A afirmação é de Janaine Rambow, 32 anos. Resistência foi a palavra chave da 13ª edição da Parada do Orgulho LGBTI+ de Floripa. Cerca de 70 mil pessoas estiveram na Beira Mar Continental para aproveitar a programação do evento neste domingo (8), segundo os organizadores do evento. A Polícia Militar (PM) estipulou a participação de mais de 10 mil pessoas.

O espaço e o protagonismo foram direcionados às lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transsexuais e todas as diversidades sexuais e de gênero. “Eu acho que o mais importante disso aqui que está acontecendo é a gente mostrar esse movimento de resistência porque esses são tempos sombrios para a comunidade lgbt, para qualquer tipo de minoria”, destaca Rambow.

Durante as onze horas de evento o público se divertiu com shows, música e performances em comemoração ao orgulho de ser o que se é, através de manifestações contra o preconceito e pela igualdade. A parada se mostra também como ato político frente ao retrocessos em relação à população LGBTIQ+ pelo país.

“A parada da diversidade ter acontecido foi muito importante, por todos esses retrocessos que nós estamos tendo. Colocando mais de 50 mil pessoas na rua a gente acha que conseguiu cumprir o objetivo, um tapa na cara da sociedade”, ressalta Jenn Lopez, integrante do Conselho Municipal dos Direitos LGBTI+.

Desde que Jair Bolsonaro foi eleito os ataques às questões de gênero segue se intensificando. Nas últimas semanas, dois acontecimentos retratam a face de repressão contra à comunidade LGBTI+. O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella determinou na quinta-feira (5) que alguns livros expostos na Bienal do Livro fossem recolhidos, pois, segundo ele os materiais com temática LGBTi+ continham cenas inapropriadas para crianças e adolescentes. Guardas municipais chegaram a ir no local para inspecionar e recolher os livros. A Bienal divulgou nota na qual ressalta o caráter plural do festival, onde todos são bem vindos e representados.

No estado, a discussão de gênero no Currículo Base da Educação Infantil e Fundamental do Território Catarinense recebeu veto do governador Carlos Moisés por conter a inclusão do termo “identidade de gênero”. “Toda essa polêmica que a gente teve sobre o Crivella onde começam a se censurar livros, o que mais vai ser censurado? É complicado isso, porque a gente não está mais podendo falar direito sobre gênero”, finaliza Lopes.

 

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