Começa na próxima segunda-feira (22), a Mostra Cinema e Direitos Humanos, no Cinema do Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis. A questão de gênero é temática central nesta 11ª edição.  Uma realização do Ministério de Direitos Humanos, com produção nacional do Instituto Cultura em Movimento (ICEM), a mostra acontece em todas as capitais do país e Distrito Federal. A abertura com brindes, coquetel e exibição de filmes está marcada para 19h. Toda a programação é gratuita.

Catarinas é parceira local na organização de dois debates da Mostra Temática: Direitos das Mulheres, na terça-feira (23), e Direitos da Comunidade LGBT, na quinta-feira (25). As mesas acontecem após a sessão que tem início às 19h30. Na Mostra Panorama, haverá debate, quarta-feira (24), sobre Direitos dos Refugiados e Exilados, às 14h, após a exibição do documentário “Humano – Uma Viagem Pela Vida”.

O circuito principal conta com 29 filmes entre curtas, médias e longas-metragens, divididos em três mostras: Panorama, Temática – que abordará questões de gênero, e Homenagem – com foco na obra da cineasta Laís Bodansky. Uma novidade este ano é a Mostrinha, voltada para o público infanto-juvenil e que exibirá outros oito curtas-metragens.

A Mostra busca ampliar os espaços de informação e debate sobre Direitos Humanos por meio da linguagem cinematográfica e contribuir para a formação de uma nova mentalidade coletiva para o exercício da solidariedade e do respeito às diversidades. Em Florianópolis, o evento é organizado pela Lume Produções, com coordenadoria de Ana Lucia Fernandez.

“Apesar dos retrocessos em todas as esferas, principalmente no que se refere aos direitos humanos, ainda temos estruturas que resistem. Os extratos dessa resistência são encontros como esse que dão voz aos movimentos de aglutinação da insatisfação. Mais do que a busca por direitos – cada vez mais precarizados – é preciso aglutinar pessoas contra as armadilhas políticas colocadas no nosso cotidiano, como a Reforma da Previdência e Programa Escola sem Partido. A mostra traz o questionamento de que Brasil queremos, propõe reflexões ao Estado sobre políticas públicas com olhar para os direitos humanos. Os debates provocam educação de opinião em relação as tantas realidades. É preciso reconhecer as diferenças e o respeito a elas como princípio de igualdade, como produto político necessário”, afirma Kelly Vieira, integrante do Portal Catarinas.

Mostras
Panorama integra 17 filmes que abordam direitos das pessoas com deficiência, população LGBT/enfrentamento da homofobia, memória e verdade, crianças, adolescentes e juventude, pessoas idosas, população negra, população em situação de rua, mulheres, direitos humanos e segurança pública, proteção aos defensores de direitos humanos, direito à participação política, combate à tortura, situação prisional, democracia e Direitos Humanos, saúde mental, cultura e educação em Direitos Humanos.

Temática trata da questão de gênero em sete títulos que trazem temas relacionados às mulheres, orientação sexual e identidade de gênero, como, por exemplo, empoderamento feminino, violência contra a mulher, estereótipos de gênero, LGBTfobias, conquistas sociais, políticas e econômicas, direito à igualdade e à não descriminação, dentre outros.

Homenagem tem como tradição homenagear cineastas cuja filmografia explora a temática Direitos Humanos, trazendo-a para o foco dos debates. Cinco filmes de Laís Bodansky, cineasta homenageada, estão na programação. Sua obra apresenta relevância para o debate sobre um mundo onde todos possam se reconhecer e viver a igualdade e direitos de oportunidades.

Debates
Participam da mesa “Direitos das Mulheres” Cristiane Mare da Silva, secretária de mulheres da União de Negras e Negros pela Igualdade (UNEGRO), Kerexu Yxapyry, liderança feminina da Terra Guarani do Morro dos Cavalos, Kelly Vieira, integrante do Portal Catarinas e da Estrela Guia. A mesa será mediada pela jornalista Clarissa Peixoto, editora do Catarinas.

