Por Arquitetas para o CAU*

Desde agosto, nós, candidatas que escolhemos formar uma chapa exclusivamente composta por mulheres para a eleição do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) de Santa Catarina, precisamos explicar todos os dias esta decisão.

Os motivos que nos levaram a mobilizar 30 arquitetas, entre candidatas a conselheiras estaduais e federal e suplentes tem ligação direta com a sub-representação. Atualmente somos 61% da categoria profissional em Santa Catarina, mas apenas duas entre 14 membros do CAU.

Chapa reune trinta candidatas para aumentar representatividade feminina no conselho de Arquitetura e Urbanismo

Entendemos que esse desequilíbrio na representatividade feminina no espaço político de uma profissão predominantemente formada por mulheres não pode mais ser aceito no século XXI, basta resgatar a história das  mulheres em sua luta constante pelo direito à emancipação política e pelo exercício de sua cidadania.

Entendemos que precisamos avançar! Ocupar o espaço político para contribuir a partir das nossas experiências, habilidades, valores e compreensão das coisas. Isso significa buscar condições para equilibrar as relações e divisão sexual do trabalho no âmbito da arquitetura e do urbanismo. Diminuindo assim, as fronteiras que determinam os limites do fazer aprendido na esfera do privado e passar a participar efetivamente do espaço público. Nosso objetivo é ajudar a transformá-lo.

Sabemos que haverá um tempo de desacomodação, de estranhamento e reações, como já sentimos ao longo desses dias de campanha. Mas junto com isso, vem na mesma proporção um aprendizado coletivo profundo. Uma experiência que trouxe luz para  um tema invisibilizado, que é a condição das mulheres na arquitetura e na cidade, a qual precisa ser compreendida, discutida e revelada.

Essa possibilidade nos anima, pois sabemos que, ao passo que aumentarmos a equidade entre as pessoas, independente de gênero ou qualquer outro fator que as difiram umas das outras, estaremos caminhando no sentido de se alcançar com maior plenitude a FUNÇÃO SOCIAL DA ARQUITETURA.

Diante desse desafio, nós, Arquitetas para o CAU, queremos contribuir para essa necessária desconstrução, pois estamos certas de que a construção cultural que nos trouxe até aqui, pautada pela experiência do cuidado e da atenção com aquilo que está próximo, também fortalece nossa habilidade de fazer micro revoluções.
*Chapa 2 – Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina

 

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