres” que tanto chamamos, vestimos, bradamos, estão mesmo chegando.

Celebrar é importante. Afinal, nos mobilizamos pelo bem viver, por conquistas. Quando elas chegam, sejam grandes ou pequenas, não podemos pular etapas. Celebrações criam repertórios, por esses dias bonitos, passamos outros tantos de dureza.  

Por mais que estejamos presenciando avanços importantes, não podemos perder do horizonte que são avanços instáveis. 

Nomeações ministeriais são escolhas discricionárias do presidente. E como bem sabemos, nem todas feministas. 

Contra o avanço feminista em bases instáveis, a estabilidade dos avanços conservadores, que elegeram mandatos não apenas machistas, anti-feministas. Pelos próximos quatro anos nos poderes executivos estaduais, assembleias legislativas estaduais e federal; por oito anos no Senado. 

Para enfrentar um poder consolidado como este, precisamos organizar o próximo voto feminista, desde já!

Nosso campo precisa se manter mobilizado, ativo. Isso demanda trabalho, planejamento de médio e longo prazo, mobilização, intercâmbios e, por derradeiro, recursos!

Tem trabalho pra todo mundo! Formação de candidatas, de aliadas, estruturação de redes de acolhimento, atualização de estratégias de campanha, atualização do campo jurídico, qualificação e avanço da legislação eleitoral, prevenção à violência política, formação e mobilização de eleitorado, análise de dados, massificação das mensagens feministas progressistas, fomento constante à cultura feminista e para o voto feminista. 

A lista é infinita. E o recurso?

Mesmo com avanços e conquistas, o feminismo é ainda uma pauta emergencial. A sub-representação de mulheres na política, especialmente de mulheres populares, diversas, feministas, segue ainda como uma ameaça à democracia em si.

Políticas públicas, fundos e fomentos nacionais e internacionais precisam manter essa dimensão em vista.

Prosperidade para as organizações e iniciativas declaradamente feministas e progressistas! 

Sem isso, nem avanços instáveis teremos.  

Editais abertos

Mapeamos alguns editais abertos, bem interessantes para organizações e iniciativas feministas. Atenção aos prazos!

30 de Janeiro | Fundo de Equidade de Gênero da Brazil Foundation | Projetos de até 150 mil reais 

28 de Fevereiro| Edital Geral 2023 Reconstruindo Direitos: caminhos para a Justiça Social do Fundo Brazil |Projetos de até 40 mil reais.

Atenção aos sinais

9 anos depois, Governo Sueco retira a palavra “feminista” de sua política externa. Em 2014, foi o primeiro país do mundo a declarar sua política estrangeira como feminista. Depois da Suécia, pelo menos 10 países seguiram o exemplo, dentre eles: França, México, Chile, Canadá, Alemanha, Líbia, Libéria, Espanha, Escócia, Colômbia, Holanda.

De acordo com o governo, a mudança é apenas no nome, não no cerne na política. De toda forma, um retrocesso simbólico. O blog do Equality Fund traz mais informações sobre a mudança e seus impactos.

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