“Se falta alimento e tem gente passando fome, é culpa de Bolsonaro e sua política de morte para classe trabalhadora”, Movimento de Mulheres Camponesas.
Camponesas de várias regiões vão debater e refletir com o campo e a cidade a importância da luta do campesinato pela preservação da biodiversidade na Jornada Nacional Sementes de Resistência. O evento ocorre de 22 a 28 de maio e é organizado pelo Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). A abertura será neste sábado (22), às 19 h, com a live “Sementes da biodiversidade”. Durante o evento, a campanha nacional “Sementes de Resistência: Camponesas Semeando Esperança, Tecendo Transformação”, iniciada em 2020 pelo movimento, será destaque.
“Somos sementes da biodiversidade em cada espaço onde estamos em todo o país. Resgatamos as sementes crioulas, cuidamos, melhoramos, compartilhamos. Somos guardiãs da biodiversidade em nossos quintais e roçados, vamos compartilhar essas experiências nesta semana de Jornada Nacional”, explica Maria Lucivanda Rodrigues da Silva, dirigente nacional do MMC.
Além disso, ela enfatiza que as mulheres camponesas de todo o país estão organizadas nas ações de solidariedade de classe, produzindo alimentos com respeito à vida e à natureza. “Mesmo com a pandemia, a gente continua produzindo nossos alimentos e denunciamos a falta de assistência para produção camponesa e familiar deste DESgoverno que está aí na presidência. Se falta alimento e tem gente passando fome, é culpa de Bolsonaro e sua política de morte para classe trabalhadora”, destaca.
Luta cotidiana pela biodiversidade
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Com lives diárias de 22 a 28 de maio, sempre às 19 h, as camponesas organizadas no MMC pretendem mostrar como atuam cotidianamente na prática da agroecologia, como modo de vida e projeto de sociedade, agindo na preservação da biodiversidade de nosso planeta. “As camponesas vão ocupar os espaços da Jornada Nacional também para denunciar o governo de Jair Bolsonaro que desde seu início vem destruindo a biodiversidade em nosso país, ‘passando a boiada’, destruindo e incendiando biomas, saqueando a Amazônia e tirando os territórios dos povos do campo, das águas e das florestas, que são quem preserva a vida em todos os seus sentidos”, salienta a direção do movimento.
Recursos para produzir alimento saudáveis
O MMC vem lutando por recursos desde 2020, no conjunto da Via Campesina e com o chamado campo unitário de organizações ligadas à produção de alimentos da agricultura familiar e camponesa. “O PL 735, a Lei Assis Carvalho, construída para garantir recursos para produção de alimentos, foi aprovado em março de 2020 no Congresso Nacional, mas Bolsonaro vetou. Mesmo sabendo que o campesinato produz mais de 70% dos alimentos que chegam à mesa da população brasileira, o governo investiu apenas no agronegócio da exportação e do veneno”, aponta Maria.
Neste momento, os movimentos e as organizações do campo estão na luta pela aprovação no Congresso Nacional do PL 823/2021, a Lei Assis Carvalho II, e apontam que só com a produção camponesa é possível reverter o quadro de fome que se intensifica no Brasil. “As próximas semanas serão de muita luta e denúncia: Bolsonaro quer também a pandemia da fome! Não preveniu com vacina para a Covid e também não investe em produção de comida para o povo”, denuncia.
O MMC vai destacar nas atividades da jornada que a falta de investimentos na produção de alimentos impacta diretamente e principalmente na vida das mulheres do campo e da cidade. “O PL 823 nos ajudaria a continuar produzindo alimentos, o que significaria a derrubada da inflação, com o aumento da produção camponesa agroecológica, dando acesso para mais gente ter comida na mesa e combatendo diretamente a fome em nosso país. Nossa jornada acontece no marco dessa luta e traz nossa campanha de sementes como anúncio de esperança, denunciando essa política da morte implantada por Bolsonaro e seu governo”, finaliza a dirigente.
As lives serão transmitidas pelas páginas do Facebook e no Youtube do Movimento de Mulheres Camponesas.