Exposição “Elas São: Galeria de Mulheres” traz retratos de personalidades que marcaram época
“Elas São: Galeria de Mulheres” reúne retratos de mulheres anônimas e famosas que impactam este tempo com seu modo de existir, seu gesto artístico, político ou intelectual. Será inaugurada em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, às 16h e permanece aberta à visitação até 30 de abril, de segunda a sexta-feira, das 7h30min às 22h, e aos sábados, das 8h às 17h, no hall do auditório Elke Hering.
Dez retratos em acrílico sobre tela de mulheres anônimas e famosas evocam uma mostra artística significativa da presença da mulher na contemporaneidade. Esse número cabalístico, que significa liderança, força e vitória, explica um pouco a seleção das personalidades femininas que compõem a exposição “Elas São: Galeria de Mulheres”, com a qual a artista plástica, professora universitária e bibliotecária Narcisa Amboni homenageia mulheres que impactaram ou impactam este tempo com sua arte, conhecimento, militância política ou simplesmente com sua presença carismática no mundo.
Duas literatas brasileiras integram a galeria: uma é a professora, dramaturga, tradutora, roteirista, ensaísta e contista Eglê Malheiros, hoje radicada em Brasília, que ao lado do companheiro Salim Miguel fez acontecer o movimento modernista em Florianópolis, com a criação do Grupo Sul. A segunda é a goiana Cora Coralina, expressão maior da poesia feminina de rica vertente popular, que viveu até 1985.
A cientista Bertha Lutz, líder feminista e política paulista, falecida na década de 70, desponta na exposição como uma mulher pioneira no campo da ciência, ainda dominado pelo mundo masculino, e pioneira também na luta pelo voto feminino e pela igualdade de direitos entre homens e mulheres no Brasil.
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Além delas, outras mulheres recriadas pelas tintas evocam o protagonismo da mulher nos frontes de batalha e nas lutas políticas do seu tempo, como Anita Garibaldi, a heroína da Revolução Farroupilha e Antonieta de Barros, a primeira deputada negra e mulher em Santa Catarina. “Ambas deixaram marcas indeléveis na história de Santa Catarina pelos seus feitos e pela sua existência forte”, assinala Narcisa.
Nesse universo, a artista encara o desafio ético de retratar Dilma Roussef, uma mulher polêmica, que ainda não foi vista com o afastamento e a legitimidade da história, mas que, como ela própria diz, “tornou-se um emblema indiscutível de coragem e de enfrentamento do poder masculino para o mundo inteiro, quer se goste dela ou não”.
Com o retrato de Roberta Moraes de Bem, atual diretora da Biblioteca Universitária da UFSC, Narcisa homenageia as mulheres do seu meio profissional e da instituição onde atuou como bibliotecária durante 36 anos, exercendo também o cargo de direção no período de 2008 a 2012.
Explorando a dialética entre fama e anonimato, ela captura o gesto cotidiano das famosas e a celebridade das anônimas. Um sorriso, uma expressão, um chiste: o imperceptível comparece. A galeria contempla ainda uma série de mulheres comuns, donas de casa, que se destacaram por seu carisma e traços de personalidade. Nela figuram a amiga Ondina Doin Vieira Wandelli, a sogra Dulcina Nunes Pereira Sardá, ambas já falecidas e Ignez Girardi Amboni, sua mãe, representando diferentes culturas influenciadas por imigrações europeias no Estado: francesa, açoriana e italiana, respectivamente. Através delas, a retratista celebra as matriarcas, mulheres da geração da II Guerra Mundial que são, segundo Narcisa, presenças invisíveis e estruturantes na sociedade brasileira.
Serviço
Exposição “Elas São: Galeria de Mulheres” (acrílico em tela)
Artista plástica: Narcisa Amboni
Inauguração no Dia Internacional da Mulher (8 de março) às 16h
Período de exposição: de 9 de março a 30 de abril, de segunda a sexta-feira das 7h30min às 22h e aos sábados das 8h às 17h.
Local: Hall do Auditório Elke Hering da Biblioteca Central da UFSC
Mais informações: (48) 3721-2465
Com informações do Portal UFSC