A segunda-feira (24), em Florianópolis, foi marcada por mobilizações e debates pela resistência à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que determina teto para gastos em serviços públicos como educação e saúde, e à Medida Provisória (MP) 746, chamada de reforma do ensino médio, que estabelece mudanças na educação brasileira.

Entre os fatos que marcaram o dia, houve o início da greve dos servidores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a paralisação dos servidores da saúde estadual. Na parte da tarde, uma plenária das centrais sindicais, na sede da Federação dxs Trabalhadorxs no Comércio no Estado de Santa Catarina (FECESC), discutiu a construção de uma greve geral para o próximo período.

entidades sindicais e representantes dos movimentos sociais participar de plenária para a construção de um dia de lutas em 11 de novembro.
Entidades sindicais e representantes dos movimentos sociais participam de plenária para a construção de um dia de lutas em 11 de novembro.
Centrais sindicais organizam plenária unitária em Florianópolis.
Centrais sindicais organizam plenária unitária em Florianópolis.

O objetivo principal do encontro foi criar entendimento entre as diversas entidades sindicais para realizar uma paralisação no dia 11 de novembro, com uma pauta centrada na resistência aos ataques a direitos da classe trabalhadora e dxs estudantes, como a PEC 241 e a MP 746 da reforma do ensino médio, respectivamente.

“Nós das centrais sindicais viemos realizando reuniões para construir não só no discurso, mas na prática, uma unidade em defesa da classe trabalhadora, contra a retirada de direitos, contra a reforma da previdência, contra a reforma do ensino médio e a lei da mordaça, e contra todos as medidas que atacam xs trabalhadorxs”, destacou Anna Julia Rodrigues, presidenta da Central Única dxs Trabalhadorxs de Santa Catarina (CUT/SC) na abertura da plenária. A atividade foi construída pela CUT, Intersindical, CTB, CSP/Conlutas, UGT, NCST, Fórum Catarinense em Defesa do Serviço Público e Força Sindical.

Além das entidades sindicais, também estiveram presentes representantes de entidades do movimento estudantil, do movimento de mulheres e a Rede Fora Temer Floripa que realizou ato também nesta segunda, com concentração no Largo da Alfândega, no centro da capital.

Protesto #OCUPATUDO segue pela avenida Mauro Ramos
Protesto #OCUPATUDO segue pela avenida Mauro Ramos

Pelo menos quatro câmpus do IFSC ocupados
A Rede Fora Temer Floripa organizou nesta segunda-feira ato contra a chamada PEC 241 e a Reforma do Ensino Médio na capital. O protesto partiu do Largo da Alfândega no centro e seguiu até a Avenida Mauro Ramos. O ápice ocorreu com a ocupação simbólica do câmpus central do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) por cerca de uma hora. Em jogral, manifestantes lembraram que hoje (25) estará no Congresso Nacional para ser votada a PEC 241 que congela por 20 anos os investimentos em saúde e educação e outros serviços públicos.

As/os manifestantes deixaram a instituição para que o Grêmio Estudantil discutisse com as/os alunas/os a possibilidade de ocupar o câmpus central. Após votação, as/os alunas/os definiram pela realização de uma assembleia na próxima quarta-feira para deliberar sobre a adesão ao movimento.

Após saírem das dependências do IFSC, o grupo seguiu em marcha pelas ruas do centro da cidade e encerrou o protesto no Terminal Integrado do Centro (Ticen).

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Até agora, pelo menos quatro câmpus do IFSC estão ocupados. Depois de Araranguá e Chapecó, os estudantes de Xanxerê e São José passaram a ocupar os câmpus nesta segunda-feira. Em todo o país, em torno de 900 escolas técnicas e secundaristas estão ocupadas, segundo a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES).

A Escola Indígena Eief Itaty, localizada no Morro dos Cavalos, em Palhoça, também decidiu aderir à mobilização nacional. Além da PEC 241, a comunidade escolar também é contrária à PEC 215, que altera o procedimento de demarcação de terras indígenas.

Em nota, a direção e a coordenação da escola pedem a revogação da portaria N° 1.908 do Ministério da Saúde, que tira a autonomia de gestão orçamentária e financeira da SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena) e unidades subdelegadas, como DSEIs (Distritos Sanitários Especiais Indígenas). “A mobilização é direcionada a reverter o golpe que sofremos na saúde indígena”, declara a nota.

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