Fabiana Moraes: precisamos de uma democracia radical
Jornalista Fabiana Moraes defende que toda prática jornalística é posicionada.
Destacamos a reflexão da jornalista e pesquisadora Fabiana Moraes: “Já passou da hora de buscarmos uma democracia radical, e não normalizar aquela que sempre permitiu genocídios e outras violências”.
É graduada em Jornalismo, mestra em Comunicação e doutora em Sociologia, todos pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Ao longo da carreira, passou pelas redações de veículos como Jornal do Commercio, UOL, Revista Piauí e, atualmente, é colunista no The Intercept Brasil e na revista Gama. Venceu o Prêmio Esso de Jornalismo, um dos principais da área no país, por três vezes. Foi finalista do prêmio Jabuti três vezes na categoria livro-reportagem, com “Nabuco em Pretos e Brancos”, “Os Sertões” e “O Nascimento de Joicy”.
Moraes questiona a ideia de que “o jornalismo precisa ser neutro”. Para ela, toda prática jornalística é posicionada e, portanto, ideológica.
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“Pensar o posicionamento é muito importante para que a gente comece a pensar que Brasil e que democracia a gente quer, porque a ideia de imparcialidade, muitas vezes, é a negação do Brasil racista e violento que a gente sempre foi”, destacou, em entrevista ao Catarinas em 2023.
A jornalista foi homenageada no 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji pela trajetória profissional.
“Em um país profundamente desigual, e desigualdade tem total relação também com a concentração de renda, criar projetos voltado para parcelas extremamente privilegiadas, mas não diretamente para os quase 28% que vivem na extrema pobreza no Brasil, deveria nos fazer pensar profundamente como jornalistas no que exatamente falamos quando evocamos a palavra democracia”, discursou durante a cerimônia de homenagem.