Desde o final do ano passado, nós do Portal Catarinas estamos com uma campanha de financiamento coletivo pelo Catarse de forma permanente como estratégia para garantir a qualidade das reportagens, cobertura de eventos, curadoria do material de outros veículos com postagens diárias nas redes sociais e a experimentação de novas linguagens para a apresentação dos conteúdos, como áudios, infográficos e ilustrações. Sempre ressaltamos que a colaboração feita por nossas leitoras é indispensável para a garantia de acesso gratuito do Portal, posicionamento que foi defendido desde a sua criação.

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O Portal Catarinas tem se dedicado há três anos a subverter a lógica do jornalismo tradicional nas abordagens, buscando romper com a reprodução de estereótipos de gênero presentes na sociedade e trazendo vozes de mulheres historicamente silenciadas.

Demarcamos a sociedade como o lócus a ser transformado, porque ainda atravessada pelo racismo, machismo, concentração de riquezas e intolerância às identidades de gênero e orientação sexual. Tomamos a perspectiva de gênero como uma lente analítica e crítica das desigualdades que precisamos e estamos enfrentando.

Também nos opomos à lógica estritamente comercial do jornalismo, apostando na colaboração entre as pessoas, seja na produção jornalística ou no financiamento, este último de importância crucial para fazer frente à precarização da profissão, fenômeno que se intensifica a cada a ano.

A atuação em diálogo com o movimento social, principalmente os feminismos, tem sido uma das marcas do Portal, e a qualidade do trabalho construído tem ganhado reconhecimento acadêmico. Dissertações, trabalhos de conclusão de curso e artigos vêm sendo publicados tendo como foco de análise o jornalismo feito pelo Catarinas.

Em outra frente, estamos publicando trabalhos de diversos formatos feitos por estudantes de jornalismo que apresentam diálogo com a perspectiva de gênero, gerando um fluxo de conhecimento acadêmico e jornalístico contemporâneo.

Em recente artigo publicado na revista Mais que Amélias, as mestrandas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) Ligia Tesser e Naiara Persegona analisaram a cobertura jornalística das eleições de 2018 feita pelo Portal Catarinas. As pesquisadoras consideraram que o projeto de chamada às candidaturas feministas de Santa Catarina trouxe temas relacionados às minorias sociais em todas as publicações da cobertura, posicionando as matérias na contramão de um Estado conservador e mantenedor do status quo.

“Pode-se localizar o Portal Catarinas como um meio de comunicação independente e contra hegemônico, seja pelo seu perfil de fundação de abrir espaço para as minorias ou pelas pautas levantadas na cobertura da campanha eleitoral, que possivelmente não teriam o mesmo viés na imprensa tradicional”, concluíram.

Esse reconhecimento do Catarinas enquanto um meio que abre espaço para temáticas e abordagens que provavelmente não teriam o mesmo destaque na mídia hegemônica demonstra a necessidade de que iniciativas como a nossa consigam garantir a sua sustentabilidade para permanecer e intensificar ainda mais a sua atuação no enfrentamento ao status quo, que vitima uma grande parcela da sociedade.

Construída com esse fim, a campanha no Catarse, assim como a possibilidade de financiamento pela plataforma Pag Seguro, já tem trazido retorno pela colaboração das leitoras, mas ainda precisamos de mais. Atualmente, temos uma jornalista e coordenadora com dedicação exclusiva ao trabalho do Portal, além da remuneração de algumas demandas que se somam ao trabalho voluntário de diversas jornalistas e colunistas que acreditam no projeto Catarinas e no potencial de um jornalismo transformador.

A partir deste mês também passamos a contar com uma estagiária mediante convênio feito com a Universidade do Vale do Itajaí (Univali) válido por cinco anos e aberto às estudantes que demonstrem interesse em atuar por um período ao nosso lado na construção do jornalismo feminista.

As boas notícias nos dão a dimensão de nossas conquistas e o quanto temos a avançar enquanto sujeitas políticas que atuam para garantir o direito de exercermos nossa profissão, na defesa do direito humano à comunicação — tão fundamental para uma sociedade que se pensa democrática.

Esses passos impactam diretamente na manutenção e solidificação do Portal Catarinas e são o reflexo da atuação diária das jornalistas dedicadas ao projeto e do reconhecimento e colaboração de tantas mulheres que apoiam das mais diversas formas o nosso trabalho.

A coletividade e a solidariedade são gestos temidos pelos autoritários, por isso os ativismos estão na mira deste governo. Na contracorrente de tempos de elogio ao individualismo e ao ódio, comemorar o fortalecimento desses espaços de trabalho e ativismo social renova nosso otimismo e esperança.

Agradecemos a todas vocês e contamos com a colaboração na divulgação da campanha para aumentar o financiamento e garantir a sustentabilidade do primeiro portal de notícias com perspectiva de gênero do Brasil.

Somos Muitas, somos Catarinas!

 

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