Dois momentos de agressão por parte de um Policial Militar foram registrados na agência do Banco do Brasil, em Concórdia. Uma mulher sofreu empurrões e chegou a cair ao ter seu celular arrancado das mãos do PM, o que culminou numa briga maior entre o policial e um sindicalista.
O segundo momento já registrado em vídeo mostra o policial, ainda nervoso, que parte para cima de outro manifestante, enquanto as mulheres relatam aos outros militares o que ele havia feito minutos antes. “Ele saiu de lá e me avançou, ele avançou na gente, (…) na hora que ele saiu me bateu e apagou (vídeo)”, diz a mulher.
De acordo com os manifestantes a confusão começou quando uma funcionária do banco chamou a polícia para entrar na agência que estava fechada por causa do dia de greve geral. Para dar suporte aos trabalhadores da agência do Banco do Brasil, que fica no centro da cidade, pessoas de diferentes categorias e entidades estavam em frente a agência, que naquele momento estava bloqueada com faixas e cartazes.
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Segundo representantes do movimento, o policial chegou já alterado, arrancou as faixas e, depois de encaminhar a funcionária para dentro da agência, foi até o caixa automático sacar dinheiro. Nesse momento os manifestantes questionaram o policial sobre ele estar em horário de trabalho e fazer coisas pessoais. Muitos filmaram e fotografaram o PM, que ao sair levou uma grande vaia dos manifestantes. Ele foi pra cima de uma das mulheres, algumas caíram e uma delas foi empurrada. Em seguida uma confusão generalizada se instalou e o PM e um dirigente sindical partiram para agressão física.
Em entrevista à Rádio Rural, o comandante da Polícia Militar de Concórdia, Sérgio Vargas, afirmou que o atrito se deu entre o Policial Militar e o manifestante, e o vídeo, divulgado na rede social, mostra a parte que interessa ao movimento. Vargas afirma que a discussão entre os dois foi anterior à cena filmada. “O comando já tomou a iniciativa de pedir para agência do Banco do Brasil as imagens de segurança e elas que darão a dimensão do que aconteceu”.
Na entrevista, o comandante enfatiza que não houve nenhum excesso e que o policial foi até a agência para acompanhar uma funcionária que queria trabalhar e uma mulher que pretendia sacar um dinheiro para viajar. A entrevista não explica por que o policial tentou retirar o celular das mãos da manifestante. Tentamos contato com o Comando da Polícia Militar de Concórdia, que alegou que o responsável pela comunicação não estava presente e somente ele irá se manifestar sobre o caso.
A mulher, ainda não identificada, é servidora pública municipal e registrou um boletim de ocorrência contra o policial. O Comando da PM vai abrir um inquérito para apurar os fatos e as pessoas que acompanhavam o momento da discussão estão sendo ouvidas.
De acordo com um manifestante que prefere não se identificar, o policial mostrou um grande descontrole ao tratar com as pessoas do movimento. “Ele que estava armado, ninguém de nós tinha qualquer arma ou intenção de brigar. A forma com que ele agiu desde o começo da ação, demonstrou o descontrole do PM, ele não esta preparado para agir em situações de conflito”.