Atividades por todo o país celebram o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha a partir desta terça-feira, 25 de julho. A data, instituída em 1992 no 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-americanas e Afrocaribenhas, vem se consolidando a cada ano, reforçando a luta de mulheres negras no continente. Além das agendas locais em diversas cidades brasileiras, as atenções estão voltadas para a presença da filósofa norte-americana Angela Davis no país. Uma das principais influências entre as feministas negras de todo o mundo, Angela Davis ministrará a conferência “Atravessando o tempo e construindo o futuro da luta contra o racismo” na Universidade Federal da Bahia. O evento será transmitido pela internet neste link a partir das 18 horas.
A data também é o Dia Nacional de Tereza de Benguela, rainha do Quilombo do Piolho (ou do Quariterê), no Mato Grosso durante o século XVIII. É uma homenagem à quilombola que teria liderado a resistência de dezenas de negros e índios à escravidão por duas décadas. Dois séculos e meio depois, as mulheres negras seguem lutando por equidade social.
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Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano passado revelam que elas representam 71% da população nos postos precárias e informais de trabalho. Enquanto isso, a proporção de mulheres brancas nesta condição é de 54%, e dos homens brancos, 48%. O salário médio da trabalhadora negra ainda corresponde à metade do salário da trabalhadora branca. Mesmo quando sua escolaridade é similar à de uma mulher branca, a diferença salarial gira em torno de 40%. As mulheres negras também são a maioria nas penitenciárias femininas do país. Estudo realizado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) em 2014 apontava que 68% da população nestas casas prisionais são mulheres negras, contra 31% de mulheres brancas e 1% de indígenas.
Confira a programação da data na Grande Florianópolis na Agenda Catarinas