Neste episódio Geni, Geovana, Justina, Kerexu, Nina e Noeli falam sobre como defender o território-Terra é defender o território-corpo das mulheres

Está no ar o segundo episódio do Mulheres Semeando a Vida, um podcast para esperançar. Em “Sementes de resistência: criando outros mundos possíveis hoje“, as mulheres contam histórias do trabalho cotidiano que têm desenvolvido para semear um futuro de esperança em suas comunidades com justiça ambiental, social e de gênero. E elas deixam claro, o futuro se constrói com ações no presente. 

“A gente sempre trabalha nesse todo e no sentido de que o futuro a gente precisa construir ele desde já”, Noeli Welter Taborda, MMC/Santa Catarina.

Vamos aprofundar também a relação entre as sementes crioulas e a construção de um mundo justo, diverso e afetuoso. “A nossa semente não é só uma semente para produzir comida, mas ela é uma semente para pensar uma sociedade baseada nesses valores do cuidado, do amor, da solidariedade”, explica Noeli durante o episódio. 

O uso das sementes transgênicas, em detrimento das crioulas, também é denunciado como uma lógica da monocultura, do latifúndio e do agronegócio de escassez e de padronização da vida que atravessa nossa sociedade em distintas dimensões: sexualidade, religião, entre outras. “A gente tem pensado nessa metáfora da monocultura não só para se referir a soja, mas também a todo um sistema: a monocultura do pensamento, a monocultura da sexualidade, a monocultura da religião. Todos esses sistemas estão muito articulados entre si”, explica Geni Nuñez, CGY/Santa Catarina.

“Como o oposto desse princípio da monocultura a gente têm o princípio da floresta que é esta diversidade, que é a importância de uma coexistência de vários seres sem que haja uma hierarquia entre eles”, Geni Nuñez, CGY/Santa Catarina.

Ouça o segundo episódio, clicando aqui.

Além disso, as mulheres falam sobre outras ações que estão desenvolvendo, hoje, na construção de um mundo onde caibam todos os mundos, como os “quintais produtivos”; os projetos de trocas de sementes, melhoramento dos solos e de reflorestamento; a criação das feiras feministas camponesas e populares pela libertação das mulheres em situação de violência doméstica. Um episódio repleto de práticas inspiradoras para aquelas/es que desejam construir uma sociedade baseada na equidade, no respeito e no cuidado.  

Outro ponto importante que as mulheres indígenas e camponesas trazem é ideia de que defender o território-Terra é também defender o território-corpo. “A gente entende o nosso corpo como também um território. Então, o nosso corpo também é alvo dessas violências e é explorado, e a gente se sente exausto, cansado, como a terra também se sente. Temos pensado muito nessa interconexão”, narra Geni Nuñez, CGY/Santa Catarina.

No terceiro e último episódio vamos falar sobre Bem Viver e Agroecologia, ambos fundamentais para a sociedade com justiça de gênero, social e ambiental que as mulheres indígenas e camponesas estão construindo. Geni, Geovana, Justina, Kerexu, Nina, Noeli explicam como o Bem Viver e a Agroecologia são uma alternativa na luta luta feminista, anticapitalista e antirracista. 

Confira o primeiro episódio, clicando aqui.

A ação compõe a campanha “Mulheres Semeando a Vida” e faz parte do projeto Narrando a Utopia, uma iniciativa de Puentes para imaginar um futuro feminista, interseccional e inspirador.

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