Esse trabalho é parte de uma cobertura colaborativa.
O dia 14 de junho de 2019 foi marcado por paralisação no transporte coletivo, em linhas de ônibus e metrô, serviços públicos com adesão de trabalhadores da educação, saúde, bancários, metalúrgicos, químicos, servidores do INSS e estudantes em mais de 350 cidades por todo o Brasil, segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE).
A Federação Única dos Petroleiros (FUJ) diz que greve já atinge 14 refinarias da Petrobrás, em 12 Estados. A greve foi registrada em 26 estados e Distrito Federal apoiadas pelas centrais sindicais e movimentos sociais. Segundo nota da Força Sindical cerca de 45 milhões de trabalhadoras e trabalhadores participaram dos atos e manifestações, mas não tivemos até o momento acesso a outras fontes com dados gerais.
Confira as manifestações em todo o Brasil a partir dos materiais de nossas colaboradoras, na Linha do tempo da Greve Geral 14J.
As palavras de ordem das manifestações ao redor do Brasil fazem referência ao direito à aposentadoria, a luta contra a Reforma da Previdência, aos cortes de verbas para a educação e ao desemprego. Em cartazes, os manifestantes também se posicionaram sobre as conversas vazadas entre o então juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol durante a Operação Lava Jato, pediram a liberdade ao ex-presidente Lula e a saída de Bolsonaro e do vice Mourão, caso o governo continue retirando os direitos da população.
As manifestações ocorrem de maneira ordenada e pacífica na maior parte das cidades. No entanto, foram registrados casos de violência contra manifestantes em Niterói/RJ, onde um veículo em alta velocidade atropelou manifestantes na Avenida Marquês do Paraná, ferindo três pessoas, e em Blumenau/SC, onde um empresário acendeu um foguete como forma de intimidação e dispersão dos manifestantes. Também estão sendo relatados casos de violência policial e detenção de manifestantes em algumas cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis.
Assista trechos da marcha em Florianópolis:
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“A gente das brigadas têm feito o nosso trabalho. A gente trabalha com as ocupações urbanas e com o movimento estudantil para construir esse dia, e foi feita uma construção ampla com várias centrais sindicais, frentes de movimentos populares e estudantis preparando para esse dia que a gente coloca como muito importante. Um dia de luta para demarcar mesmo, para mostrar a nossa capacidade de mobilização para barrar essa reforma”, ressalta Bia Borges das Brigadas Populares.
Assista a entrevista de Bia Borges das Brigadas Populares:
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“Nós trabalhadores da saúde paralisamos o serviço e estamos aqui junto na construção da greve geral. É o início da derrota do governo federal. As mobilizações continuam, continuam as coletas do abaixo-assinado contra a reforma da previdência. Enquanto o governo federal não retroceder e tirar a reforma da previdência da pauta do Congresso Nacional e enquanto não revogar a questão dos gastos na Educação a gente vai permanecer se mobilizando”, afirma Edileuza Fortuna do SindiSaúde.
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“É um dia vitorioso. Hoje a gente conseguiu trazer a classe trabalhadora em cena de fato. Desde 2017 a gente não tem uma greve geral. No dia 15 e 30 de maio nós mostramos a força dos trabalhadores e da juventude contra os ataques do governo Bolsonaro. Agora a nossa luta não para aqui neste dia de greve geral. A campanha contra a reforma da previdência e contra os cortes na Educação e em defesa do emprego vai seguir. Se for preciso nós vamos fazer outras greves gerais”, enfatiza Ingrid Assis dirigente do CSP Conlutas e integrante do movimento indígena.
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“Não queremos nenhum ataque aos seus direitos. Não vamos aceitar emenda nenhuma na reforma. É uma reforma que não presta, senão nós vamos morrer trabalhando. Por isso nós temos que dizer não. Ninguém tem condições de fazer uma aposentadoria e pagar uma poupança. Nenhum direito a menos! Nenhum trabalhador vai ser prejudicado se depender das centrais sindicais, se depender das centrais que estão na luta e dos estudantes. Por isso a nossa luta unificou: é estudante junto com trabalhador”, avalia Anna Julia Rodrigues, Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Jornalistas geralmente se reúnem para cobrir manifestação e não para participar. A gente está fazendo uma tentativa desde o dia 15, dia 30 e hoje de estar reunindo os estudantes para esse momento de unificação. Estamos com dois problemas: a gente não tem previsão de se formar e depois não tem provisão de se aposentar. Então estamos na rua para não ter corte na Educação, para conseguir se formar e se aposentar melhor”, esclarece Aline, estudante de jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Atos em Santa Catarina:
Florianópolis – Paralisação de servidores públicos, transporte coletivo, UPAs.
Joinville – Ato na Praça da Bandeira.
Criciúma – Concentração na Praça da Chaminé e caminhada do terminal central até a Praça Nereu Ramos.
Blumenau – Paralisação do transporte público e assembleia dos trabalhadores entre 3h e 7h da manhã. Caminhadas saindo da Prefeitura Municipal até o Teatro Carlos Gomes para um ato às 10h, roda de conversa às 15h e aula pública às 18h30min.
Itajaí – Caminhada pela Hercílio Luz.
Lages – Os trabalhadores do INSS aderiram à greve.
Rio do Sul – 9h – Manifestação na frente da rodoviária/trevo da 470, 14h – Confecção de cartazes, faixas e diálogo com a população na Praça Ermembergo Pellizzetti, 18h – Concentração em frente ao IFC (Unidade Urbana) com divulgação das pautas da greve geral, mini palestras e músicas, 18h30min – Divulgação das pautas da Greve Geral na entrada da UNIDAVI.
Chapecó – Concentração na Praça Coronel Bertaso, caminhada pela Av. Getúlio Vargas às 10 horas, ato em frente à BRF às 13 horas e aula pública às 14 horas.
Oeste Catarinense – Movimentos Sociais, Estudantes e Centrais Sindicais organizaram atos; em 12 Cidades da região Oeste tiveram manifestações.
Atualizada às 11h40 de 15 de junho.