No próximo domingo, 9, a compositora e cantora Juliana D Passos leva seu espetáculo Macumbaria para o palco do Célula Show Case, das 18h às 21h. Um show para todas as idades que integra mais de 20 artistas, entre dançarinas/os e instrumentistas. Com direção de Billy Rezk, Macumbaria traz a força da religiosidade africana e afro-brasileira numa mistura de ritmos e elementos. Hip hop, soul, reggae, baião, blues, reggae, maracatu, baião, blues, ijexá e samba: cada gênero ou estilo, ligado à identidade negra, irá representar uma divindade – conhecida como orixá – ou seu mensageiro.
A apresentação faz um diálogo entre rituais de religiões afro e afro-brasileiras, como Umbanda e Candomblé, e exalta todas em defesa da diversidade. No repertório, obras próprias, parcerias e músicas de terreiro que já são de domínio público. Além dos/as dançarinos/as adultos/as, sete crianças participam como representantes da energia de protetores das crianças, como Ibêji ou Cosme Damião (conforme sincronia com o catolicismo).
“Macumbaria é uma fábrica de cultura afro-brasileira e musicalidade. Um convite para as pessoas conhecerem melhor o folclore e religiosidade afro. É ao mesmo tempo uma homenagem e exaltação às nossas raízes. O show mistura religião, folclore e empoderamento feminino e negro”, explica a cantora.
A ideia surgiu há três anos, mas somente no ano passado foi apresentada ao público no palco do Teatro da Ubro. Desde então, foram três apresentações. O próximo show marca também o início de uma campanha de financiamento coletivo para a gravação e finalização do primeiro álbum. Ao todo, são mais de 30 profissionais envolvidos, entre figurinistas, artistas e produtores.
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Ver o belo
Esse é o primeiro projeto autoral de Juliana que tem 32 anos e desde os 17 canta em bandas. Ela nasceu em São Vicente/SP e mora em Florianópolis há seis anos. Juliana já tinha referências da religião na família, mas foi na capital catarinense que passou a frequentar a Umbanda. A vivência religiosa a conduziu ao estudo de ritmos e sua correspondência com a energia de cada orixá. Segundo ela, o nome do espetáculo, além de aludir à mistura, foi escolhido para fazer resistência frente ao preconceito que estigmatiza essas religiões. “Sou macumbeira sim! Escolhi o nome para desmistificar o que se entende por macumba. Macumba é uma árvore de origem africana, cuja madeira é usada para fazer o atabaque, instrumento usado nos rituais afro-brasileiros”, explica sobre o caráter educativo da apresentação.
Juliana garante que não vai faltar axé, até mesmo quando os personagens Exu e Pomba gira – confundidos com “entidades do mal” – subirem ao palco.
“São entidades maravilhosas e não demônios. Trazem luz, paz e amor. Mesmo quem não é religioso/a, pode olhar e ver o belo. A intenção das pessoas conta muito”, afirma.
Artistas envolvidos:
Fernando Brasil – percussão
Alexandre Damaria – percussão
Neno Moura – bateria e percussão
Mércia Maruk – backing vocal
Amanda Amâncio – backing vocal
Érika Souza – backing vocal
Diego Nunes – guitarra, violão e cavaquinho
Eduardo Stormowski – guitarra e violão
Bruno Machado – baixo
Ailton Bonina – Exú
Mayara Furtado – Pomba gira
Aryana Vieira Scotti – Cigana
Emiliana Coelho – Oxum
Ângela Espíndola – Nanã
Kadza Darboe – Iemanjá
Juli Costa – Iansã
Adriano Farias – Oxalá / Xangô
Ricardo Gomes – Ogum
Luiz Costa – Oxóssi
Claudeci Silva – Obaluaê
Serviço
O que: Juliana D Passos e a Macumbaria
Quando: 9/10
Onde: Célula Show Case
Horário: 18h
Quanto: R$ 15