As aulas estão mantidas para a maioria dos alunos dos cinco câmpus do IFSC em Santa Catarina onde acontecem ocupações contra as medidas do Governo Federal que afetam a educação. Apenas no câmpus de Chapecó, ocupado há nove dias após assembleia realizada pelo Grêmio Estudantil, as foram estão parcialmente suspensas. A exceção é o curso de Engenharia de Controle e Automação e os cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC). No câmpus central de Florianópolis, apenas os alunos do curso de Design decidiram suspender a programação letiva para participar exclusivamente das palestras, debates e oficinas promovidos pela ocupação.
Em Xanxerê e Araranguá, as aulas continuam. Os estudantes programaram as ações da mobilização para o intervalo das atividades e há apoio da comunidade. “Os alunos defendem que temos direito de cobrar a educação mas não faria sentido cobrar educação perdendo aula”, explica a estudante do curso de informática e integrante da organização da ocupação do IFSC Xanxerê, Thais Grosbelli.
Ao longo da semana, cerca de 30 alunos passaram as noites em cada uma das duas ocupações. O restante apenas participa das palestras e oficinas. Debates sobre a PEC 241, MP do Ensino Médio e Lei da Mordaça estiveram na programação montada pelos estudantes do câmpus de Xanxerê. Em Araranguá, houve ainda apresentações culturais e aulão para o ENEM. “Os alunos estão todos participativos. Os debates que rolam são bem legais a galera realmente colabora”, afirma Thaís.
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O câmpus central em Florianópolis foi o último a ser ocupado, após assembleia realizada na última quinta-feira, 27 de outubro. Os/as estudantes se organizam em conjunto com as outras ocupações da região, como o câmpus do IFSC São José; a Escola Estadual de Ensino Básico Simão José Hess, do bairro Trindade e a UDESC.
Comunidade participa
As ocupações dos/as estudantes catarinenses encontram apoio das comunidades local e escolar. “Não envolvemos partidos e acredito que por isso recebemos apoio da comunidade, dos pais e os próprios alunos, que ajudam com alimentos, elogiam…”, afirma a estudante do câmpus Araranguá, Thaís Grosbelli. Em Chapecó, universidades locais e seus diretórios centrais de Estudantes, duas escolas estaduais e sindicatos como o Sinasefe, Sinte, Sinduffs, declararam apoio à ocupação.
Um grupo de mães, pais e responsáveis acompanha as atividades programadas pelos alunos na ocupação do câmpus central, em Florianópolis. “Respeitamos a autonomia dos estudantes como grupo. Eles estão construindo uma coisa muito bonita coletivamente, de forma horizontal. Estão muito organizados, conscientes e maduros. Está lindo de ver”, conta a jornalista Janice Miranda, mãe de aluna do câmpus.
Quem desejar, pode doar alimentos e colaborar com a programação. As ocupações da Grande Florianópolis criaram um cadastro online para organizar palestras oferecidas por entidades, artistas, professores/as e outros membros da comunidade em um Banco de Aulas e Oficinas. Os estudantes também aceitam doações de alimentos, itens de higiene e medicamentos.
No final de semana, por conta das eleições, a programação da maioria das ocupações está suspensa, mas segue a partir da segunda-feira.
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