A proteção aos territórios indígenas está garantida na Constituição Federal, em seu artigo 231. Ainda assim, os povos originários seguem em luta para ver esse direito respeitado.

Neste 19 de abril, Dia dos Povos Indígenas, compartilhamos as reflexões da ativista Txai Suruí, em entrevista ao Brasil de Fato em março deste ano:

“A proteção dos territórios indígenas é um dever do Estado, dos municípios e do governo federal. No entanto, são as próprias comunidades que têm feito essa defesa.”

A jovem tem se dedicado à defesa da causa indígena propondo soluções para o fortalecimento da identidade dos povos em diversas regiões do Brasil.

Batizada como Walelasoetxaige Paiter Suruí, que significa “mulher inteligente, gente de verdade”, é filha de Ivaneide Cardozo, mais conhecida por Neidinha Suruí, e de Almir Suruí, ambas referências da luta indígena.

Morou, com sua família, até os sete anos na aldeia Cacoal, na Terra Indígena Sete de Setembro e, desde então, em Porto Velho. Aos 14 anos, viveu, junto aos pais, sob escolta da Força Nacional Brasileira, por conta de ameaças de madeireiros da região.

Em 2021, tornou-se a primeira indígena a discursar na abertura da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), COP26.

“A terra nos diz que não temos mais tempo. Não é 2030 ou 2050. É agora”, afirmou.

É coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, que tem o objetivo de preservar os direitos humanos e o meio ambiente. Em 2024, lançou o primeiro livro “Canção do Amor” (Elo Editora), em que, através da poesia, lembra que a luta indígena é a luta de todas.

No mesmo ano, durante um protesto contra o Marco Temporal na 16ª Cúpula das Nações Unidas sobre Biodiversidade na Colômbia, ela foi detida e encaminhada para uma área separada. A situação só foi revertida com a intervenção da Ministra Marina Silva e da delegação brasileira.

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