Em um cenário no qual as narrativas foram historicamente dominadas por vozes masculinas, o cinema nacional feito por mulheres emerge como um ato de resistência e um potente instrumento de reescrita da nossa história. Pensando nisso, selecionamos uma lista imperdível de filmes nacionais que não só contam com a força da mulher em seus papéis principais, mas também são dirigidos por cineastas que trazem perspectivas únicas e potentes para a tela. 

Prepare-se para histórias envolventes e visões originais que destacam as vivências, dores e felicidades das mulheres em cada cena. Confira nossa lista:

Mares do Desterro (2022)

Direção: Sandra Alves

Protagonista: Débora Ingrid

Classificação indicativa: 18 anos

Onde assistir: Não disponível online

O filme aborda as complexas dinâmicas de uma família isolada em uma praia deserta, além de temas como violência intrafamiliar e opressão das mulheres. A trama segue Divina (Débora Ingrid), que, após o desaparecimento traumático de sua irmã gêmea, Serena, assume o cuidado da família composta por uma mãe em luto, um irmão mais novo mantido em reclusão e um pai alcoólatra e violento. ​A produção traz uma perspectiva feminista, com a protagonista lutando contra a opressão e buscando libertar a si e sua família das amarras patriarcais. ​

Incompatível com a Vida (2023)

Direção: Eliza Capai

Classificação indicativa: 14 anos

Onde assistir: MUBI ou Prime Video com assinatura CurtaOn ou MUBI

Quando descobriu a gravidez, a cineasta Eliza Capai decidiu registrar diversos vídeos no período de sua gestação. Porém, algum tempo depois, o feto foi diagnosticado com uma má formação “incompatível com a vida”. A diretora acompanhou os relatos de outras mulheres que compartilharam de experiências parecidas com as dela, trazendo temas como vida, morte e políticas públicas.

Diálogos com Ruth de Souza (2022)

Direção: Juliana Vicente

Protagonistas: Ruth de Souza

Classificação indicativa: 12 anos

Onde assistir: Netflix

A história mergulha na vida extraordinária da renomada atriz brasileira Ruth de Souza. Aos 95 anos e com mais de sete décadas de carreira, Ruth não apenas inaugurou a presença de atrizes negras nos palcos, televisão e cinema do Brasil, mas também desempenhou um papel fundamental nas conquistas das mulheres negras ao longo do século. Através de conversas íntimas e reflexivas, entrelaçadas com materiais de arquivo e elementos do universo mitológico, o documentário oferece uma interpretação ficcional e transcendental da vida de Ruth de Souza.

Amor Maldito (1984)

Direção: Adélia Sampaio

Protagonista: Marta Anderson e Monique Lafond

Classificação indicativa: 14 anos

Onde assistir: YouTube.

Fernanda (Marta Anderson), uma mulher de classe média, se envolve em um relacionamento amoroso com Suely (Monique Lafond), uma artista plástica. A relação entre as duas mulheres, vivida com afeto e cumplicidade, se transforma em tragédia quando Suely morre, e Fernanda é acusada injustamente de assassinato, Inspirado em um caso real, “Amor Maldito” é uma crítica contundente à homofobia, ao machismo e ao modo como a sociedade e os meios de comunicação criminalizam o amor entre mulheres.

Que Bom Te Ver Viva (1989)

Direção: Lúcia Murat

Protagonistas: Irene Ravache, Criméia Schmidt Almeida e Maria Luiza Garcia Rosa

Classificação indicativa: 14 anos

Onde assistir: MUBI ou Prime Video com assinatura Imovision ou MUBI.

Ex-presas políticas da ditadura militar brasileira analisam como puderam enfrentar as torturas e prisões, relatando as situações e como sobreviveram à esse período, onde delírios e fantasias são recorrentes. Lúcia Murat, que também foi presa e torturada, mistura ficção e documentário para refletir sobre trauma, memória e sobrevivência.

A Alegria do Amor (2024)

Direção: Marcia Paraíso

Protagonistas: Sandra Corveloni e Renata Gaspar

Classificação indicativa: 14 anos

Onde assistir: Não disponível online

Dulce (Renata Gaspar) é uma jovem quilombola do sertão do Ceará que testemunha o brutal assassinato de seu companheiro, Davi (Márcio de Paula), executado por jagunços a serviços de uma mineradora estrangeira. Ameaçada, ela foge para São Paulo, onde se torna uma voz de resistência, denunciando o crime com apoio de ONGs e advogados. Órfã e criada para seguir em uma missão religiosa, Dulce enfrenta uma reviravolta pessoal quando é procurada por Beatriz, que revela ser sua mãe.

Abandonada ainda bebê, Dulce descobre ter tido um irmão gêmeo, hoje Marisa, uma mulher trans e dona de um karaokê que serve como refúgio para a comunidade LGBTQIAP+. Esse novo universo transforma sua visão de mundo, enquanto as irmãs se unem para cobrar respostas de Beatriz sobre seu passado. Juntas, Dulce e Maria decidem retornar ao sertão com duas missões: celebrar a vitória do quilombo e encontrar o pai que nunca soube de sua existência. Em meio a essa jornada, elas enfrentam as dores do passado, os desafios do presente e a busca por justiça e pertencimento.

As Boas Maneiras (2017)

Direção: Juliana Rojas e Marco Dutra

Protagonistas: Isabél Zuaa e Marjorie Estiano

Classificação indicativa: 14 anos

Onde assistir: Prime Video com assinatura Reserva Imosion

Ana (Marjorie Estiano) contrata Clara (Isabél Zuaa), uma solitária enfermeira moradora da periferia de São Paulo, para ser babá de seu filho ainda não nascido. Conforme a gravidez vai avançando, Ana começa a apresentar comportamentos cada vez mais estranhos e sinistros hábitos noturnos que afetam diretamente Clara.

Antônia (2006)

Direção: Tata Amaral

Protagonistas: Negra Li, Leilah Moreno, Quelynah e Cindy

Classificação indicativa: 12 anos

Onde assistir: YouTube

Preta (Negra Li), Barbarah (Leila Moreno), Mayah (Quelynah) e Lena (Cindy), vivem em Vila Brasilândia, periferia de São Paulo, são amigas desde a infância e sonham em viver da música. Elas deixam o trabalho de backing vocal de um conjunto de rap de homens para formar seu próprio conjunto, o qual batizam de Antônia. Descobertas pelo empresário Marcelo Diamante (Thaíde), elas passam a cantar rap, soul, MPB e pop em bares e festas da classe média. Mas quando o sonho delas parece começar a se tornar realidade, o cotidiano de violência, machismo e pobreza em que vivem afeta o grupo.

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