Nesta quintafeira (18), as ruas de 29 cidades brasileiras foram ocupadas por ativistas e integrantes de movimentos sociais em um ato pela volta do auxílio emergencial.

O ano de 2021 iniciou com a notícia de que 27 milhões de brasileiros passaram a viver na extrema pobreza. De acordo com o cálculo da Fundação Getúlio Vargas, 12,3% da população passou a fazer parte deste grupo no momento em que o auxílio emergencial foi cancelado, em dezembro de 2020. Para pressionar o governo federal, ativistas da Coalizão Negra por Direitos se uniram nesta quinta-feira (18) em um ato nacional pela volta do auxílio emergencial.

O ato faz parte do movimento “Auxílio Até o Fim da Pandemia”, uma iniciativa da campanha Renda Básica Que Queremos, composta por 270 organizações, movimentos e instituições da sociedade civil. O movimento pede a retomada dos valores originais do benefício, de R$600/mês e R$1200/mês para mães com filhos, além de vacina para todas e todos através do SUS.

A demora do governo federal em decidir pela volta do auxílio pode empurrar mais pessoas para a linha de extrema pobreza e piorar o cenário econômico do país. “O presidente precisa entender a dinâmica dessas famílias, a volta do auxílio emergencial é urgente”, afirma Lúcia Xavier, coordenadora da ONG Criola.

ato volta auxílio emergencial
Coalizão Negra por Direitos realizou protestos em 29 cidades brasileiras pela volta do auxílio emergencial. (Foto: Elineudo Meira)

De acordo com os dados da Caixa, com o fim do pagamento deixam de ser injetados na economia R$ 32,4 bilhões por mês. O impacto previsto com a suspensão do benefício é tão significativo que em sua última reunião, no final de janeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, alertou para uma possibilidade de “reversão temporária” da retomada da atividade econômica em 2021, dependendo não só do cenário da pandemia, mas também do efeito do fim do auxílio emergencial na economia. Atualmente o Brasil convive com o recorde de mais de 14 milhões de desempregados.

“O auxílio emergencial é um auxílio pra alguém que diante da pandemia não consegue mais buscar recursos. A conta de luz voltou a ser cobrada, o aluguel precisa ser pago e essas famílias precisam do mínimo para sobreviver a essa pandemia”, enfatiza Xavier.

O movimento “Auxílio até o fim da pandemia” está organizando um abaixo assinado online pela plataforma da campanha que será entregue ainda este mês ao novo presidente da Câmara dos Deputados, o deputado Artur Lira. O objetivo é obter apoio semelhante ao conquistado em 2020 com a campanha Renda Básica que Queremos, que angariou mais de meio milhão de assinaturas.

Com base no apoio a brasileiros de todo o país que tiveram seu direito negado ou interrompido, o movimento também intensificará a comunicação com o Ministério da Cidadania e o Ministério Público Federal para fazer valer o direito de quem deveria ter recebido o benefício no ano passado.

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