Pelo direito de ocupar todos os espaços e em defesa das vidas LGBTIs, foi realizado no último domingo (27) o ato Bota a cara no sol LGBTI+, na praia do Campeche. Somente neste verão, dez pessoas foram agredidas na praia localizada na região Sul de Florianópolis, vendida como “Capital GayFriendly”, mas que na realidade vem oferecendo cotidianamente episódios de LGBTIfobia.
Organizado pela Acontece – Arte e Política LGBTI +, Amocam Associação de Moradores do Campeche e Conselho Local de Saúde do Campeche, o evento é uma maneira de afirmar a ocupação desses espaços pela população LGBTI+.
Uma das situações de violência aconteceu no primeiro dia do ano, quando pessoas foram agredidas na praia. “Uma das pessoas que estava nesse dia é uma travesti e eu enquanto uma pessoa trans posso garantir que a praia é difícil pra gente. É um lugar em que existem esses olhares normativos sobre os corpos muito presentes. Eu como homem trans, eu fico sem a camisa? eu fico de biquíni? Acho muito importante juntar esse pessoal para livremente ocupar a praia”, relatou Lui Castanho, da Companhia Fundo Mundo.
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Intervenções circenses foram realizadas no evento por integrantes da companhia. “Nós da companhia Fundo Mundo, que é uma companhia de circo só de pessoas trans e travestis e não binárias fomos convidados a participar do evento e estamos fazendo essas intervenções. É importante a gente se apoiar nesse momento. As comunidades e as forças se fazem daí”, disse Lui.
Segundo Carla Ayres, representante do grupo Acontece – Arte e Política LGBTI +, diversas agressões LGBTfóbicas ocorreram ao longo dos anos na praia do Campeche, sendo dez delas somente em 2019. “Travestis foram expulsas da praia, gays foram expulsos da praia, lésbicas foram expulsas e apanharam nesta praia. Não é um caso isolado. Florianópolis que se diz amiga dos LGBTs só tolera o nosso dinheiro e não os nossos corpos e nossas vidas”, afirmou no ato.
Ayres reiterou que o grupo Acontece convocou o evento para dizer que as Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Intersexuais e demais identidades não hegemônicas continuarão na vida pública, na praia, nas ruas nos espaços públicos.
Confira as entrevistas e falas de participantes do evento: