O legado de Marina Colasanti na literatura, jornalismo e história brasileira
Jornalista e escritora, Marina Colasanti faleceu em 28 de janeiro.
Recordamos e honramos o legado da escritora e jornalista Marina Colasanti, que declarou:
“Os seres humanos precisam narrar. Não para se distrair, não como uma forma lúdica de relacionamento, mas para alimentar e estruturar o espírito.”
Ela nasceu em 1937 em Eritreia, país na África Oriental, então colônia italiana. Passou parte da infância na Líbia e na Itália. Em 1948, emigrou para o Brasil, junto a família formada por artistas.
Sempre cercada por artistas, em 1956, entrou para a Escola Nacional de Belas Artes, como Professora de Desenho. Futuramente, também ilustrou os próprios livros.
Leia mais
- Silvia Federici e a caça às bruxas
- “O feminismo é anticapitalista e busca a libertação de todas as pessoas”, afirma Amina Mama
- Chuva e caos: a falta de planejamento urbano e políticas de prevenção em SC
- O que é a machosfera e como ela afeta a vida das brasileiras
- Estupro de menina de 12 anos em SC reacende alerta sobre a culpabilização das vítimas de violência
Em 1962, iniciou a carreira como jornalista no Jornal do Brasil. Na revista Nova (extinta Cosmopolitan Brasil), em que passou a trabalhar em 1976, revolucionou o modo de fazer jornalismo ao tratar de questões feministas em seus textos, algo inédito em revistas comerciais para o público feminino.
Se descrevia como uma feminista histórica: “fiz parte do primeiro Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e durante 20 anos atuei com temas ligados ao feminino no mundo”, afirmou, em entrevista ao Itaú Cultural.
O primeiro livro, “Eu Sozinha”, foi lançado em 1968. Ao longo da carreira, lançou mais de 70 obras, entre literatura infantil e infanto-juvenil, além de poemas e contos. Ganhou nove vezes o prêmio Jabuti, premiação literária mais tradicional do Brasil.
Em 2023, se tornou a 10ª mulher a conquistar o cobiçado Prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras e considerado um dos principais prêmios literários do país.
Marina faleceu na terça-feira, 28 de janeiro, aos 87 anos. Ela tinha a Doença de Parkinson e morreu em decorrência de uma pneumonia.
O legado de Marina Colasanti será eterno na literatura, no jornalismo e na história brasileira.