“Mulher que é resistência, força e axé. Mulher que abraça a outra e puxa pra cima, que toca o tambor, declama e rima, e vive a vida do jeito que quer. Cores de Aidê é mulher em poesia”. A música “Aidê Mulher” traduz um pouco da poética política de “Quem é essa Mulher?”, primeiro álbum das Cores de Aidê, que acaba de ser lançado no Spotify.  As músicas serão apresentadas oficialmente no show de lançamento em 17 deste mês, às 20h, quando as dez aidês sobem ao palco do Teatro Ademir Ramos, no CIC, em Florianópolis. A entrada é franca.


Ouça “Quem é essa mulher?” em primeira mão:

 

O lançamento ocorre neste mês da Consciência Negra, como apresentação da identidade do grupo ao público, através do repertório construído ao longo dos três anos da sua existência. Contempladas com a premiação do edital Elisabete Anderle, de 2017, a materialização e o Show de Lançamento do CD realiza o sonho coletivo das mulheres que, por meio do samba reggae, encontraram na música percussiva um caminho possível de comunicação e expressão.

Integram o álbum as obras Negra, de Iara Germer, Suas Cores e Cor Colorido, de Andrea Lisboa, India e Quem é essa Mulher, de Roberta Funchal, Aidê Mulher, de Dandara Manoela, Lugar de Mulher, de Júlio Maestri, Igbadu, de Cris Fernandes, Vem com Aidê, de Cores de Aidê, e Giramundo, de Roberta Funchal e Dandara Manoela.

“As mulheres são protagonistas das músicas. Falamos do lugar dessas mulheres, questionamos o lugar dessas mulheres, trazemos mulheres que são sistematicamente invisibilizadas, quer seja no meio artístico, quer seja na sociedade: mulheres negras, indígenas, mulheres de todas as formas que cabem nas nossas músicas, que transbordam nas composições”, conta a integrante Cauane Maia.

Colorem o palco do CIC as aidês Sarah Massi (repique, caixa e regência geral), Bê Sodré (repique), Cris Fernandes (xequerê), Nattana Marques (contra tempo), Nine Martins (surdo e caixa), Carla Luz (fundo), Laila Dominique (fundo), Fê Jerônimo (dança), Cauane Maia (voz e surdo), e Dandara Manoela (voz e repique).

Confira o teaser:

Cores de Aidê surge em 2015, no Morro do Quilombo, em Florianópolis, e se estabelece no cenário artístico como uma coletividade percussiva das mulheres. Acreditando na transgressão musical e no ato contra-hegemônico do samba reggae, o CD “Quem é essa Mulher?” é o ponto de partida para (re)pensar os limites que transbordam as existências e afirmar que: o lugar da mulher é onde ela quer!

“Através do samba reggae e das referências afro-brasileiras, pedimos licença aos que nos antecederam, para pautar, através dos tambores das mulheres, a ancestralidade que nos trouxe até aqui. Por meio dos (des)caminhos, o palco e a arte convergem numa ode à inclusão e ao enfrentamento das desigualdades”, dizem as aidês.

O Bloco Cores de Aidê
Desde 2016, o grupo desenvolve um trabalho de formação de mulheres no bloco de percussão, canto e dança, envolvendo mais de 100 integrantes. Aidê traz no nome e na essência a figura mitológica de uma mulher negra que lutou bravamente por sua liberdade, e a crítica às discriminações étnico-racial e de gênero. Essa liberdade inegociável inspira o bloco na performance, na atitude das suas componentes e no canto forte como um grito.

“Para as Cores de Aidê, ocupar os palcos de Floripa é, sobretudo, um convite à subversão do status quo, é considerar as diversas matizes das vozes que reverberam em nossos tambores, é um aquilombar-se através da arte, é a concretização da liberdade coletiva onde ninguém fica de fora. Vem com Aidê!”, convidam.

Para quem busca inspiração para a resistência frente ao cenário de medo e ataque aos direitos no país, a sugestão é sintonizar nas Cores de Aidê, no Spotify, para ouvir o CD “Quem é essa Mulher?” e agendar para assistir ao show de lançamento.

Conheça mais:

As cores do empoderamento no carnaval histórico das Aidês

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