A “Direitos da Comunidade LGBT” terá como debatedorxs Guilhermina Cunha Ayres, presidenta do Conselho Municipal dos Direitos LGBT, Maria Zanela, mestranda em Serviço Social na UFSC, e Christian Pedro Mariano, coordenador de Políticas Públicas para pessoas trans na Acontece Arte e Política LGBT. A mediação fica por conta da jornalista Ana Araujo, também editora do Catarina.

Confira os filmes que serão exibidos nos dias dos debates:

Direitos dos Refugiados e Exilados

Humano – Uma Viagem Pela Vida, de Yann Arthus-Bertrand
| França | 2015 | 143 min| Documentário
Temática: Direitos humanos
Classificação indicativa: 12 anos
Sinopse: Mais de 2 mil entrevistas em 60 países dão vida a este comovente documentário que reflete o que somos e o que queremos, não só como indivíduos, mas como sociedade. Pessoas comuns falam espontaneamente o que pensam sobre amor, morte, ódio, discriminação, desigualdade, fome, esperança, sexo e muitos outros assuntos ligados à natureza humana. São camponeses, trabalhadores fabris, sentenciados à pena de morte, aborígenes, refugiados, soldados, rebeldes. Uma grande diversidade de temas e de pessoas que levam ao público as mais genuínas e emocionantes histórias de vida. Em meio aos relatos, o filme apresenta paisagens deslumbrantes dos mais remotos lugares do mundo, retratadas com extrema sensibilidade pelas lentes do fotógrafo Yann Arthus-Bertrand e acompanhadas da trilha sonora composta por Armand Amar, que traduz em sons todas as sensações que transbordam da tela.

Direitos das Mulheres

A História da Menininha que Amava Borboletas, de Paula Du Gelly
| Estados Unidos da América | 2016 | 4 min | Ficção
Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Para onde ela queria ir, ela não podia levar ninguém… especialmente seu passado.

Precisamos Falar do Assédio, de Paula Sacchetta
| Brasil | 2016 | 80 min | Documentário
Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Na semana da mulher, uma van-estúdio parou em nove locais em São Paulo e no Rio de Janeiro. O objetivo era coletar depoimentos de mulheres vítimas de qualquer tipo de assédio. Ao todo, 140 decidiram falar. São relatos de mulheres de 15 a 84 anos, de zonas nobres ou periferias das duas cidades, com diferenças e semelhanças na violência que acontece todos os dias e pode se dar dentro de casa, em um beco escuro ou no meio da rua, à luz do dia. O filme traz uma amostra significativa, 26 deles. Nos depoimentos puros, sem qualquer tipo de interlocução, acompanhamos um desabafo, um momento íntimo ou a oportunidade de falarem daquilo pela primeira vez.

Direitos da Comunidade LGBT

Madrepérola, de Deise Hauenstein
| Brasil | 2015 | 15 min | Documentário
Classificação indicativa: 10 anos
Sinopse: Em uma maré alheia à diversidade, vivem ostras que são afetadas por serem consideradas fora dos padrões e medidas. Essa é uma história sobre como as pérolas se formam.

 Meu Nome é Jacque, de Angela Zoé
| Brasil | 2106 | 72 min| Documentário
Temática: Cidadania LGBT / Diversidade Sexual
Classificação indicativa: 12 anos
Sinopse: O documentário aborda a diversidade através da história de vida de Jaqueline Côrtes, uma mulher transexual brasileira, que vive com Aids. Militante pela causa, Jacque tem a vida marcada por lutas e conquistas como representante do governo brasileiro na ONU. Hoje mora numa pequena cidade, levando uma vida voltada para a maternidade e a família. Ao acompanhar o cotidiano de Jacque, este documentário apresenta os inúmeros desafios que foram rompidos pela personagem.

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