Com informações de Emanuelle Vanderlei.
A participação feminina na greve das/os jornalistas alagoanas/os, iniciada há cinco dias, tem feito a diferença na mobilização da categoria. Como acontece nos quatro cantos do país, no estado as mulheres são maioria nas redações e assessorias de comunicação.
O principal motivo da paralisação é a ameaça de redução de 40% do piso salarial da categoria, conquistado há décadas e que, ao longo dos anos já vem sofrendo desvalorização se comparado à época de sua instituição.
“Hoje, nosso piso salarial não chega a quatro salários mínimos. No passado, representava sete salários mínimos. Este ano, as três maiores empresas de comunicação do estado, além de negar a reposição da inflação propuseram o corte no piso, afrontando a dignidade de toda uma categoria”, denuncia a jornalista Fátima Almeida, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal).
Em pronunciamento na Câmara Municipal de Maceió, Almeida lembrou que, em Alagoas, o piso salarial do jornalista, dito um dos maiores do país, é teto. “Trabalhei 26 anos no jornal Gazeta de Alagoas (da família Collor). Entrei e sai de lá ganhando um piso”, ressalta Fátima.
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Para a vice-presidente regional da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Valdice Gomes, que também já exerceu mandato de presidenta do Sindjornal, o resultado da mobilização realizada pelos jornalistas alagoanos deve ter impacto direto nas lutas dos demais sindicatos da categoria, em todo o país.
“A presidente nacional da Fenaj (Maria José Braga) veio a Maceió logo no primeiro dia de greve, para nos apoiar e também por compreender que a situação vivenciada pelos jornalistas alagoanos serve de alerta para todo o Brasil. E nós, mulheres, que somos maioria em muitas redações e assessorias locais, país afora, já compreendemos nosso papel nessa mobilização. A sociedade, mais que nunca, precisa do Jornalismo e essa tentativa drástica de corte salarial diz muito do que está por vir”, ressaltou Valdice.
O presidente do Sindjornal, Izaías Barbosa, afirma que a categoria não aceita a redução do piso, sob qualquer hipótese. A redução é defendida pela Organização Arnon de Mello (OAM), gestora da TV Gazeta, jornal Gazeta de Alagoas e rádios Gazeta; o Pajuçara Sistema de Comunicação (PSCOM), que administra a TV Pajuçara, Rádio Pajuçara e portal de notícias TNH1; e Sistema Opinião, que administra a TV Ponta Verde e o portal OP9.